brotando-se escura e melancólica.
Sombra sem desquite,
desta tristeza alcoólica.
Choram-se as árvores,
despindo-se das suas folhas.
Implorado é o cântico das aves,
perante estas demolhas.
Choram as pedras da calçada,
por caminhos reprimidos.
Por de luz nunca ser alcançada,
choram-se restringidos.
Chora-se a água,
convertendo-se em sangue.
Ditado desta noite: ’ a mágoa,
que nos cegue.’
Choram-se os meus olhos,
queixa-se o meu corpo moribundo.
Aproximam-se os medonhos
e cobrem este mundo.
Chora-se assim a natureza,
como uma criança, como um adulto.
Como na noite perdeu a sua beleza,
em prol do seu tumulto.
A luz deseja-se,
à mais de cem anos de escuridão.
A alegria despeja-se,
se de longe vir a salvação!