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Diário de um estranho.
Debruçado na instabilidade dos sentimentos, sinto a constância equivocada das lágrimas, quentes, expelidas do seu olhar. Enquanto, na verdade aparente do que chamo de também amor, vejo teatro e óscar... Então, paro e penso:
_ O que realmente sinto? Já que, entre o vazio e a inundação, tudo que tenho é o timbre rouco da sua voz e a lembrança de momentos marcantes naquele quarto do hotel fulano de tal. E, no fim das contas, quem é você, diante do exagero dos frívolos da paixão por um estranho?
Diante das não-respostas, arranho minha vontade, não consigo aceitar que isso pode ser verdade. Eu não te amo, mas, o que tanto há em você que me atrai e me chama, provocando em mim um imenso desejo de tê-la por perto? Confusão plausível diante de um coração dividido.
A sua criatividade me seduz, me causa impacto, e, em tempo, registro que ficaria com a ligeira sensação de perda, caso ficasse sabendo que existe outro em sua vida.
Com você, a quebra de regras me conduz à loucura. Confesso, tenho medo!
Isso me conduz à particular dúvida:
_ Te esquecer e entediar-me com uma vida fugaz, rotineira, com a incerteza do que poderia ter sido, sabendo que, ao longe, choras! Ou, doar-me para ti e deixar que me ensines a amá-la, e, não deixar que chores, e, se chorar, que eu esteja por perto para enxugá-las e, em tempo, te amar.
Nailde Barreto
20/03/11