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O sono derruba a cabeça
Que quer escrever mais um pouco.
De dia não dá mais tempo
Nesse mundo torpe e louco.
Nada pára no tempo.
Os rios, as flores, o mar
Amanhecem diferentes.
Mas eu? Preciso descansar.
Dormir é morrer.
Não é certo que se vai amanhecer.
Por isso as plantas não dormem
E pela manhã, novos brotos e flores.
O Ser, numa infinita graça,
De dia põe-se a labutar.
À noite, numa esplêndida aventura,
Passeia idéias, sonha momentos de amar.
A mente cala e o corpo se entrega,
Muita luz agora o corpo habita.
Traz à tona mãos, e talentos e venturas
De um encontro são, rico e infinito.
Marilene Anacleto