Sonhos

Foto de Osmar Fernandes

Perfeito

Lábios nos lábios,
Línguas frenéticas.
Bocas tão loucas,
Corpos ardentes.
Tesão que se explode,
Prazer que flutua...
Química que sacode
Os grandes momentos.

Sonhos que se esvoaçam
Além dos limites.
É vida, orgasmo,
Mito e vício...
Implacáveis.
Depois do entusiasmo
Mundo fica leve
E o sonho agradece.

Quem nasce de um amor assim,
Tem a vida perfeita.
Vive com prazer.
Tem sempre um final feliz.
Da raiz vem à árvore,
Do mel o seu fruto...
Pois a vida flutua
Entre o sol e a lua.
Osmar Soares Fernandes

Foto de Maria Goreti

O RELÓGIO

Tempos felizes,
Tempos remotos,
Você e eu,
Paixão, furor uterino!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Passado ainda presente.
Lembranças, vivências…
Perdidas? Não. Latentes...
Sentidas na alma!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

No corpo e na mente
Marcas que o tempo não esconde
Manhã, tarde, noite,
Repetidamente!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac...

Passam-se os segundos,
Minutos, horas, dias.
Eu a esperar por você,
Você a esperar por mim!

E nesta espera infinita,
Enquanto tudo se move,
Imóvel, o relógio marca,
O tempo dos sonhos perdidos!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 11/07/06

Foto de betimartins

Esta é a triste história do poeta.

Retrato de um poeta

Certo dia, um poeta mal falado, rebelde nas suas palavras, contraditório aos esquemas políticos e portador de uma língua afiada em seus temas. Esse se chama o incomodo da nossa sociedade, o louco e insano. Mudam os ventos, mudam-se as vontades e quem sabe se resta um pequeno osso para ele é o poeta incomodo e palhaço.
Quem sabe se tem sorte e é abençoado por Deus, mesmo que cortem os caminhos, ele insiste em seus devaneios e sonhos e continua na sua luta, este é o poeta esperançoso
Tem aquele que escreve da alma, sem grandes floreados, apenas escreve o que sente e sem grandes ilusões e compaixões, este é o poeta incrédulo o que vier por acréscimos será bem vindo e agradecido, mas ele já agradece o que tem seja muito ou pouco.
Bem existe aquele que coloca palavras caras, palavras que tens que buscar no dicionário, algumas até parecem saídas de comédia, outras queres entender, mas deixas para lá. Esse poeta é o vaidoso de sua obra, aquele que escreve para ele nada mais, há desculpem-me ele é como uma pintura abstrata, esta ali tudo e olhando não vês nada.
Mas tem tanto poeta que perdia a conta aqui para descrevê-lo, mas o que mais revolta é que o verdadeiro poeta, jamais é reconhecido pela sua obra em vida, vendo academias dar prêmios a quem até mal sabe, “quem sabe se souber dar um chuto na vida”, caso para refletir, não?
Um dia quem sabe num futuro próximo o poeta será o filho da ignorância e até premiado.
Onde anda os critérios da vida?
Poeta veste-se de esperança
Trás consigo a ilusão, superando a dor.
Ele tem um dom, o dom da escrita e do amor
Trás para ti o universo, ele recria na sua inspiração.
Ele descreve-te os rios, mares e lugares nunca antes conhecidos
Pinta a natureza com os seus tons da cor do arco-íris
Ele sabe escrever canções que ficam além da vida
Ele sabe rir, chorar e tem família
O poeta é apenas um grande sofredor, Fernando Pessoa disse um dia que “O poeta é um fingidor”, tem razão, pois o poeta é o maior ilusionista e cri ativista porque ele deixa-se levar pela vida, na sua escrita...
Um dia em sua lápide estará gravado assim:
Numa lápide fria, mórbida.
“Aqui jaz um nobre poeta que dignificou a sua terra, acalmado pelo povo e por sua família. As nossas homenagens e agradecimentos.”
E alguém que nem o conhecia para e busca a sua obra... Esta é a triste história do poeta.

Betimartins www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de betimartins

O poeta!

O poeta é porta dos sonhos de cada um, basta apenas compreender as suas palavras e certamente vai-nos transportar ao mundo da poesia.

Foto de Marilene Anacleto

Casamento

*
*
*
*
Tempo de realizar sonhos
Com a música nascida do coração.
Em coro de aves, a suave melodia
Que despertou nos noivos uma canção.

Cobre a alegre cerimônia, o céu
Com nuvens da mais fina renda.
A entrada do noivo com a mãe
Quebra o silêncio da igreja.

E entra o pai, trazendo a noiva,
Anfitrião de uma festa de princesa.
Canta o coração cheio de encanto
E os olharas cantam um longo beijo.

A deusa dos noivos desenha o chão.
Ao final da cerimônia, os noivos pisam desejos.
E a festa, celebrada com as estrelas
Fica para trás, entre suspiros e desejos.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Os Poetas!

Os Poetas!

Não julguem a vida do poeta
Ele morre à fome e ao frio
Entre os sonhos, alcançados
Outros, ultrajados e esquecidos...

Muitos riem do poeta, criticam
Outros lastimam a sua escrita
Tem quem os chame de boêmios
Apenas rebeldes e mal esclarecidos...

O poeta é amor, é descobrimento
Ele ilude a dor, pinta-a de branco
Ele é medico, cura o seu coração
Deixando purgar seus sentimentos...

O poeta é um ilusionista, um palhaço
Corre nas estradas da vida, sorrindo
Escrevendo suas paixões, devaneios
Como só um verdadeiro artista o sabe fazer...

È o poeta que faz a ponte dos dois mundos
Ele escreve, transporta, une o desconhecido
Desenlaça a escuridão, trazendo a claridade
Para este mundo tão desigual e sofrido...

Ele enfeita, ilude, pinta a colorido
Em linhos, tecidos finos e bordados a ouro
O seu simples instrumento, uma caneta
E quem sabe num simples teclado...

E nas lágrimas do poeta, corre um rio
Da minha saudade, onde a inspiração
Corre entre as palavras e as lembranças
Que o poeta também envelhece e morre...

A sua obra, suas lembranças, jamais
Morrem, jamais, elas ficaram gravadas
No coração de quem ele mais tocou e amou
Onde apenas a imortalidade fica na eternidade...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Carmen Lúcia

Melhor assim

Deixei que o tempo passasse e me deixasse
ancorada em mim mesma, arrebatada
pela vida que não soubera viver,
pela coragem que jamais chegara a ter.

Deixei...simplesmente deixei...
Vi tudo passar e nada fiz
por mim , por nós, por tudo que mais quis.
Pelos sonhos irrealizados que almejei ...

Fui covarde, insensata, não ousei...
Deixei que a sorte batesse em outra porta
e os meus sonhos escapassem pelos vãos...
Sou um vazio, espaço frio, semi-morta.
Melhor assim...sem ter você, o que importa?

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Nas nuvens e na areia

Nas areias da praia
e nas nuvens do céu,
os sonhos abrem a baia
e se espalham, confetes de papel...

Ali um gato... ou rosto de mulher...
É o vento a brincar de ciranda
e o desejo a compor com o querer,
as figuras que a sorte manda.

Na areia, o desenho de um coração
ou as letras de um nome.
Que as coisas concorrem na erosão.
Na maré, pé, vento... Some...

Mas, o céu permanece.
Com suas figuras a esperar
quem mais as vê e esquece.
Quereres soltos no ar.

E a areia, guarda segredo
do nome e dos corações
riscados num eterno enredo,
d'ora verdade, ora ilusões...

Foto de Marilene Anacleto

Quem És?

*
*
*
*
O que está atrás da porta?
Um monstro, um deus,
Ou uma coisa morta?
Uma bola de carne
Com dois olhos,
Sem luz, sem brilho,
Sem entusiasmo,
Jogado feito um molho,
Sacudido apenas
Pelas coisas da razão?

Ah! A emoção!
Onde está a emoção?
A vontade de viver,
Capacidade de perceber
As maravilhas do mundo?
Tudo na vida é um vento
A vida é só um segundo.
E não há tempo a perder.
Aproveite tudo, amado,
Para não te arrepender.

Estou atrás da tua porta
Mas não vou esperar muito
Tenho tanto que fazer
Mas quero partilhar tudo
Aquele bando de pássaros,
O cordão de gaivotas,
A minha casa dos sonhos
Naqueles beirais da praia.
E, quando a noite silencia,
Viver o conto de fadas.

Mas, creio que não te conheço
Para tanto partilhar
Preferes viver com números
Não posso te decifrar.
Quem és tu?

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Vervloet

INESPERADO EQUÍVOCO

Lúcia era uma linda mulher nos seus quarenta e quatro anos de idade. Seu nome caia-lhe como luva... Lúcia... Luz... Tinha luz própria, brilho no olhar!
Lúcia casou-se menina. Foi mãe, esposa, dona de casa, artista... Casou-se por amor, para toda a vida. Assim havia sido com seus pais, assim deveria ser com ela.
Mas o destino mudou o rumo dos seus sonhos. Quando completou seus quarenta e dois anos, descobriu-se traída pelo marido e o casamento ruiu. Lúcia sofreu, baqueou, vergou-se diante a triste realidade. Vergou mas não quebrou. Colocou-se de pé e deu continuidade a sua vida de luta, agora arrimo dos quatro filhos ainda pequenos. Mulher corajosa, de fibra, dispensou pensão do ex-marido e foi à luta. Não considerava sua nova realidade como um problema, mas sim como um grande desafio que desempenhou com amor, afinco e sucesso.
O real problema de Lúcia era ter sido criada para ser mulher de um homem só daí seu relacionamento com outros homens tornou-se impossível. Lúcia era jovem, os hormônios em ebulição. Pretendentes não lhe faltavam, faltava-lhe a coragem para encará-los.
Lúcia resolveu então procurar um psicanalista e com seu jeito espontâneo disse-lhe:
_ Doutor, fui casada durante 22 anos, estou divorciada e não me sinto a vontade para me relacionar com outro homem. Melhor dizendo vim aqui para que o senhor me ensine a fazer isso. Sinto-me inibida, tímida, realmente não consigo resolver sozinha esse imenso problema. Quero me libertar desse pesadelo.
E o medico retrucou:
_ Fique tranqüila, Lucia, em uns dois meses será outra mulher, livre dessas amarras do preconceito.
E assim aconteceu. Em menos de dois meses de análise, Lúcia conheceu, numa galeria de artes, um francês, homem bonito, inteligente, intelectualizado. Os olhares se encontraram, o coração estremeceu, a pele arrepiou. Foi paixão a primeira vista, intensa... Levando Lúcia as estrelas. Uma paixão bonita, ardente... Em menos de um mês, Pierre, esse era o nome dele, já havia comprado uma casa na cidade que Lúcia morava. Passava quinze dias na França, cuidando da sua empresa e quinze dias no Brasil ao lado da mulher amada. E entre idas e vindas os dois iam sedimentando o relacionamento. Numa dessas vindas, Pierre telefonou já do aeroporto internacional de São Paulo:
Lúcia, “mon amour”, estou chegando, ardendo em desejo, com saudade de você.
Lúcia que morava no Rio, correu para o chuveiro, para se fazer cheirosa, linda, faceira, sensual e assim buscar seu amor no aeroporto do Galeão. Mas pobre Lúcia! No primeiro contato com Pierre senti-o arredio. Lucia sugeriu irem direto a um restaurante, mas Pierre continuou mantendo certa distância, diferente do Pierre de sempre, romântico, carinhoso, beijoqueiro. No restaurante sentou-se de frente para Lúcia e não ao lado dela como sempre fazia.
Lá pelas tantas, Pierre não resistiu e disparou a pergunta:
_ Lúcia, você tem piolhos?
Lucia, desconcertada e surpresa respondeu:
_Eu, Pierre? Piolhos? Não Pierre. Estou me coçando? Por que essa pergunta?
E Pierre retrucou:
Lúcia, eu não consigo ficar perto de você, seus cabelos cheiram demais a inseticida.
Foi aí que caiu a ficha de Lúcia. Lembrou-se que pediu pra sua empregada matar uns insetos no seu banheiro e provavelmente ela havia esquecido o spray de inseticida sobre sua penteadeira e no afã de se fazer bela para seu amor, confundiu os sprays e borrifou seus lindos e longos cabelos negros com inseticida em vez do seu fixador habitual.
Desfeito o mal entendido, tudo acabou num tórrido banho a dois, onde Pierre lavou os cabelos de Lúcia, tendo como fundo musical Piaff cantando “NE me Quit Pás”.

Carmen Vervloet

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