Rios

Foto de betimartins

Esta é a triste história do poeta.

Retrato de um poeta

Certo dia, um poeta mal falado, rebelde nas suas palavras, contraditório aos esquemas políticos e portador de uma língua afiada em seus temas. Esse se chama o incomodo da nossa sociedade, o louco e insano. Mudam os ventos, mudam-se as vontades e quem sabe se resta um pequeno osso para ele é o poeta incomodo e palhaço.
Quem sabe se tem sorte e é abençoado por Deus, mesmo que cortem os caminhos, ele insiste em seus devaneios e sonhos e continua na sua luta, este é o poeta esperançoso
Tem aquele que escreve da alma, sem grandes floreados, apenas escreve o que sente e sem grandes ilusões e compaixões, este é o poeta incrédulo o que vier por acréscimos será bem vindo e agradecido, mas ele já agradece o que tem seja muito ou pouco.
Bem existe aquele que coloca palavras caras, palavras que tens que buscar no dicionário, algumas até parecem saídas de comédia, outras queres entender, mas deixas para lá. Esse poeta é o vaidoso de sua obra, aquele que escreve para ele nada mais, há desculpem-me ele é como uma pintura abstrata, esta ali tudo e olhando não vês nada.
Mas tem tanto poeta que perdia a conta aqui para descrevê-lo, mas o que mais revolta é que o verdadeiro poeta, jamais é reconhecido pela sua obra em vida, vendo academias dar prêmios a quem até mal sabe, “quem sabe se souber dar um chuto na vida”, caso para refletir, não?
Um dia quem sabe num futuro próximo o poeta será o filho da ignorância e até premiado.
Onde anda os critérios da vida?
Poeta veste-se de esperança
Trás consigo a ilusão, superando a dor.
Ele tem um dom, o dom da escrita e do amor
Trás para ti o universo, ele recria na sua inspiração.
Ele descreve-te os rios, mares e lugares nunca antes conhecidos
Pinta a natureza com os seus tons da cor do arco-íris
Ele sabe escrever canções que ficam além da vida
Ele sabe rir, chorar e tem família
O poeta é apenas um grande sofredor, Fernando Pessoa disse um dia que “O poeta é um fingidor”, tem razão, pois o poeta é o maior ilusionista e cri ativista porque ele deixa-se levar pela vida, na sua escrita...
Um dia em sua lápide estará gravado assim:
Numa lápide fria, mórbida.
“Aqui jaz um nobre poeta que dignificou a sua terra, acalmado pelo povo e por sua família. As nossas homenagens e agradecimentos.”
E alguém que nem o conhecia para e busca a sua obra... Esta é a triste história do poeta.

Betimartins www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Marilene Anacleto

Um Recado Para a Mãe

*
*
*
*
Foi uma morte violenta,
Desaparecido a vários dias.
A chamada para reconhecimento
Acabou, em parte, a agonia.

Anos e anos, rios de lágrimas verteram
Em meio a Ave-Marias desfiadas
Em rosários, para aquele filho
Que viveu uma vida complicada.

E um dia, num claro sonho ele veio,
Agradeceu por cuidarem do filho.
Disse que, há mais de quinze anos,
Perambulava noutro mundo sem destino.

Mas agora estava cansado, muito cansado.
Antes que pedisse para ser, por anjos, levado,
Pediu que agradecesse àquela mãe
Pelos quinze anos de oração a ele dedicados.

“- Eu sei que ela me ama de verdade,
Não houve um dia que por mim não orasse.
Confiei nos amigos, mais do que na família,
Perdoem-me pelo sofrimento que causei em vida.

Eu gostaria de dar a ela um buquê de rosas,
Rosas de cor champagne, bem bonitas,
Muito enfeitadas, como ela merece,
Para alegrar-lhe um pouquinho a vida.”

E se foi, por Anjos de Branco levado,
Para o descanso que tanto queria,
E nos deixou muito emocionados
Por reconhecer que a vida ainda existia.

Comprei o buquê de rosas, em segredo.
No almoço do Dia das Mães, com a família,
Relatei o sonho claro que tivera
E vi, naqueles olhos, lágrimas de alegria.

E a oração do rosário continua,
Para o marido, para os filhos e o genro.
A fé que tem na Virgem Maria
É muito maior do que o próprio pensamento.

Marilene Anacleto

Foto de Helen De Rose

Essa infinita saudade!

É infinita essa saudade que nos une de vidas passadas...
Essa união dos nossos sonhos que um dia sentimos, e que hoje encontramos em nós.

É infinita essa saudade que habita a melodia desta distância, que nos separa por estradas, onde os horizontes infinitos de carinhos nos unem pelos caminhos dos tempos vividos ao tempo de hoje, ao desaguar nas veredas dos rios e formando as maresias de esperança, quando desaguar nos oceanos do amanhã.

É infinita essa saudade que nos une de vidas passadas...

Essa união dos nossos sonhos que um dia traz em ti, pela demora que passou tão depressa, nos teus gestos de carinho e de amor, que teus olhos trouxeram nas lágrimas de que nunca me esqueceu.

Em cada nascer do dia, antes de te encontrar, por cada dia que vivi longe de ti, entregue ao teu olhar, ofereço-te a Lua, serena, repousando sobre o lençol negro da imensidão da noite, aconchegando seu sono pela janela do seu quarto, enquanto o dia se prepara para o sol raiar pelas manhãs na janela de sua morada.

É infinita essa saudade que nos une de vidas passadas...

São apenas meus olhos que se fecham para o sonho, enquanto esperam por ti e pela Lua para que nos una ao contemplá-la.

Enquanto estiver longe de mim, olhe para a Lua, pois eu estarei olhando sempre pra ela, pensando em ti.

Nossa história de amor é um sonho de uma mulher que te espera no silêncio da saudade, na mudez de um sentir e na eterna simplicidade de te encantar.

Eu chamo por ti meu amor! Eu chamo por ti!

Quando te entrego meu coração decorado com meus pensamentos, entre sopros de beijos, que são levados pelo tempo da tua alma sobrevoando meus sonhos.

Chamo por ti...meu amor!

É infinita essa saudade que nos une de vidas passadas...

Nas lágrimas dos teus olhos quando te faço sorrir, deliciosamente tímido, nos gestos que tu fazes ao me ver brincar.

Somos livres no pensamento de asas que voam pelas linhas dos versos, esboçando nossos sorrisos de liberdade vivida em todos os momentos em que nos encontramos para nos unir.

A ti que nunca partiu...

E a mim que nunca te esqueci...

É infinita essa saudade que mora nos infinitos, lá nesse onde habita as lembranças que desde sempre eu te conheci.

Foto de Cabral Compositor

Retorno

Somos humanos
Somos racionais
Jogamos papel no chão, cuspimos
Levamos o lixo no porta malas do carro e jogamos num lugar qualquer

comemos os peixes dos rios e lagos
Comemos a carne dos animais, tomamos o seu leite e usamos seu couro
Somos humanos e temos propriedade
Arruinamos as nascentes, defecamos nos córregos, nas cachoeiras

Tomamos cerveja em lata e arrotamos bem alto
Sujamos as areias nos litorais, com plásticos, copos descartáveis, chinelos, pneus
Modes, fraudas descartáveis, camisinhas, embalagens de chips e papeis de bala
Juntamos entulhos nos passeios alheios e colocamos fogo em lixeiras

Somos humanos, desumanos com nossos pais, filhos, netos, esposas e vizinhos
Somos extermina-dores dos sentimentos e fortes covardes em atitude e fidelidade
Criamos máquinas para nos complementar, arruinar, aniquilar, destruir
Queimamos as matas, atiramos nas placas das estradas, atiramos no semelhante

Poluimos os mares, o ar, a nossa rua, nossa cidade, nosso estado
Contaminamos as redes sociais, falamos palavrões e damos tapa na cara dos outros
Somos invejosos, maldosos e egoístas, buscamos o bem estar para nós mesmos
Somos humanos incompletos, somos arrogantes, prepotentes e julgamos ser inteligentes

É uma pena, saber que somos humanos, é uma pena não saber sofrer, é uma pena...
Absorvemos o planeta e nada oferecemos a ele, não temos carinho, não cuidamos dele
E a fauna, a flora, as riquezas minerais, o oxigênio, as algas, os plantons, as arvores
E a vida, a nossa vida, a vida dos que ainda vão chegar? e a nossa alma, como está?

Foto de Marilene Anacleto

Sono

*
*
*
*
O sono derruba a cabeça
Que quer escrever mais um pouco.
De dia não dá mais tempo
Nesse mundo torpe e louco.

Nada pára no tempo.
Os rios, as flores, o mar
Amanhecem diferentes.
Mas eu? Preciso descansar.

Dormir é morrer.
Não é certo que se vai amanhecer.
Por isso as plantas não dormem
E pela manhã, novos brotos e flores.

O Ser, numa infinita graça,
De dia põe-se a labutar.
À noite, numa esplêndida aventura,
Passeia idéias, sonha momentos de amar.

A mente cala e o corpo se entrega,
Muita luz agora o corpo habita.
Traz à tona mãos, e talentos e venturas
De um encontro são, rico e infinito.

Marilene Anacleto

Foto de Leidiane de Jesus Santos

Me Diz

Alguém me diz
Por favor,
Por que eu tenho
Que sempre fazer tudo.
Eu também preciso
De um abraço, de atenção.
Eu também me machuquei,
Me magoei e chorei.
Em rios de sangue,
Me afoguei.
Eu também tive
Meu coração dilacerado.
Por que ninguém vê
Que estou de pé
Só por Deus.
Por ninguém vê
Que eu só quero
Viver um amor
Simples e verdadeiro.
Não preciso de muito
Só de sinceridade.
E que o meu sorriso
E só pra disfarçar
Uma vida de decepções.
Deus olha pra mim!
E afasta de mim
As pessoas Interesseiras,
Maldosas e que só querem
De mim, minhas lagrimas.
E coloca em meu caminho
Só pessoas boas de coração
Que não tenham maldades
Que não finjam amizades
Que não finjam me amarem
Por que de ilusões e mentiras
Não quero mais viver.

Foto de Leidiane de Jesus Santos

Incondicional

Vi os seus olhos
Chorarem por mim
Vi seu coração
Sangrar por mim
Vi sua vida desmoronar
Por minha causa
Vi tuas suplicas
E as minhas renuncias
Vi tua preocupação
Em eu me magoar
Vi o teu desespero
Ao te deixar.

Fugi do que era seguro
Sumi dessa paz
Para enfrentar o desconhecido
Fui desaguar em outros rios
Passei pelas tempestades
Moinhos de sentimentos
Enlouqueceram-me.

Me vi sem você
Sem tua proteção
Fui lançada para todos os lados
E sem conseguir
Me agarrar em você
Sem ter você para me segurar
Cai num buraco tão profundo,
Tão escuro, me perdi.

E sem você
Encontrei forças próprias
Que eu não imaginava
Que havia em mim.
Me ergui na fé em Deus
Me ergui por mim e por você.

Por que tudo isso?
Por minha imaturidade.

Joguei fora tudo para o ar
A minha vergonha
A minha Vaidade
E com o coração remendado
Machucada por mim mesma...

Estou aqui!

E sem precisar me humilhar
Sem eu precisar implorar
Mesmo depois de tantas mágoas
Eu vi seus braços
Abertos a me receber
Como se já soubesse,
Que isso iria acontecer.

Só estava me esperando
Acordar desse sono da ilusão
Que me mantinha longe de você
Longe desse amor tão bonito.
Que sempre esteve ali
Mesmo distante
Do mesmo jeito,
Até mais que antes.

Que eu tanto procurei
Que eu tanto esperei
Se tornar realidade
Estava o tempo todo
Do meu lado
Graças a Deus que eu acordei
Antes que fosse tarde.

Você me mostrou
Um amor humilde
Sem vaidade,
Um amor sem orgulho,
Um amor que supera tudo,
Um amor de verdade,
Amor incondicional.

Foto de betimartins

Tocam os tambores de alegria.

Tocam os tambores de alegria.

Escuto o rir da minha criança
Entre as brincadeiras do meu Ser
Voando livre, sobre o belo horizonte
Descansado, feliz, no arco-íris...

Escuto as águas, correm felizes
E os meus pés, elas refrescam
Minha alma se suaviza, atrai
Todos os meus segredos escondidos...

Escuto o belo canto dos ancestrais
Entre a brisa que corre na montanha
Vejo o amor da fênix, o piar da águia
Os tambores batem ao longe, ferozmente...

Tudo permanece no mais amplo silêncio
Os rios correm para seus cursos
Os mares permanecem profundos
As montanhas ainda com vida...

E eu, ainda escuto meus ancestrais
Na voz do tempo que não encerra
No lamento da terra, que acalma
A sua alegria, nos filhos da felicidade...

São filhos do amor, filhos de Deus
São meus irmãos, ternas flores
Jasmins, rosas brancas perfumadas
Que os meus ancestrais acalmam...

Escuto as flautas tocarem a paz
Entre hinos de amor, harmonia
Que meus antepassados tocaram
Um dia, para os amados, filhos da terra

E meus ancestrais choram de alegria
Entre os despertares, da nova era
Onde os chamados, que são de amor
Na construção do novo horizonte...

Terra sem guerra, sem ódio
Terra cheia de produtividades
Sem cobiça, apenas fraternidade
Onde a união é um fato consumado...

União dos mundos, da terra
Dos seres tão aflitos, na dor
Não precisam mais de sofrer
Apenas viver na concordância...

Onde o respeito é ordem do dia
E as crianças o nosso maior tesouro
Nossos velhinhos, os nossos mestres
E tocam os tambores, dançam...

São os nossos ancestrais em alegria
Pois virá na terra um dia a amizade
Que amanha é será apenas mais um dia
A renascer dentro de ti e mim...

Foto de Marilene Anacleto

Amor

Amor do coração para cima
Amor de andar nas nuvens
Amor dos tempos de menina
Amor de dois impossíveis.

Amor é para todo o corpo
Amor é para o abraço
Amor é de sentir o peito
Amor é deitar no regato.

Amor é flutuar na praia
Amor é banhar-se no céu
Amor é não fugir da raia
Amor é despir-se do véu.

E sentir no corpo o cheiro
Essências divinas e únicas
É sentir o Pai como obreiro
De peças perfeitas sob túnicas.

Amor é união de almas
De plantas, animais, terra e rocha
E a água, tal qual serpente,
Emoção que tudo entrelaça.

Folhas e aves serpenteiam nos rios
Pássaros formam bailados no céu
A harmonia preenche o vazio
Dos que têm coragem de retirar os véus
E se entregar a um amor incerto.

Marilene Anacleto
04/12/99

Foto de Marilene Anacleto

Alegria onde estás?

*
*
*
*

Meu Deus, que tristeza é essa?
Já não posso mais vencer
Derramar rios de lágrimas
É o que mais quero fazer.

Aquela que era alegre
Parece até que morreu.
Essa que se apresenta,
Ah, essa não sou eu!

Hoje vivo a procura
De algo que seja alegre.
Alguns já me aconselharam:
“Toma a taça de vinho e bebe”.

Mas não é dessa maneira
Que quero que venha a mim
Almejo a alegria interna
A alegria do amor, enfim.

Do amor que me abençoa,
Com um suave abraçar.
Do amor que me faz gente,
E que ama o meu amar.

Marilene Anacleto
19/12/97 - 06:45h

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