Olhos

Foto de Carmen Vervloet

Verde de Amor

Ontem, voltava da minha bucólica Santa Teresa, quando dei carona a uma conhecida que vinha para Vitória, a cidade que me adotou. Minha Ilha do Mel! Uma viagem tranquila, transitando entre matas preservadas, vigiadas pelos olhos atentos dos bravos descendentes de italianos que guardam e cuidam de suas origens e cultura e resguardam com amor e gratidão, principalmente a terra que acolheu seus antepassados, hoje considerada uma das melhores qualidades de vida do país. Mas minha conhecida não era uma teresense e muito menos uma cidadã sustentável. Logo no começo da viagem atirou pela janela do carro uma garrafa de água mineral que havíamos acabado de beber. Parei o carro imediatamente e fui lá recolher a garrafa colocando-a no lixinho do mesmo. Vi-a espantada com meu gesto e logo me perguntou:
- Qual o problema de se jogar uma garrafinha na beira da estrada?
- Tive que desfiar um rosário de inconveniências começando pela dengue e acabando com enchentes também causadas pelo lixo que não deteriora. Mas percebi, na minha sensibilidade, que ela não disse amém!
Depois deste incidente comecei a refletir o quanto o próprio cidadão, com pequenos gestos como o que acabara de ocorrer, é responsável pelas catástrofes que estão acontecendo por todo o mundo, ceifando vidas, deixando tantos desabrigados, derramando rios de lágrimas, causando tanto sofrimento. E pensei:
- Por que não começar pela internet uma conscientização do cidadão sustentável? Já que as indústrias e as empresas não deixam de poluir porque não abrem mão de seus lucros, já que os meios de comunicação nem sempre denunciam porque precisam dos anúncios dos mesmos, já que o governo pouco faz, por que então, nós cidadãos que pagamos nossos impostos e que não temos nada a perder, (a não ser nosso próprio planeta que a cada dia reage com mais violência às agressões dos homens, além de nossa saúde, nossa alegria, nossas vidas) por que não iniciarmos uma educação do cidadão sustentável?!
Chegando em casa vi um artigo no jornal A Gazeta, falando sobre o profissional sustentável. Tomei então conhecimento que na minha querida cidade de Vitória, vários profissionais estão fazendo sua parte. O gerente de uma empresa, por exemplo, que mora relativamente próximo ao seu trabalho, aproveita seu “hobby” que é andar de “skate” para chegar até lá. Junta prazer e saúde à sustentabilidade, pois deixando seu carro na garagem evita a poluição causada pelo automóvel, além de se exercitar e economizar combustível, assim evitando desperdícios. Se não vai de “skate”, vai de bicicleta, e segue os ensinamentos de sua mãe que sempre lhe dizia para não deixar a porta da geladeira aberta por muito tempo e apagar a luz ao sair de um ambiente. Fica aqui um alerta, para as mães, que desejam um futuro mais seguro e mais alegre para seus filhos. Educação começa no berço, torne seu filho um cidadão sustentável, principalmente com seu exemplo.
Talvez, alguns perguntem:
- O que é um “cidadão verde” ou um cidadão sustentável?
- O “cidadão verde” é aquele que tem comprometimento com a consciência ambiental, reduzindo o impacto do planeta, transformando-se num exemplo para os outros. Poderia listar uma série de hábitos do nosso dia a dia que precisam urgentemente ser mudados, como comer carne bovina, usar copos descartáveis e sacolas plásticas, separar o óleo utilizado em nossas cozinhas para ser reciclado, da mesma forma que o lixo, deixar mais vezes o carro na garagem, dentre outros procedimentos. Deixo aqui meu apelo para que os cidadãos pesquisem, planejem e alterem seus hábitos, pois estamos assassinando o PLANETA TERRA. Terra que nos dá o alimento, a água que bebemos, enfim, a vida! Amo esse nosso Brasil, de verdes matas, rios caudalosos, límpidas cachoeiras, flores multicoloridas, praias morenas e povo gentil. Vamos salvar “Gaia” e assim estaremos salvando o Brasil e em consequência, aos nossos descendentes. Fica aqui meu apelo de amor!

Carmen Vervloet

Foto de KAUE DUARTE

Apenas em um olhar

É no horizonte que o sol se esconde
Onde as mãos não pegam
Mais o olhar alcansa
Onde o brilho se espalha pelos ares
Mesmo nós não merecendo
Assim como um belo olhar
Espalhando seu brilho
E muitas vezes escondendo o medo
No fundo do coração
Seus olhos brilham como estrelas
Que enfeitam o céu como dia de festa
Olhos que não mentem
Que dissertam o amor expresso
Quem olha assim não precisa dizer nada
As janelas da alma mostram a resposta
Belo rosto que preserva a inocencia
Menina em fase mulher
Não te conheço, porem reverencio seu coração.

28.06.2011 KAUE JESSÉ //*

Foto de Xaverloo

E por falar em mimos e flagelos

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Esperas que eu venha em sinais e gestos dissolver meus olhos em rendição
Na pureza e beleza dos teus
Que por encanto bem passariam por correntes de maldição

Esperas pela força que me arrasta
Me prende
Sufoca
E se estende até onde não há dor ou felicidade

Esperas
Pelo calor e perfume que exalas
Me desarma
E após liberta.
Liberta-me inda que por tuas palavras mudas
Teus sinais
Teus gestos

Esperas que eu me renda ao teu vicio nato em tornar-me teu
Possuir-me por objeto de uso ou desuso
Acaso e descaso
Visível ou desprezível
E eu insurja jamais.

Pois rendo-me
Sem hesitar ou resistir
À esse movimento oscilante entre prender-me e livrar-me a ti e de ti
Por precisar-te demais
Por respirar teus encantos
Por entender que fosse a vida resumida em uma só palavra
Esta seria o teu nome
Em letras garrafais
Em cores fortes e berrantes
Em grito ecoando aos céus de todo o mundo
Teu nome e nada mais.

Xaverloo

Foto de Nailde Barreto

"Miopia do amor"

Miopia do Amor.

Hoje, observei o raiar do sol,
E, por um instante, parei.
Pensei na incerteza do futuro,
Pensei na indecisão do presente,
Pensei no caos que é a dúvida da emoção,
Então, por que tenho que viver aqui,
Figurante em meio a tanta encenação?
Enquanto os canais lacrimais insistiam em gotejar,
Revelando o intrínseco desejo
Do coração que apenas quer o amor reverenciar.
Preciso de direção,
Para encontrar o caminho, ainda turvo
E desenganar os meus olhos,
Que ainda teimam em vendar-se com ilusão.
Vendar-se-á? Vendar-se-ia?
Por migalhas de amor,
Pura ilusão de ótica, miopia!

_ escrito em 27/06/11_

Foto de CarmenCecilia

PARIS É UMA FESTA...FOTOGRAFIA E HOMENAGEM

Paris é uma festa é uma homenagem a Cidade Luz e ao grande amigo arquiteto e fotógrafo Roberto Matheus por seu aniversário.

Fotos magníficas e de uma beleza ímpar. Um verdadeiro cartão postal dessa cidade maravilhosa.

E o que diria Ernest Hemingway:

Sem a intensidade da paixão,
a vida é, sem dúvida,
uma cilada cujo limite
é a comodidade,
cuja verdade
é o medo de ir demasiado longe"

Ernest Hemingway

Sans l'intensité de la passion,
la vie est sans aucun doute
un piège dont la limite
est la commodité,
dont la vérité
est la crainte d'aller trop loin "

Ernest Hemingway

Magnifique!
La vie est belle, Paris est une fête!

Carmem Cecilia

"Uma viagem não se inicia quando se cai na estrada e não termina quando se chega ao destino estabelecido. Ela começa muito antes, e na prática nunca termina. Já que a fita magnética da memória continua girando na cabeça".
(Ryszard Kapuscinki)

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
(Amyr Klink)

Foto de JORMAR

Sem TI

Saio à tua procura, sem te encontrar
olho para o céu e vejo a lua escura a me olhar
que sentido quero dar a minha vida?
sem ti percebo que fico perdida
entro nos lugares e busco tua presença
quero um consolo, um colo, tua amizade
curtir a musica, tomar um drink, caminhar pela cidade
sem ti tudo fica vazio, insensível, sinto a indiferença
a musica se propaga no ar,
as vezes anima-me, me faz irritar,
não tenho tua presença para me consolar
então penso muito em ti,
do quanto seria importante estares ali
a me olhar nos olhos, sentir a musica na alma
flutuar no compasso da melodia
escutar de ti o quanto queres me amar
e simplesmente me por a dançar....

Foto de cnicolau

Vitória

Deus nos da a vitória,
porém nos deixamos vencer.

Deus nos da a conquista,
porém chegamos atrasados.

Deus nos da a escolha,
porém somos escolhidos.

Deus nos da a sua presença,
porém não o vemos.

Deus nos da o livre arbítrio,
porém erramos o caminho........

Caminho este muitas vezes repleto
de pedregulhos, de buracos,
de espinhos...

Pedi a Ti um conselho,
um ombro amigo,
e me deste um grande presente.
Presente este entregue pelas mãos
daquele que me estendeu a mão
quando mais precisei.

O que dizer...

Obrigado,
Somente obrigado.

Por tudo o que tem proporcionado
em minha vida.

Grandes decepções,
Grandes acertos.

Grandes percas,
Grandes ganhos.

Grandes distâncias,
Grandes conquistas.

Pessoas que reaparecem, do nada
e que me fazem ver,
fazem-me sentir importante,
especial e forte...

O passado de vez em quando volta
a me atormentar, a me cutucar,
a tentar me empurrar ladeira abaixo.

Minha mente esvai-se,
Meu corpo esfria,
sinto-me esgotado...

O futuro vem,
me segura pela mão,
me levanta,
me transmite carinho,
e me abraça forte...

Faz-me sentir calor novamente.
Meu corpo esquenta,
sinto tranquilidade, PAZ.

Olha-me fundo nos olhos,
como se pudesse absorver a dor
e levá-la para longe.

Acaricia-me como se eu fosse
a última pessoa do mundo,
com amor, com respeito e
admiração...

O que dizer?
O que pensar?

Digo que agradeço a todo dia.
Penso não ser por acaso.

O acaso não tem mais lugar
no destino, no rumo que escolhi
para minha vida...

Obrigado

Cleverson Luiz Nicolau
26/06/2011

Foto de Allan Dayvidson

APENAS SER

"Jamais peça permissão para existir..."

APENAS SER
Por Allan Dayvidson

É hora de encarar fatos,
De parar de medir palavras
E dizer o que há muito tempo já falava.

Não dá para continuar na ponta dos pés.
Há tanto a ser alcançado na estrada,
Mas não dá para abandonar mais nada

(Não deixe seu coração para trás...)

Tendência cruel,
Essa de viver para nunca decepcionar,
Existir para sempre ceder seu lugar.

Agora, devolvo seu nome,
É o momento de sentir sua própria fome,
De viver o sentimento que nunca some

(Agarre sua liberdade...)

Prepare-se para sangrar,
Mas, dessa vez, você escolhe pelo que lutar,
Dessa vez, você é seu próprio lugar.

Nunca é tarde, nunca é desperdício,
Nunca é fácil.
Mas nada pior que viver como um triste cão dócil.

(Escute atentamente ao que você mesmo diz...)

O não dito importa.
Numa lâmina cega, só você se corta.
Então, nunca feche seus olhos
Para o notório em seu coração.

Não mate as palavras que pretende pronunciar.
Não sufoque o ar que gostaria de respirar.
E acredite em mim,
Um dia,
você estará pronto
Para apenas... ser.

Foto de Allan Dayvidson

TUDO QUE EU JÁ SEI

"O fim, muitas vezes, é só o ponto preciptante de algo que acaba aos poucos..."

TUDO QUE EU JÁ SEI
Por Allan Dayvidson

É assim que sempre acontece
e a mesma pergunta se repete:
“Você gosta de mim?”
“Você gosta de mim?”

E no alto de minha solidez,
você se infiltra em minhas bases,
faz de mim, iliquidez.
Mas você gosta de mim?
Gosta mesmo de mim?

Gostaria de fazer perguntas que merecessem respostas.
Gostaria de poder cegamente fazer minhas apostas.
Mas como tudo que eu já sei,
você não surpreende.
E passo por todo este sentimento, me perguntando
por quê você não sente.

Despeço-me olhando aflitivamente,
Meus olhos vasculham o que se passa em sua mente.
Vejo você acenando,
ensaiando um adeus.

Procuro apoio, procuro minha casa.
Mas eu só queria mergulhar em você
e que águas não fossem tão rasas.
O que hoje chamo de lar
é o mesmo lugar que você está prestes a deixar.

Mas depois de tudo o que passei,
volto para onde comecei.
Mas agora sei,
eu sei dessa vez...
E como tudo que já sei, você não surpreende.
Mas não posso passar uma vida inteira, me perguntado
por quê você não sente.

Foto de Carmen Lúcia

Morada da poesia

Ainda não sabia de poesia...
E seus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas
e sem nenhum esforço, conseguir tê-las.

Ainda não sabia de poesia...
E de seus passos, a mais linda coreografia,
de sua alma a expressão que traduzia
naquela dança, a vida que em si surgia.

Ainda não sabia de poesia...
Fixava seus olhos no desabrochar da flor
e a via pequena, gigante, de toda cor.
Nenhuma outra magia a tiraria desse torpor...

Ainda não sabia de poesia...
Seus pés descalços na água do mar
transformavam sal em açúcar
e as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
batizavam seu corpo de menina e moça.

Percebeu a poesia...
Ao descobrir o descompasso de seu coração.
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
e no papel
registrou o que sentia...

Sentiu a poesia...
Descobriu sua morada.
Por todos os cantos, recantos,
encantos e desencantos.
Viu-se cercada...

E a poesia mora
na lágrima que rola,
no sorriso que esconde a dor,
no riso anunciando amor.
No botão que se transforma em flor.

Ela está por toda a parte.
Basta apenas perceber
e do estado latente,
fazê-la acontecer.

_Carmen Lúcia_

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