Ando por aí a cantar,
À procura de ti...
Talvez a gritar:
Pura vida!
E pergunto a toda a gente,
Com ar de quem sente:
Viram passar por aí,
Essa perdida?
Sim, passou ali,
Feita menina,
Muito bonita,
De aspecto aflita,
A correr...
Muito esquisita.
E, eu
Continuo atrás dela,
Corro desiquilibrada,
Numa macabra ruela,
A cantar e a gritar,
Perguntando a toda a gente,
Por ela:
Viram-na passar?
Sim,
Passou há pouco tempo,
Ia tocada p'lo vento,
Muito florida,
A correr e a cantar,
Sem a nada olhar,
Fugindo a todos.
E, eu
Sem a poder alcançar,
Continuei a minha corrida,
Seguindo atrás dela,
Pelo caminho da fuga,
Tocada pelo vendaval,
Atrás daquela esquecida,
Triste e sozinha,
Onde ninguém me viu...
Fui pelo caminho,
Que ela seguiu,
E no final parei,
Mas só acordei,
Quando vi o fim,
Em frente a mim,
Uma supultura...
E uma cruz de pedra dura!
Onde pára o destino,
E acaba a tortura.
Depois de tanto correr,
Fez-me compreender,
Que todo o caminho ,
Termina assim,
Numa cruz,
De pedra dura,
A testemunhar,
O fim de alguém,
Que ali repousa.
Onde eu também,
A soluçar caí,
E fiquei ali...
Sem me poder levantar,
Junto da sepultura,
Sobre uma cruz,
De pedra dura...
A olhar para mim,
Que sem dar por isso,
Cheguei ao fim...
Delusa