Poemas Inéditos para Colectâneas

Foto de William Contraponto

Noite Indivisível

Assim como me trouxeram
Sem ao menos perguntar
Sou levado a falar
Aqui não serão bem-vindos
Nenhum daqueles que tentaram roubar
A vida linda de caminhar

Minha noite é indivisível
E você sabe, não quero perder tempo
Com algum caso previsível
Eu sigo caminhando alem
Do que é bem previsível

Se você quiser, pode vir
Junte-se ao povo insubordinado
Que canta alegre pelas ruas
Em horas leves e escuras
Mas nunca espere paradas
Mesma com as lutas mais duras

Agora, sou levado a cantar
As belezas da madrugada
E nada me segura
Estou liberto nas curvas
Do mais belo dos deuses
Encontrado nessas alturas

Minha noite é indivisível
E ele sabe, não quero perder tempo
Com um caso previsível

Garoto seja imprevisível
E terá por hoje
A minha noite indivisível

Foto de Diario de uma bruxa

Beija-flor

Flores em meu jardim vou cultivar
Para o beija-flor aqui vim pousar
E do mel vim provar

Ele traz alegria ao ambiente
Faz do meu jardim
Um lugar atraente

Não tenho muitas flores
Apenas jasmim e rosas
Mas o beija-flor não se importa
Todos os dias ele volta

Quando anoitece ele entristece
Não gosta de ver o jardim se apagar
Mas quando amanhece a alegria o aquece
Ao ver o jardim novamente brilhar

Não quero ser otimista
Sei que aqui ele sempre ira pairar
Não há jardim mais belo
Que o fará mudar

Poema as Bruxas

Foto de Arnault L. D.

Lapidação

Lapidar é tirar da preciosa
tudo que lhe encobre e adere.
Mas, com sutileza e não grossa,
ou toda beleza se fere...
Pétalas destroçadas da rosa.

Num sonho, de suave dormir.
Zelado os olhos por mascara,
a pele, sedosa, é o cobrir
no pulso do coração a joia rara,
que o Sol levante vem abrir.

Gema preciosa, ao sol igual,
é o amor enterrado por dentro.
Nas quimeras ditas do racional.
Mas, aquiete a alma e vá ao centro,
e há clareza, límpida, no cristal...

Desbaste o que a “aranha fia”...
A encobrir das facetas o brilhar.
Um diamante em fulgor já havia,
nestas terras, que tendem a embotar.
É pedra, mas o que não se via.
Seu diamante a luz a esperar...

Foto de Marilene Anacleto

Distante

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Olha em direção leste
Buscando-a nos beirais da praia.

Qualquer linha d’água reveste
De selvagens samambaias.

No sonho dele a noiva se despe
De suas imensas saias.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Desvendar Mistérios 10 - O que vai acontecer comigo depois de morrer?

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Subir às estrelas douradas
Respirar o azul da noite,
Visitar as pessoas amadas
Sem precisar de pernoite.

Amar mais intensamente,
Provar a pura energia,
Agradecer o corpo amado
Que me permitiu alegrias.

Tentar acostumar a ver
Sem olhos que já não tenho.
Ouvir sem ouvidos ter,
Manter o tato atento.

Flutuar em ternas ondas,
Mergulhar no azul do céu,
Ser o que eternamente fui:
Luz desprovida de véus.

Ser a dança do universo
Em espirais radiantes.
Retornar ao pó de estrelas
No amor amado-amante.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em 18/11/08
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em

Foto de betimartins

Apenas mulher!

Apenas mulher!

Eu sou apenas uma mulher
Simples, mas sempre sonhadora
Por vezes temia ainda ser uma criança
E brinco com elas deveras feliz...

Eu sou a contadora de historias
Aquela que viaja a terra do Nunca
Que ainda dorme nas nuvens e ainda sonha
Com reinos e belas histórias de amor...

Eu sou aquela que se desdobra
Entre lagrimas, entre lutas
Apenas sorri, trabalha dobrado
E segue na frente na vida...

Eu sou na noite, a filha do amor
Em nosso quarto te faço feliz e meu rei
Não tem outra no reino, que ame o meu senhor
Tu és o meu cavaleiro, dono e senhor...

Deixo-me dormir cansada em teus braços
Sentir teus afagos e teu belo respirar
Não existe coisa igual como o nosso amor...

E escrevo aqui, nas linhas do papel
Que carreguei em meu ventre a vida
Esperei, meses, gerando apenas amor...

Amor que hoje apenas mulher, pode sentir
Nas cicatrizes geradas, na dor infligida
Apenas, deixei o choro, sufocar...

Minha alma sofrida, nos turbilhões do passado
Soltando as amarras, uma a uma, desatando
Os laços que ainda me prendiam...

E chorei! Novamente como uma criança
Deixando-me levar no teu colo do amor
Respirando a vida, apenas escrevendo a poesia...

Que em cada manha ela ainda acorda feliz
Nos teus abraços, na tua presença querida
E sorrindo, feliz, pois eu,sou a tua mulher.

Foto de Fernanda Queiroz

Lágrimas

Suave e calma,
descem pelo meu rosto,
acalenta o tormento.
Deixe-se cair,
é este o momento.
Onde a dor impera
o que o tempo não supera.
Perguntas sem respostas,
ou respostas cortantes,
Que viva o silêncio
onde esconde indagações,
Que viva o pensamento,
sem a lâmina a talhar.
Encante-me deslumbramento,
não me deixe acordar
Bate terno coração
Sem barulho ecoar
Lágrimas,
delicada e serena,
deslize
corra pela face morena
morra nos lábios
calados, encobertos
discretos.
Que sufoca o soluço
abafa palavras,
reprime o som,
emudece segredos.
Submete-se ao medo
na história, no enredo,
onde passado e presente
mistura na mente
Não me leva de volta
nem abre a porta
apenas as pálpebras
e te deixa passar..

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de William Contraponto

Encontro

Esse nosso encontro foi marcado
A cada passo que temos dado
Na rua, na calçada, na vida passada
E que agora nos garante
Uma tranqüilidade renovada

A estrada que nos traz até aqui
Evolui todas as madrugadas
Ela proporciona direção a quem segui
Nesses destinos sem paradas

Viajar entre cores e
Ouvir novas vozes
Faz a mente se abrir
E se permitir virar boas noites
Em um acelerado lugar
Ou mesmo na mesa dum bar

Esse nosso encontro é a parte
Que a vida sempre reserva
Para derrubar todas as grades
Trazendo a paz e a arte
Aos finais de tarde

A maior potencia nas avenidas
A maior essência da fraternidade
Somo ricos por sermos amigos
Essa é a nossa grande verdade

Foto de Jessik Vlinder

Vazio - O Branco da Alma

Vazio, é isso que tem me preenchido nas últimas semanas, na verdade, nos últimos meses. Não um vazio causado pela falta de alguém, pelo buraco que este suposto possa ter deixado ao ir embora. Não. Faz muito tempo que este tipo de vazio estagnou em meu coração e foi ocupado. Não é um vazio causado por uma partida, por uma despedida indesejada. É simplesmente um Nada... Sabe quando não estamos a fim de fazer, nem mesmo de pensar em nada? É como estar numa sala com proporções desconhecidas, onde tudo é branco, em todas as direções tudo o que se vê é um infinito vão branco. Não é como fechar os olhos, porque quando o fazemos ainda vemos pontinhos coloridos e formas estranhas oscilando. É um silêncio... Silêncio esmagador que não me permite ouvir minha própria voz. Muitas vezes nem meus pensamentos...
Eu pretendia escrever um poema ou qualquer coisa mais poética, mas somente palavras banais e carregadas de normalidade poderiam atingir você, caro leitor, com a mesma frieza que tal sensação me toca, me esvazia...
Preencha-me se for capaz.

Foto de Marilene Anacleto

Cercado de Anjos - Para meu Pai

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Cercado de Anjos,
Sorriso na face,
De flores, ornado,
Foi na vida coragem.

Suportou dores,
Com amor sem medida.
Venceu sobremaneira,
Condução da família.

Doente que estava,
Sentado na cama,
Rezava a Deus
E à Maria, que o ama.

Com a gaita de boca,
Ou seja, harmônica,
O som sertanejo
Despertava a dança.

O cavaquinho chorava
Com as quadras de cordel.
O violão recheava
As histórias do plantel.

Os causos antigos
Tornavam-se piadas,
Dos tempos da guerra
Sem armas, com enxadas.

Cirandas de pássaros
E o Anjo, de braços,
Elevem-no à dimensão do espírito.
Que se restabeleça a alma,
Expulse o medo e a tristeza
E volte a pulsar
Com o Coração Divino.

Que o amor dos filhos
Seja a coroa de bênçãos,
A dança das violetas
A exalar muitos mimos.
E o amor da esposa,
O broche relicário,
Preso ao coração amoroso,
Unido ao Coração Divino.

As preces da vizinhança
Dancem ao som do universo
E depois, em sagrados versos,
Toque a alma do meu pai,
E retornem aos amados amigos
Para socorrê-los nos seus ais.

Vai-se a tristeza,
Fica a saudade.
Ao redor da mesa
Histórias engraçadas.

As velas e as rezas
Perpetuam no espaço
Jamais, perderemos
Esse tão sagrado laço.

Marilene Anacleto
27/03/2011

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