Poemas

Foto de Carmen Lúcia

O homem de minha vida

Há um cara dentro de mim
que mexe com meu coração.
me deixa feliz quando choro
e me abala quando se cala...
Faz cara feia, se amolo,
sorri, quando lhe peço colo.

Há um cara dentro de mim
que roubou meu coração.
Estereótipo de homem e ação...
Às vezes leão, coragem, bravura,
por outras, menino-passarinho,
repleto de brandura,
doando-se inteirinho.

Há um cara dentro de mim
que é parte de meu coração...
Aos meus apelos diz sim,
mas também sabe como dizer não.
Em doses certas... Razão e emoção!
A esse cara que eu amo demais
desejo um "Feliz Dia dos Pais”!

_Carmen Lúcia_

Foto de Marilene Anacleto

Enamorados

Água clara,
Espumas em bailado,
Corpos a dançar
Entre a terra e o ar.
Vez ou outra
Algumas se cruzam e se vão,
Como nas danças da corte.

Trocamos de lugar
E o lampejo de alma
Vibra a cada olhar.

Molhamos os cabelos,
O protetor se vai.
Esquecemos a hora,
Nem cansaço nos distrai.
Nem sabemos quanto tempo
Na água estamos.

Esticamo-nos na areia,
Vento agora mais forte.
O sol ainda queima,
O coração, a pele.
É preciso relaxar.

É preciso refrescar.
Mergulhamos outra vez.
Entre olhares sensuais
E intimidades tais
Ficamos até escurecer.

Foto de Rute Mesquita

Lacrimosas da noite

Chora a noite,
brotando-se escura e melancólica.
Sombra sem desquite,
desta tristeza alcoólica.

Choram-se as árvores,
despindo-se das suas folhas.
Implorado é o cântico das aves,
perante estas demolhas.

Choram as pedras da calçada,
por caminhos reprimidos.
Por de luz nunca ser alcançada,
choram-se restringidos.

Chora-se a água,
convertendo-se em sangue.
Ditado desta noite: ’ a mágoa,
que nos cegue.’

Choram-se os meus olhos,
queixa-se o meu corpo moribundo.
Aproximam-se os medonhos
e cobrem este mundo.

Chora-se assim a natureza,
como uma criança, como um adulto.
Como na noite perdeu a sua beleza,
em prol do seu tumulto.

A luz deseja-se,
à mais de cem anos de escuridão.
A alegria despeja-se,
se de longe vir a salvação!

Foto de Rute Mesquita

A vida de uma Rosa

Já fui uma rosa inocente!
Branca quando se criavam os laçados
de uma amizade.
Reluzente,
dos seus amaçados,
fazia prosas de felicidade.

Já fui uma rosa corada!
Vermelha quando a paixão surgiu.
De nada tinha calosa,
corria esbeltada
como a água fluente de um rio.

Já fui uma rica rosa!
Honrada de tal riqueza.
De nada cautelosa,
era cortejada como uma princesa.

A paixão, o amor,
desmembraram-se…
Caiam assim as minhas pétalas…
A amizade e esta dor,
uniformizaram-se,
naquelas lágrimas repletas.

Foi então que uma nova cor ganhei,
um verde esperançoso.
Ao ponto a que cheguei…
Mas logo procurei
algo glorioso.

E hoje sou uma amadurecida,
rosa castanha!
Caminhando sobre os erros
escalando esta montanha.
Sentindo-me por mim merecida,
deixando para trás os enterros
e surpreendendo quem me desdenha.

Foto de Paulo Gondim

Prepotência

PREPOTÊNCIA
Paulo Gondim
11/08/2011

Não se prende o ser amado com corrente
Quem age assim, não demonstra sentimento
Não é ninguém, é só veneno de serpente
No desvio louco de ser comportamento

A vida não comporta falsidade
O amor precisa ser acalentado
Pra se amar, é necessário liberdade
Não se destrói de forma vil o ser amado

Há quem diga, eu posso tudo, tudo faço
E se transmuta em monstro no seu ser
E cava a cova de seu próprio fracasso

Mata o amor, na caminhada, em cada passo
Cospe no prato que acaba de comer
Põe a cabeça na forca e puxa o laço

Foto de William Contraponto

Uma Boa Saída

Quando me vi assim
Eu descobri que nem tudo
Foi tão ruim
Sempre houve uma saída
Bem perto de mim

Um mendigo na rua
Revelava ser grande amigo
Suas lições, canções e alucinações
Combinavam com livro antigo
No qual se faz despertar
Mentes e corações

Pelas tardes, sentindo a brisa do vento
Enchia a alma da certeza
De que virá um sentimento
Por entre muros e riscos
E num novo momento, velhas revelações
No desejo dum beijo
Aqui ou numa daquelas estações

As noites, as festas, a praia...
Consumindo o mais puro
Que se pode supor
Eram as maiores garantias
De haver no amanhecer
Outro dia a ser ganho em alegria

É, nada foi tão ruim...
Vivi a minha verdade
Sendo ela, então, peça chave
Na engrenagem construída
A me movimentar e
Fazer encontrar
Sempre uma boa saída.

Foto de DeusaII

Perdi-me de minha alma....

Sinto as correntes a amarrarem-me o corpo
Sinto-as picar em torno de mim
E a prenderem-me aonde não quero estar.
Não há mais magia....
Não há mais sentimento...
Apenas estes pensamentos que me levam...
Sinto-me então, a cair....
Sempre a cair... e a escuridão domina tudo em mim...
Meus olhos, já não vêm a luz
Estão obscurecidos pela mágoa e pela dor....
Já não sinto... já quase não sinto...
Já me perdi de minha alma...
Troquei de mundos... apenas por ser mais fácil
E neste estado hipnótico... deixo-me levar...
Porque não há mais nada...
Apenas esta escuridão que dominou minha vida
Dominou meu mundo e tudo aquilo que sou.

Foto de Felipe Ricardo

Um Singelo Soneto Para a Menina Que Pede

Então no sutil véu da noite
Escuta-se um sussurro e
A melódica intenção de desejar
Algo tão comum quando a felicidade

Peça linda menina, mas peça
Em voz baixa, pois as estrelas
Descansam agora e se acordares
Elas agora com certeza ignora a ti

Irão, então peça, deseje, rogue e
Solfeje tudo aquilo que vive no intimo
De tua sincera vontade e assim não

Enganaras mais tua infantil imaginação
Em fazer destes aviões fazedores de desejos
Pois por mim pediria as estrelas, peça agora [...]

Foto de Felipe Ricardo

Um Suitl Soneto Para a Menina Que Sonhava

Em silencio te digo
Mas digo bem baixinho
Para a menina que
Atira estrelas lá de cima

Não desça... Melhor desça
Menina desça e venha aqui
Contemplar aquelas jovens
E brilhantes estrelas que tu

Teimava em atirar, mas por que?
Venha aqui e se deleite com
O sublime e sutil brilho que

Elas nos dão neste sábado
Agora desça e venha a praia
E em sua casa dormi e sonhar [...]

Foto de Allan Dayvidson

PERSONAGEM

"A primeira vez que coloco aqui um texto que não é de minha autoria. É de uma grande amiga e é, de fato, um poema muito bonito, sensível e especial para mim..."

PERSONAGEM
-Ana Paula Melo (19/07/2011)-

Disseram-me que você é ator,
Um excelente ator.
Estou escrevendo um filme
E quero que você seja o principal personagem.

O papel que darei
Para você fazer será “Eu”,
Sim, “eu”!
Quero ver se saberá me interpretar,
Se terá coragem de encarar.

De todos os papéis que você já fez,
Esse, para mim, é o mais importante.
Porque tudo que ensaiei para te dizer,
Você irá sentir mais do que palavras,
A todo instante.

Sei que fará muito bem
E eu irei aplaudir.
Afinal, és um ator,
Um belo ator.

Por favor, fique à vontade ao se expressar.
Quando terminar, estarei no camarim
Para responder todas as perguntas
Que, com certeza, há de me perguntar.

Só queria que você soubesse de alguma forma
O quanto te amei.
Nem que fosse em um filme
Que, na verdade, na verdade mesmo,
foi todo inspirado em você,
meu amado ator,
meu admirável ator.

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