Poemas Inéditos para Colectâneas

Foto de William Contraponto

Nosso Encontro

Esse nosso encontro foi marcado
A cada passo que temos dado
Na rua, na calçada, na vida passada
E que agora nos garante
Uma tranqüilidade renovada

A estrada que nos traz ate aqui
Evolui todas as madrugadas
Ela proporciona direção a quem segui
Nesses destinos sem paradas

Viajar entre cores e
Ouvir novas vozes
Faz a mente se abrir
E se permitir virar boas noites
Em um acelerado lugar
Ou mesmo na mesa dum bar

Esse nosso encontro é a parte
Que a vida sempre reserva
Para derrubar todas as grades
Trazendo a paz e a arte
Aos finais de tarde

Vamos amanhecer no centro?
Bebendo... talvez
Deitar-se na grama... sem luxo
E nenhum drama
Esse nosso encontro já tem fama
De só acabar na cama de alguém
...

Foto de Allan Sobral

Soneto a Bailarina

Como flor surgiste junto a primavera,
como uma estrela bailarina em meio ao celeste firmamento
Apaixono-me indevidamente, por uma beleza que me vitupera
tomaste-me noites de sono, presenteia-me com um ar que anda um tanto desatento

Pois atento-me somente a você, flor que nasce em espinheiro,
mal a conheço e já é a modelo do que vivo a rabiscar,
Seus olhos sedentos de amor verdadeiro,
me encaram como soubessem o melhor que tenho pra lhe dar

Sua beleza sega-me em meio a multidão
como se do meio de ardentes chamas, surgisse um anjo,
como se em minhas tristes partituras solitárias,
surgissem notas agudas e puras que formassem o mais belo arranjo

Suas palavras em som baixo e afinadamente aguda
remete-me a ser somente a base para o canto que cantas como sereia,
Seu corpo desenhado detalhadamente em traços finos,
Obriga-me a buscar-te como o um naufrago ao se afogar busca a areia.

Seu andar que diz que és mulher impossível,
desafia minha petulância, e meu instinto de malandro
faz-me querer parar com você em um conhecido lugar imprevisível,
e te fazer andar sempre comigo por onde ando,

Com seu leve dançar, que me faz levantar vôo ainda com os pés no chão,
me fez tirar novamente uma bela musica de meu violão,
escrever um soneto de coração,

Me fizeste crer novamente em uma paixão pura e fina,
daquelas que quebram a rotina,
reconstroem as ruínas,
toma-me novamente a inspiração que alucina,
Pois me obriga a compor o mais sincero soneto a bailarina.

Dedicarei a você minhas mais belas palavras escritas,
se jurar não machucar meu pobre e desiludido coração
tocarei todos os dias a canção que te fará dançar
e olharei seu bailar, onde te cercarei pela mais bela emoção

Sua beleza roubou-me a rima,
restou-me só esse duvidoso sentimento,
e olhar vazio, em busca de uma bailarina.

Allan Sobral.

Foto de carlosmustang

MAL VINDO ÀS DIFERENÇAS

Olho branco ao lado
Gela o meu umbigo!
Sem entender, quero fugir...
Mesmo assim dou à mão!

Me esforço para ser alguém que sente
Tremendo fracasso, também sou gente!
Parte da 'loucura', gotas de sangue...Acontecem!
E fiz jus, enfim...

É muito tempo me contendo
Esperando a externização do veneno
Tentando-se, 'Incapaz' a tanto tempo

Mesmo sem perder:
A bolsa, carteira, a cuca, o preconceito
Amo esse negão...

Foto de Felipe Ricardo

Historia de um Palhaço

Era uma vez... Não, não, não! Nada de "era uma vez"! Ora! Ta sendo ate agora! Então nada de era uma vez isso, uma vez aquilo, vou logo começa, me chamam de Luneta, é claro porque eu não me chamo assim, eu vim de uma famila muito desigual, pois meu pai era astronomo, é esse pessoal que perde a noite de sono vendo esse pontinhos no ceu, e minha mãe era uma execelente bailarina que amava de paixão o belo som de uma clarineta, é aquele troçinho que aquela lula toca.
E em um belo dia eu nasci, só foi um belo dia ate eu nasce porque depois veio um toró de chuva dos grandes, chega que o ceu se pintou de cinza e começou, meu pai ja aperriado das ideias resolveu pedir a Lua que me ajuda-se, porque quando eu vim prá cá eu era magro demais, é como voce podem vé to emgordando depois passo a receita, mas voltando, num é que a reza do meu pai deu certo e parou de chuve e então eu disse meu filho vai ter o nome de Luan, em homenagen a grande lua que fez para de chuve...
Eita que foi ai q começou a confusão, pois num é que a minha mae quiz, porque quiz colocar meu nome de Clarinetesencio, ai lasco esse nome ate eu chorei na hora mas depois de muita briga e muito chororó decidiram colocar esse nome mesmo de Luneta, Lu de Luan e Neta de Clarineta e pronto assim começa a minha louca jornada desse mundão que so ta começando...
E logo eu herdo de minha mãe uma clarineta e de meu pai o gosto por estelas e foi que então eu descobri um segredo...
... As estrelas tem vida e podem conversa com nois...É serio não pensem que eu to zureta não é sim, mas elas só falam com quem sorrir, quem tem cara de raiva ela não brilham muito, mas isso é rpa outra hora hora agora vamos brinca!

Foto de William Contraponto

Nossas Cores

Se as nossas cores
Numa dessas aparecem
Em tempo na TV
Somem áudio e imagem
Antes da cena sensível
De um toque
Entre o rapaz
E o que vem

Essas forças que condenam
Impedem a igualdade
Com um excesso
Do sucesso da crueldade

Mas nossas cores
Na alma transcendem
E são todas as cores
Que a vida tem

Eu sei...
Num dia desses
Haverá justa lei,
Enquanto isso... seguimos
Em amores clandestinos
Naquela Quinta Estação
De suave brisa
E colorida paixão

Forças pouco sábias
Andam pela contramão
Já objetivos claros
Clareiam até a bruta escuridão

E nossas cores
Na alma transcendem
Sendo todas as cores
Que a vida tem

Foto de William Contraponto

Canções

Olha o brilho das canções
Que renovam as lições
Aprendidas nas calçadas
Em ruas becos e estações

Senti a força dessa luz
Que invade a mente
Arrancando tudo
O que não produz
Conhecimento é autor
Do caminho da alma
E de um destino sedutor

Vibre uma vez no show
Emanando suas energias
Pode ser nas alegrias
Do seu time a cada gol
Mas não esqueça
De compartilhar emoção
Então, aproveite e cante alto
O seu melhor refrão

Olha o brilho das canções
Velhas, novas soluções
Procure sempre encontrar
O que te faz bem
E te torna alguém leve
Mesmo ao forte vento
Canta, dança e escreve

Foto de William Contraponto

Ao Vento do Absurdo

Por todas ruas que passei
Em todas as calçadas que andei
O vento me levava
Sem precisar imaginar
O que me esperava

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando o caminho passado.

Sinais, barreiras ou olheiras
Fazem parte do medo
Quando tenta se esconder
Os feitos realizados
Num entardecer alucinado

Nas praças, nas calçadas
Becos ou estações
Todos seguem pilhados
Tentando acreditar em soluções
Mas vão ser nas ruas os aprendizados
Para todas as velhas questões.

Não se iluda com o lógico
Ele não sabe inventar
É só no absurdo
Que o vento vai tocar
E assim nos levar
Ao mais verdadeiro mundo
Onde viajar nunca será demais

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando aquele caminho passado

Foto de William Contraponto

Praça da Paz

Nunca pensei estar
Um dia naquele lugar
Entre os prédios centrais
Fervendo em loucuras
E flutuando nas alturas
Certo de como voar

Cheguei ouvindo promessas
Para quem tem pressa
No aliviar da pressão
Desses dogmas, frases feitas
Que insistem indicar
Qual deve ser minha direção

O mundo alternativo
Na praça se cria
Num instante contemplativo
Restaurando o equilíbrio
Da mente ao coração
A paz de viajar
Sem sair daquele chão

A paz que me faz
Aceitar a realidade
Muito além dos jardins
Pelo menos um pouco mais
...me deixe na paz

Foto de William Contraponto

Sob o Céu de Fevereiro

Num dia desses no verão
Foi quando aconteceu
Eu vi aquele moleque passar
Banhado como em mel
Não consegui deixar de olhar

Seu corpo molhado
Derramava um estado
De altas vibrações
Fazendo o mundo inteiro parar
Sob o céu de fevereiro

Nem o poder, a fama ou o dinheiro
Nada disso tem comparação
Ao doce atrevimento
Daquela degustação de corpos
Rolada no seu apartamento

Lá onde o tempo parou
Nenhuma onda inundou
Ele esta ali novamente
Cavalheiro moleque, cavaleiro dos mares
Sob o mesmo céu de fevereiro
Atraindo todos meus olhares

Foto de William Contraponto

Guitar Base

Eu juro te reencontrar
Seja agora ou no futuro
Para ouvir de novo
A tua safadeza dizendo
Que esta querendo
Fazer um som especial
Naquela guitarra uma base
E ficando quase nus
Vai ser bem legal

O ensaio vai ficar de lado
Dando todo seu espaço
Ao desejo mais plugado

Essas nossas loucuras
Com a força do tempo
Tornaram-se fissuras
Num prazer marcado
Pelos melhores momentos
Dessas duas vidas
Até aqui seguidas
Por novos atrevimentos

Ontem a noite me trouxe
Outra vez você
Além dos meus sonhos
Fez tudo reviver
Aquela paixão diferente
Que nesse verão toque
E siga nessa base eternamente

Já o ensaio fica de lado
Cedendo todo espaço
Ao desejo mais plugado

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