Olhos

Foto de Allan Sobral

Fusão - (Schwanticamente Sobral-natural)

Minha mente anda em um ritmo frenético, ao ponto de me irritar facilmente pelas coisas complexas serem tão simples, as coisas que alguns julgam tão muito, serem para mim muito pouco.
Sinceramente peço perdão pela minha petulância, mas me viciei nos olhares que me oferecem jogados ao ar, pois ao ar só deixo suspiros tristonhos e carentes. Pois por de traz deste olhar firme e cortante, carrego lagrimas, ainda que raras, mas existentes, lagrimas que até hoje poucos entenderam, precisamente só um amigo chamado violão, uma dama chamada rosa, e um grupo de dançarinas das noites vazias conhecidas com estrelas.
Mas ainda não cria que houvesse outro, pensei que do meu planeta eu fosse o ultimo, e que nossa espécie já havia sido extinta, e esqueceram de mim. Mas não! Sobrou um ser, que é originalmente do sexo oposto, que foi escondido e criado muito distante de mim, mas que tem a marca da espécie, o poder de se comunicar através dos olhares.
...olhe em meus olhos, converse sem usar palavras, gargalhe da piada que não contei, chore da dor que não é sua, cante a canção que nunca toquei, viaje comigo até a estrela que dei seu nome, olhe a Terra comigo daqui da Lua, entenda as doze poesias que escrevi ao pensar em uma palavra que nem disse, ande comigo por este lugar que nem sei se é real, acredite na sua verdade simplesmente por acreditarmos que é, seja feliz pois a felicidade nasceu em nosso coração.
Dai-me sua mão, dobraremos nossos joelhos, e oraremos dentro de um templo ainda que desconhecido.
Dai-me sua mão, guerrearemos sozinhos contra todo o resto, um Guerreiro Massai e uma princesa Amazonas.
Dai-me sua mão, cavalgaremos com o vento beijando nossos rostos, Apolo e Artemis.
Dai-me sua mão, e enfrentaremos um mundo que não foi feito para nós, pois nós fomos feitos para ele, e provaremos que o mundo não é um lugar bom, mas vale a pena lutar por ele, e não temos maior responsabilidade que ser feliz.

Allan Sobral

Foto de Fernando Vieira

Felicidade

Felicidade
(Fernando Vieira)

A felicidade não está na Terra
Pois essa pertence à outra esfera
Longe das vendas que cobrem os olhos
E que deixam nossas mentes cegas

Muitos a buscam incessantemente
Mas não sabem onde procurar
Não percebem que ela está na gente
Escondida em algum lugar

Na fé propriamente dita
Nas entranhas do órgão coração
Na vontade que se faz bendita
De ajudar todo e qualquer irmão

Amor luz divina
Clarão de simplicidade
Virtude maior que ensina
Compreender tal felicidade

Que Deus abençoe a todos
Iluminando um a um
Habitantes dessa gleba Terra
Que vivem sem sentido algum

Ilumina assim as nossas mentes
Livra-nos de todo mal
Livra-nos da hipocrisia
Fortalece Pai nossa moral!

Foto de Ana_Rosinha

Lagrimas na Cara

Do meu olho caiu uma lágrima
e lágrimas foram caindo pela cara.
São lágrimas de saudades tuas...
São lágrimas de amor por ti...
São as minhas lágrimas que caem sem
parar por ti...
Porque tu és a lágrima que vai descendo
pela minha cara.
E nessa mesma lágrima o teu retrato nela brilha.
Tu és a lágrima dos meus olhos.
Só tu e que percebes as lágrimas que vão caindo
dos meus olhos.
Porque tu és a minha grande lágrima.
A lágrima da minha vida.
Porque tu és a minha vida.

Foto de Ana_Rosinha

A Ribeira

Adoro ver as águas da ribeira a correr
porque são os meus olhos que choram por não te ver...
E bom saber que está água tem vida e vive numa natureza
é a vida que eu procurava...
E bom saber que a água percorre por longos caminhos
mas eu só tenho um caminho, o caminho da felicidade
que só tu me podes dar...
E bom poder molhar os meus lábios que nestas águas
correm porque só tu me podes molhar com os teus
magníficos beijos...
E tão lindo poder-me sentar a beira de uma ribeira e ver
tudo o que ela me pode dar, mas pensando em ti...
Porque só me podes dar tudo o que ela me da...
E o meu cantinho está em ti num lugar especial chamado
o cantinho do amor...

Foto de Rute Mesquita

Os três desejos e os cinco sentidos

Quando sonhamos de olhos fechados tudo se realiza. Todo o impossível se torna possível. Todo o ocasional se torna evidente. Todo o curto se torna demorado e intenso. Todo o celeste se torna terreno. E é após esta breve apresentação que vou fechar os meus olhos e sonhar…

Vejo uma pena, que baloiça no ar à música do vento, vai para lá e vem para cá… e falta pouco para nas minhas mãos quentes e ansiosas pousar. Talvez eu possa apresa-la, dançando com ela. Balanço-me para cá… balanço-me para lá e aqui está ela nas minhas mãos.
Traz consigo um recado, diz que peça três desejos que ela mos irá realizar esta noite. Pois vou pedir muito silenciosamente o primeiro.

I.Desejo: o seu encontro, o despertar dos cinco sentidos.

Avisto a sua casa, entro por aquela porta pela primeira vez sem precisar de chave ou de um convite, atravessei-a por e simplesmente. Sinto os meus pés a gelarem com a fria madeira do chão de uma sala colorida. Continuo a andar… atravessei outra porta e eis um corredor. Um corredor estreito e confortante que acaba numa pequena varanda. Sinto presenças vindas de dois quartos situados na lateral direita do corredor e uma atracção que me chama ao segundo quarto. Eu deixo-me ir, deixo de conseguir resistir de controlar o meu corpo. Entrei… vejo um quarto cheio de memórias de momentos de amor, de paixão, de partilha, de cumplicidade, de entrega. Vejo recordações, vivi-as em milésimas de segundo, mas mais que isso vejo o seu corpo coberto de um lençol fresco. Pareceu-me que fiquei uma vida a contempla-lo. Aproximei-me, como se os meus cinco sentidos quisessem mostrar-se apurados. A Visão foi o primeiro sentido a fluir. Contemplei aquele corpo durante uma vida sem um único pestanejar, com as pupilas contraídas, fazendo o seu trabalho, regular toda aquela luz vinda daquele ser angelical.
O Olfacto seguiu-se. Cheirei a sua pele, cheirava a um aroma único e só vindo daquele corpo, chamava-se ‘sedução’. Qual será o cheiro da sedução? Não sei responder, pois ainda só vi e cheirei.
A Audição apressando-se, foi o terceiro sentido a fluir. Ouvia atentamente o seu respirar, que me lembravam o som das ondas do mar, ora avança onda, ora rebenta onda… retrocede areia e assim repetindo-se infinitas vezes. Oiço um palpitar desequilibrado, quase que um chamamento. Oiço os seus olhos adormecidos a mexerem-se, estará também a sonhar? Estará à minha procura?
Irrequieto o Tacto quer ser o próximo. O Tacto que se concentra todo em usar as minhas mãos. E é então que começo a sentir um manto fofo, que pica um pouco e se entranha por entre os meus dedos, é o seu cabelo confirma a Visão. Continua o Tacto… percorre a sua face com todos os pormenores, as sobrancelhas, as pálpebras, as suas pestanas, o seu nariz inconfundível e os seus lábios carnudos. ‘Como são belos, Tacto’, diz a Visão. E o Tacto não pára… sente agora as suas orelhas perfeitas de tamanho ideal. Desço mais um pouco… as minhas mãos descem o seu pescoço como se fosse um simpático escorrega. Finalmente o seu peito… um peito que sobe e desce em curtos espaços de tempo. ‘Está a respirar’, diz a Audição. ‘E o seu coração está a bater mais que nunca, Audição’, acrescenta o Tacto.
O Paladar impaciente quer acabar em grande mas, o Tacto pede-lhe que o deixe pelo menos sentir as suas parceiras, as suas outras mãos. Então lá foi o Tacto percorrendo aqueles seus longos e musculados braços até às suas metades. As suas mãos, grandes, suaves… onde as minhas encaixam perfeitamente como o sapato no pé da Cinderela. ‘Agora tu Paladar’, diz dando uma força a seu sortudo contíguo.
O Paladar, como seu instrumento usa a minha língua. Sinto um gosto doce… um gosto que sabe a amor. Como se saboreia o amor? A Visão diz, ‘ao ver este corpo esbelto’, o Olfacto atropelando diz ‘ao cheirar a sua pele’, a Audição unindo-se ao Tacto responde: ‘É mais que isso meus caros companheiros, o amor provém do batuque do seu interior’.
Curioso e surpreendido continua o Paladar. Sinto que estou a passar a minha língua agora na sua orelha, tão macia com pequenos pelos que cobrem provavelmente todo o seu corpo quase que imperceptíveis. Pairo agora nos seus lábios, provo a sua sede, o seu desejo. Como se prova a sede? Como se prova o desejo??
O Paladar continua sem se surpreender pelo silêncio dos outros sentidos. Percorro agora o seu queixo, o seu pescoço e agora o seu peito… encontro uma pequena cova por onde passo e passo lambuzando a sua pele. Até que o Paladar indignado sente uma outra pele... uma pena, é isso era uma pena e pede ajuda à Visão para que lhe explique o que significa. E a Visão atentamente observa a pena e lê no seu verso: ‘Pede agora o teu segundo desejo’ e ai os sentidos perceberam que o seu tempo tinha acabado…
Pedi então o meu segundo desejo, levando todos estes aromas, todos estes sons, todas estas cores, todos estes relevos e todos estes gostos.

II.Desejo: o despertar do corpo adormecido.

Pedi, pedi que este corpo adormecido acordasse. E assim aconteceu, o corpo esbelto que havia explorado despertou e eu estava deitada a seu lado contemplando-o. Ficámos eternidades a olhar-nos olhos nos olhos… e sei que não foi um desperdício de um desejo nem de tempo.

III.Desejo: A união dos dois corpos e os seus respectivos sentidos.

No seu olhar vejo ‘Pede agora o teu último desejo’ e foi então que pedi, pedi que os sentidos se unissem de novo e provassem a sedução, o amor, o desejo, a ardência, a paz, a magia, a sintonia, daquele corpo e assim se realizou… por entre aqueles lençóis que antes frescos e agora quentes e transpirados, numa luta escaldante e exploradora entre os cinco sentidos de ambos os corpos.

E ainda bem que não há um quarto desejo e sabem porquê? Porque não queria pedir para acordar…

Foto de Edigar Da Cruz

A vida no maior cemitério do Mundo

A vida no maior cemitério do Mundo

Um silêncio de morte. As cores e os sons da vida. Assim se cruzam a essência e a ausência no maior cemitério do Mundo.
No final, parece que estivemos ali. E que fomos recebidos como visitas bem-vindas para ouvir falar da vida num local que tresanda morte. Mas de olhos postos no futuro.
Um filme cheio de verdade onde o espectador entra no maior cemitério do Mundo, sem vontade de lá sair. Ou de ficar mais o fato e concreto tem dias na vida que parece que estamos, em um IMENSO CEMITERIO SEM FIM..onde tudo parece nebuloso parecemos estar no meio do nada e nessa hora que nos encontramos e olhamos bem de visão de frente que na morte e, da vida renascemos vivos e mais fortes de visão para vencer ! que para vencer uma grande guerra e preciso olhar e ver e sentir o SANGUE JORRA feito agua e chgar a conclusão que a vida se olha para frente, de olhar de futuro e que ficou para tras foi somente escuridão e resto e viver sempre o presente pois o melhor disso e o agora ..o real tá ai a vida e que si dane os olhos terceiros simplesmente a regra da vida e VIVER

Autor: Ed.Cruz
Savage-Love.

Foto de Diario de uma bruxa

Porque se foi

Quando foi que você se foi
Quando os olhos eu fechei
Por um descuido me distrai
E quando olhei
Você já não estava mais aqui.

Quando foi que acordei
Não me lembro nem quando dormi
Só sei que quando acordei
Você já não estava mais aqui

Porque se foi
Deixando-me aqui
Perdida... Sem saber se acordo
Ou se volto novamente a dormir
Pelo menos em meus sonhos
Você esta aqui.

Poema as Bruxas

Foto de Melquizedeque

Venenosa

Guardei os teus resquícios na aurora celeste
Pois teu corpo tu me deste em um coito encarcerado
Transpassaste dos arquétipos para um medo ancestral
E vejo a peste trazida do leste que não se pode mais curar

Em seu pólen venenoso respiro o cheiro desse gozo
Para nunca mais ter prova de que sou tão trivial
Na sombra da fumaça encaro os olhos da desgraça
Seja abundante ou escassa para ver o teu flertar

Na loucura da chama negra, da luz obscura
Encaro a neblina inflamada por sua obsessão algemada
Caminho na lua crescente, passo portais em tempestades sorridentes
Faz-me ser um lobo errante que feri a noite com uivos mortais.

(Melquizedeque de M. Alemão, 12 de julho de 2011)

Foto de Edigar Da Cruz

FALAR DE ANJO! É FALAR DE VOCÊ!

FALAR DE ANJO!
É FALAR DE VOCÊ!

.Meu anjo de amor! quem disse que os anjos
Só existem nos céus!....
Eles estão por ai em nossa volta entre eu você!
Em forma de pele HUMANA de vestes que se misturam ao meio de nós e as, vezes, nem percebemos,..nos observamos com os olhos
Brilhantes, e doces e meigos sorrisos radiada a cada, dia a sensação de plenitude escondida em cada segundo ali vivido...
E esses anjos em formato humano nos pregam peças, essa mesma que tem forma de estrela linda!Que descem aos montes para nos ensinar o verdadeiro sentido do termo amar do verbo amar..
. Das palavras de AMOR se espalham entre as flores de encantos e arvores de vida que exalam ar de vida..dos corredores e pelas ruas sem fim
Esses anjos não param um minuto por onde passam sempre chamam atenção...
Atenção pelo carisma das palavras que saem as palavras! de luz do seu lindo sorriso falando de amor...encantam e muito...e anjo mesmo..
SUPRRENDEM DEMAIS...
E nos emocionam,.. e não gostam de fazer alarde
Preferem os pequenos gestos e pequenos atos,..
Que elevem grandes proporções capazes de mudar o sentido das nossas vidas...
Existe anjo em vestes de pele humana
Existe somente um que descobri em formato de mulher que chamo de amor infinito...
SEM SENTIR O MEU ANJO,..nada seria como é!..
SEM SENTIR..o amor desse meu anjo seria um crepúsculo de dor,..
Tu es o anjo da minha vida em forma e pele de mulher.
Meteoro das Emoções

Ed.Cruz

Foto de Monique Souza

Palavras soltas em rimas bobas.

Palavras soltas em rimas bobas.
Poderia te dar o céu.
Poderia te dar o Mar.
Porém nada disso faria você me amar.
E por várias vezes ri descontroladamente só para impedir as lágrimas que havia dentro de mim alcançasse meus olhos e assim transbordassem para fora de mim, e assim me deixando fora de si.
Sim, eu poderia ter chorado incontrolavelmente. Mas assim eu demonstraria meu lado frágil e sentimental, onde sentimentos dominam a razão e todo o meu ser é controlado pelo coração.Mas ainda sim, perdi as contas das vezes que chorei ao te ver ir embora, desesperadamente, sem saber a data de tua volta.
Cansei de me esconder por trás de meninices, só pra você não perceber que realmente o que eu queria era te ter.
Então agora decidir acabar com seu jogo de sedução, que já conseguiu destruir o meu coração.Pois posso ser boa pra rimar, mas não o suficiente pra você me amar. Pois o amor não se conquista com rimas, mas sim com atitudes e palavras. E foi este o meu grande erro, só dizer e escrever, porém nada fazer. Mas enfim não sei como posso te esquecer, pois o melhor de mim, só encontro em você.
E assim vou vivendo com medo de ti perder, mesmo sem te ter, pois nunca tive coragem de ti dizer, o quanto eu amo você.

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