Quatro

Foto de Rosamares da Maia

AS QUATRO ESTAÇÕES

As quatro estações

É outono e o tempo passa macio, faceiro,
A primavera hiberna no cio, até desabrochar,
Num turbilhão de cores e exóticos perfumes.
A água flui, vai ao encontro do rio matreiro,

Que manso e brejeiro alimenta as margens.
Um ritual de fertilidade dá a vida passagem,
Mesmo se a estação se despe para o outono,
Ou para o inverno, na luz que morre cedo.

Sempre a florescer, me ofereço sem medo.
Banhos no orvalho nua, na luz prata da lua.
Olhos abertos, danço, na calçada, na rua.
A brisa fria sopra a oração - mística liturgia.

Sou a flor de semente somente Maria.
Sem vergonha, impura, ao lado da estrada.
Nem do bem nem do mal, a margem, nada.
Finalmente, no ponto certo, sou primavera.

Não há novidades, só fervor, intensidade,
Constatando o prazer a estação me invade.
Mas, é fogo, o corpo aquece e de febre arde.
E o desejo forte tudo consome em emoção.

A razão é controversa e explode em paixão.
A luz dourada invade outra estação - é verão.
Nova semente plantada - ciclo que se refaz.
Maria é semente regada - vida em profusão.

Rosamares da Maia
12/06.2019

Foto de Jardim

chernobyl

1.
sons de violinos quebrados vinham das montanhas,
uivos de lobos noturnos,
varriam as imagens das imaculadas ninfas
enquanto se ouviam as vozes dos náufragos.
o príncipe das trevas desceu disfarçado de clown,
bailava num festim de sorrisos e sussurros.
a nuvem envolvia a cidade com seus círculos febris,
se dissolvia nas ruas em reflexos penetrantes,
coisa alguma nos rios, nada no ar e sua fúria
era como a de um deus rancoroso e vingativo.
a morte com seus remendos, oxítona e afiada,
distribuía cadáveres, penetrava nos ossos, na pele,
nos músculos, qualquer coisa amorfa,
alegoria da inutilidade das horas.
agora este é o reino de hades
os que um dia nasceram e sabiam que iam morrer
vislumbravam o brilho estéril do caos que agora
acontecia através del siglo, de la perpetuidad,
debaixo deste sol que desbota.
o tempo escorre pelos escombros,
o tempo escoa pelos entulhos de chernobyl.

2.
meu olhar percorre as ruas,
meus passos varrem a noite, ouço passos,
há um cheiro de sepultura sobre a terra úmida,
um beijo frio em cada boca, um riso
estéril mostrando os dentes brancos da morte.
não foram necessários fuzis ou metralhadoras.
mas ainda há pássaros
que sobrevoam as flores pútridas.
aqueles que ainda não nasceram são santos,
são anjos ao saudar a vida diante da desolação
sob este céu deus ex machna.
aos que creem no futuro
restaram sombras, arcanos, desejos furtados,
resta fugir.
uma nuvem de medo, ansiedade e incerteza
paira sobre o sarcófago de aço e concreto da usina.
asa silente marcando o tempo
que já não possuímos.
pripyat, natureza morta, vista através das janelas
de vidro dos edifícios abandonados
sob um sol pálido, ecos do que fomos
e do que iremos ser.
pripyat, ponto cego, cidade fantasma,
os bombeiros e suas luvas de borracha e botas
de couro como relojoeiros entre engrenagens
naquela manhã de abril, os corvos
seguem em contraponto seu caminho de cinzas
sob o céu de plutônio de chernobyl.

3.
e se abriram os sete selos e surgiram
os sete chifres da besta,
satélites vasculham este ponto à deriva, seu nome
não será esquecido, queimando em silêncio.
os quatro cavaleiros do apocalipse e seus cavalos
com suas patas de urânio anunciam
o inferno atômico semeando câncer
ou leucemia aos filhos do silêncio.
os cães de guerra ladram no canil
mostrando seus dentes enfileirados, feras famintas,
quimeras mostrando suas garras afiadas,
como aves de rapina, voando alto,
lambendo o horizonte, conquistando o infinito.
eis um mundo malfadado povoado por dragões,
a humanidade está presa numa corrente sem elo,
sem cadeado, enferrujada e consumida pela radiação.
vidas feitas de retalhos levadas pelo vento
como se fossem pó, soltas em um mundo descalço.
vidas errantes, como a luz que se perde no horizonte,
deixam rastros andantes, vidas cobertas de andrajos,
grotescas, vidas famintas e desgastadas,
que dormem
ao relento nas calçadas e que amanhecem úmidas
de orvalho, vidas de pessoas miseráveis,
criaturas infelizes, que só herdaram
seus próprios túmulos em chernobyl.

4.
mortífera substância poluente, complexa,
realeza desgastada que paira nos ares
da pálida, intranquila e fria ucrânia
envolta no redemoinho dos derrotados.
gotas de fel caindo das nuvens da amargura,
sobre a lama do desespero, sobre o vazio
da desilusão, no leito do último moribundo.
cacos, pedras, olhos mortiços, rastros cansados,
inúteis, o sol das estepes murchou as flores
que cultivávamos, descolorindo nossas faces.
seguem os pés árduos pisando a consciência
dos descaminhos emaranhados da estrada,
na balança que pesa a morte.
no peso das lágrimas, que marcaram o início da dor,
restos mortais, ossos ressecados, sem carne,
devorados pela radiação, almas penadas
no beco maldito dos condenados, herdeiros
da abominação, mensageiros da degradação,
horda de náufragos, legião de moribundos.
o crepúsculo trouxe o desalento e as trevas, a vida
agora é cinza do nada, são almas penadas que fazem
a viagem confusa dos vencidos em chernobyl.

5.
ainda ouvimos os gritos daqueles que tombaram,
e os nêutrons sobre a poeira fina dos vales,
os pés descalços sobre pedras pontiagudas,
ainda ouvimos o choro das pálidas crianças,
a fome, a sede e a dor,
o estrôncio-90, o iodo-131, o cesio-137.
vazios, silêncios ocos, perguntas sem respostas,
degraus infernais sobre sombras, rio de águas turvas,
quimera imunda de tanta desgraça,
fantasia desumana sem cor,
transportas tanto mal, conduzes a todos
para a aniquilação neste tempo em que nada sobra,
em que tudo é sombra, é sede, é fome, é regresso,
neste tempo em que tudo são trevas,
onde não há luz.
cruzes no cemitério, uma zona de sacrifício,
sob um céu sem nuvens,
a morte em seu ponto mutante.
no difícil cotidiano de um negro sonho,
restaram a floresta vermelha,
e os javalis radioativos de chernobyl.

Foto de marco aurelio castro neto

DEMOREI VOLTEI PARA VOCÊ

DEMOREI SETE ANOS E FINALMENTE VOLTEI,
ESQUECIDO ESTAVA, LEMBRANÇAS,
LEMBRAVA...
DE UM TEMPO, EM QUE MEU CORAÇÃO VIBRAVA,POR CONHECER VOCÊ.
SOU O ULTIMO QUE RESTOU CRIEI VOCÊ ENTREGUEI,
DE BANDEJA E QUANDO VI, NÃO DERAM CONTINUIDADE AO TRABALHO
DE UM LOUCO APAIXONADO.
DESLUMBRO DENTRO DE MIM UM CORAÇÃO VIVIDO ESQUECIDO PELO AMOR.
CULPA DE UM POETA SOLITÁRIO, QUE ATI CRIEI.
ESTA CRESCIDA DESLUMBRANTE UM BLOG, HOJE FALANTE,
AOS QUATRO CANTOS DO MUNDO POSSO SENTIR O CORAÇÃO DE CADA POETA
QUE AQUI PASSOU E DEIXOU, UMA PARTE DE SUAS LEMBRANÇAS, DE CRIANÇAS.
HOJE HÁ ESPERANÇA DE CONTINUAR ESCREVENDO E CANTANDO O AMOR...
Marco Aurélio Castro Neto

Foto de Siby

Menina primavera

Acabou a espera,
Uma alegre saudação,
Para a nova estação,
Bem vinda, primavera.

Vem colorida e cheirosa,
Ela é a estação feminina,
Das quatro, ela é a menina,
Ornada de flores e formosa.

Tem em seu nome Vera,
É prima de todo mundo,
Deveras, é nossa primaVera.

Cada estação tem a sua atração,
Mas a linda e perfumada primavera,
É aquela que encanta olhos e coração.

(Siby)

Foto de Gui❤Lari

Entrega total

Quatro meses se passaram
E parece que foi ontem
Que fizemos amor
Sem a timidez do primeiro encontro
Exploramos nossos corpos
Se entregamos de corpo e alma
Foi nossa primeira noite juntos
Finalmente você se entregou
E senti que era toda minha
Corpos colados
Beijos molhados
Olhos nos olhos
Juras de amor
Meu coração acelerou
Quando na cadeira se deitou
Minhas pernas tremeram
Foi maravilhoso te possuir
Com movimentos frenéticos
Eu senti seu orgasmo
Estava pasmo
Que delicia de mulher
Uma verdadeira tentação
A paixão tomou conta
O tesão estava a flor da pele
Voltamos pra cama
E dama que eu conhecia
Parecia dançar sobre mim
Ensandecido queria explodir de prazer
Mais você me dominava de tal forma
Que delirava sentindo meu coração descompassado
Foi quando falou bem baixinho
Você é meu homem
Só você me deixa enlouquecida
E soltou um gemido
Se contorcendo com caras e bocas
Enlouqueceu-me de prazer
Não contive o tesão
Despertaste o leão e fera dentro de mim
Urrei me sentindo nas nuvens
Deitei-me ao seu lado e te abracei
Você sentiu me coração acelerado
Que pulsa por você
Não sei se mereço
Mais agradeço por você existir
Parecia um sonho
Mais tudo era real e não queríamos dormir
Ficamos acordados a noite toda a se curtir
Dormimos de conchinha
O dia amanheceu
E sem pudor te pedi
Seja meu café
Você apenas sorriu
Beijei seu corpo todo
Sentindo o néctar
Explorei cada centímetro do seu corpo
Descobri como te deixar completamente louca
E da sua boca com a voz suave e macia
Ouvi você dizer vem quero te sentir
E sem pensar duas vezes
Fui logo obedecendo
Na verdade eu estava também querendo
Nosso foi maravilhoso
Sentir você gozar de novo
Que não contive o tesão
Gozamos juntos
Entre gemidos e urros uma deliciosa sensação.

Foto de Gui❤Lari

Parece que foi ontem

Parece que foi ontem
Mais já faz um mês
Que parei de sonhar pra viver esse grande amor
A paixão me salta aos olhos
As conversas se tornaram mais frequentes
Os poucos mais intensos encontros
Cada vez mais quentes
As trocas de segredos e confidencias
Viraram rotina
Te amo cada dia mais
E vejo em seus olhos que também me ama
Sinto seu amor a cada gesto
Se com quatro palavras me declarei
Te amo meu amor
Com outras quatro me enfeitiçou
Você é meu homem
E meu coração disparou
E a partir daquele momento é assim que me sinto
Amado e apaixonado
A doce sensação
De estar em seus braços
Me revelaram o verdadeiro significado de um carinho
Com jeitinho me cativou
Me dominou
Seus inacreditáveis lábios
Eu não canso de beijar
Alimentando ainda mais a chama, o desejo
Ao seu lado me redescobri
Encontrei a paz e me sinto seguro
Paz que sempre busquei
Hoje sou capaz
Sou feliz por que acredito
Que mesmo sem fazer planos
Nosso futuro já foi escrito
E que o nosso amor
Seja visto no brilho de meus olhos
E na beleza do seu sorriso
Que meus sentimentos invadam seu coração
Colorindo seu dia a dia
Diminuindo a distancia
Que um dia existiu
Te amo e nunca se esqueça
Que ver você sempre sorrindo

Do sempre seu e cada dia mais apaixonado Lúcio

Foto de Gui❤Lari

24 horas de amor

24 horas de amor

As melhores escolhas da vida começam no coração
O ritmo dos batimentos dita a intensidade dos nossos sentimentos
Ouvir a voz do coração
É na maioria das vezes irmos contra a razão
E deixar se levar pela paixão
No calor da emoção descobrimos prazeres inimagináveis

E foi assim que a nossa noite começou
Em pequenas trocas de olhares
Discretos mais envolventes
O entrelaçar de nossos dedos pedia mais
Tinha que olhar nos seus olhos
Que já não conseguem esconder o que sente

Dominados pela paixão
A atração falou mais alto
Nossos corpos em movimentos frenéticos
Completavam-se movidos pelo prazer
Entre gemidos e sussurros nos entregamos
E descobrimos a intensidade do nosso amor

Sem pensar em mais nada seguimos noite adentro
O sono não teve forças pra nos dominar
Nos amávamos intensamente
Explorando nossos corpos milimetricamente
Explodíamos de prazer
A cada nova descoberta

Descobri que o encontro de nossos lábios é mais que um beijo
Ele ascende o desejo e desperta os sentimentos jamais explorados
Dessa forma me entreguei, te amei e fui amado
Extasiados de prazer chegamos há múltiplos orgasmos
E a todo nossos olhares se cruzavam com desejo e paixão
Só queria abraça-la para sentir as batidas do seu coração

Vinte quatro horas de amor
Que nem vimos passar
Mais ficarão para sempre em nossas memorias
O gosto de quero mais ficou em cada lembrança
Desde a primeira taça de vinho ou naquele carinho
Que sentia no brilho do seu olhar

Foto de Costa e Abrantes

Já deitas toda aberta

Já deitas toda aberta

O tempo parece demorar a passar
Em nosso quarto o tempo é ocioso
Os números dos tempos duas vezes mais infinitos
Não é que não goste disso
Amo prolongar nosso carinho
O nosso belo momento íntimo
Já deitas toda aberta
A fim de travares meu corpo na medida certa
Movimentos estimulantes
Purificando coisas que nos eram aviltantes
Se em pé tu estás
Ajoelho-me perante
Sexo oral fascinante
Quando cansares deite
Prosseguirei e irei avante

E quando estiveres lubrificada
Sei até a posição a ser usada
Frango assado ou de quatro
Vezes quarto fodas no nosso quarto
Batizaremos toda a casa
Faremos no banheiro,
Na cozinha e na sala

Tenho por obrigação agradá-la,
Extasiá-la.
Prover o que a tu és devido
Falando sensual no ouvido
Querendo eu um maior libido
Alimentar-nos-ei com o afrodisíaco
Sem amor não vivo
Sem você inexisto.
Precisamos disso.

Foto de Costa e Abrantes

Mais

Mais

Mais uma vez
Quem dar uma dar três
Com muito ou pouco espaço
Em pé, de quatro ou frango assado

Tudo em ti é farto
O mundo entre as pernas
Fogo e paixão dos assanhados

Quando cansar eu paro
Mas se quiseres mais
Fique em cima e faça o seu trabalho

Foto de Rosamares da Maia

Está Tudo Bem

Está tudo bem

Permitam-me ficar só no meu canto,
Deixem-me chorar todo o meu pranto.
Preciso do espaço para gastar toda a dor.

Talvez ninguém entenda este amor.
Não importa!

Não necessito de compreensão, só quero respeito.
Somente necessito de espaço e solidão.
Palavras de conforto não me confortam. Não agora.
Acentuam apenas o que se parte em meu peito.

Qualquer ato de solidariedade é sem efeito.
Deixem-me ficar só, na presença de mim mesma,
Olhando no meu espelho.

Preciso encontrar o eixo, meu centro de gravidade.
Deixem-me valorizar cada lágrima salgada,
Destilar a magoa e o veneno,
Beber o vinho desperdiçado do meu amor.

Depois, quando o tempo passar,
Quando a dor finalmente for passado,
Fraqueza latente, mas, da vida presente ausente,
Experimentarei gritar teu nome aos quatro cantos.
Ao vento, como um lamento contido e maduro.

Depois, quando a distancia esfriar meu coração,
Espalharei os teus retratos pelo chão da sala,
E friamente remontarei as cenas em cada cenário,

Racionalmente enlouquecida representarei,
Como sempre desempenharei o meu papel.

Direi simplesmente que está tudo bem.

Rosamares da Maia – 11/02/2014

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