Ninhos

Foto de Izaura N. Soares

Perdendo-se nas lembranças

Perdendo-se nas lembranças
Izaura N. Soares

Hoje a tarde está silenciosa, calma,
Apenas a água da cachoeira que cai
Lindamente em forma de véu
é que faz o seu barulho habitual.
Lá fora os pássaros presos gorjeiam
em seus ninhos contemplando a beleza
que para eles, vem do céu.
Com meus pensamentos,
os delírios se apresentam ardentes
cheios de saudades, de lembranças
Que me perco ao lembrar-me
do quanto amei do quanto esperei.
Hoje, só restam passagens
de um momento feliz
de um tempo que foi crucial,
para viver plenamente este amor.
E este amor não me deixa esquecer
o quanto você é importante.
Não se esqueça, que a aurora
do dia anda sempre junta
com a brisa do amanhecer!

27/08/2009

Foto de LuizFalcao

Minha Helena

De Luiz Antônio de Lemos Falcão.

Meus olhos, minhas janelas!
Lá fora a vida punge urgente,
Agita-se,
Segue em frente!
Fora de mim, o farfalhar do arvoredo ao vento,
Traz em murmúrios da natureza, uma melodia singular!
À luz do sol, dançam as flores no vai e vem que a suave brisa conduz,
Exalando os odores primaveris!
Expelem no ar incontáveis, minúsculos grãos de vida; o pólen.
Pétalas multicores e exuberantes tornam plena a íris dos olhos

Meus olhos, minhas janelas!
Atrás deles minha alma sorri.
Felicidade!
Tudo é festa no intenso azul do firmamento.
Pássaros enchem de vida as cópas verdejantes,
Entre galhos retorcidos a vida não brinca;
É palha no bico!...
É palha nos ninhos!...
É palha nos ovos!...
É a vida na palha!...
Doces acordes da primavera!

Meus olhos, minhas janelas!
Expulsam-me para fora,
Puxam-me para dentro da vida que vibra num palpitar veemente;
É brisa que passa por entre os fios dos cabelos,
O dourado dos raios de sol, que vazam as folhas das arvores e
O toque quente dos seus afagos à pele.
Amor! Paixão! Sedução!
O carinho das gotas de chuva de um dia assim.
O desejo de um simples querer;
E assim, eu saio de mim.
E de mim, a tristeza alça seu vôo pelas janelas,
Olhos da minha alma.

Meus olhos, minhas janelas!
Diante deles a primavera!
O colibri!
O raio de sol!
A chuva serôdia!
A amiga minha!
A Minha Helena!

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

VOCÊ ME ENCANTA (Dueto:Reinaldo Ribeiro e Anna - A Flor de Lis)

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Você Me Encanta! (Dueto Flor de Lis Reinaldo Ribeiro)

Você me encanta com seu olhar de menino.
Com seu jeito atrevido e inexperiente.
Você me deixa acanhada e também atiçada.
Com esse jeito inocente a me desvendar.

Você me encanta com sua alma leve.
Um menino em busca do novo se atreve.
Em busca do diferente escondido no meu intimo.

Seu jeito moleque atrevido de menino
Desordena minha experiência de mulher.
Atiça minha mente viro adolescente.
Encanto-me com seu jeito menino
De me amar.

*-* A Flor de Lis

Ah, como você me encanta!
Que até minha alma canta em serenata à tua beleza;
Que me enfeitiça com sutileza e em suas asas me levanta;
Anjo de dourada manta, que me domina com destreza!

Você me encanta de tal modo que passeia em meus instintos;
Os seus poderes infindos me agasalham por desejos absolutos;
Atraem meus intuitos, abastecem meus fascínios;
Teus dourados cabelos são ninhos para meus seduzidos surtos!

Pelo bronze de tua pele, pela relva de teu olhar;
Quero declarar que ao te reportar em me resumo em deslumbramento;
Que és um monumento, perfeita obra, provocante ao paladar;
Outras já puderam me interessar, mas não com tanto encantamento!

*-* Reinaldo Ribeiro.

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Obrigada querido e grande escritor poeta Reinaldo Ribeiro.
Foi com grande satisfação que fiz este dueto com você.
Afinal Reinaldo Ribeiro é Reinaldo Ribeiro.
Espero que deste nasça muitos outros duetos.
Abraços floridos e perfumados A FLOR DE LIS. *-*

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

O destino brinca comigo





No silencio da noite fria você surge
Vagueia meus pensamentos fragmentados
Sentimentos fragilizados
Voo pra longe de mim.
Ninhos desfeitos, sonhos abortados.Lágrimas.
Caminhos interrompidos
E o destino brinca comigo!

No teu amor, me senti amada
Nos teus braços, protegida
Na tua vida, fui a esperança
Na minha vida, o recomeço
O último amor que me conduziu a alma
O único que aqui vive...eternamente
E o destino brinca comigo!

Perolas morrem ...colar desfeito
Do pouco, fiz muito. Do azedo, fiz mel
Das dores, o sorriso
Das cores opacas, a luz cintilante
Encontrei a saída do labirinto
Navegando em ti achei abrigo
E o destino brinca comigo

Tremores, abalos, vulcões e maremotos
Misturam às flores, doces e fragancias
Tropeço, levanto, perco a direção
Toma-me às inquietações, incertezas
Sonhos esvanecidos na madrugada
Nosso amor, nosso porto seguro
Mas o destino, teima em brincar comigo!

Foto de DeusaII

Fala-me de amor...

Fala-me de amor....
Da brisa que corre na primavera,
Dos pássaros que constroem seus ninhos,
Das alegrias partilhadas pelos amantes.
Fala-me de amor,
Daquela tremura que dá em nosso corpo,
Das lágrimas de felicidade,
Dos corpos que se perdem em desejos.
Fala-me, dos beijos traiçoeiros
Que fazem a alma sorrir,
Da esperança que renasce a cada dia,
Do fogo que nos queima por dentro..
Fala-me da paixão
Que faz nossa mente flutuar,
Dos sonhos sonhados em conjunto
Como se fossem um só.
Fala-me do espelho dos olhos,
Que transmitem ao coração sentimentos profundos
Que nos deixa num estado de puro torpor, de puro êxtase.
Fala-me de amor,
Não daquele amor fugidio,
Mas daquele que a distância não separa,
Que o fogo não destrói.
Fala-me daquele amor,
Que não morre nunca,
Como se vivesse colado a nós.
Fala-me desse amor,
Que se mantém numa eterna saudade,
Num eterno anseio
Sempre esperando que as horas nunca passem.
Fala-me de amor,
E pode ser que conquistes minha alma,
Meu coração, e todo o meu ser!

Foto de pttuii

Fugir

Fugir, mas sem fazer com que me aperceba de cobardias adstritas. Aliás, sempre vi nas imposições de limites ao bater de asas, uma forma de conter abismos deleitados. Quase como se derrubasse uma ponte estreita, de palhota, entre o quase e o consumado, o impossível e a medalha de ouro, o escuro e a alva.
Conheci-me numa fase em que desdenhava que teria alguma vez futuro. Sentia-me surdo, e se alguma vez falei com o devir, tornei-me capaz de ignorar a lição de métodos que porventura tenha sido proferida. Vesti-me antes de sonolência, com um xaile de xadrez fortuito, que nem sequer já conseguia aquecer. Passaste por mim sem que eu te compreendesse, e frustrei em mim mesmo o que me pareceu um pedido.
Ainda vais a tempo de traduzir o refastelamento sintáctico que me pareceu ter percebido. Se calhar foi ladaínha. Provavelmente nem foi nada. O que restou? Sou incapaz de me dar de mãos vazias. Prefiro longos campos de trigo, com um vento inquiridor que, de sorriso de criança em riste, deixa na terra uma fenda igual a amor ensanguentado. Sobram pequenos resquícios de um conflito benemérito. Galhos de árvores sucedâneas do limbo, ninhos de pássaros que, indiscretos, explicam em linguagem pré-românica a diferença entre um segundo, e o outro.
Dá para ponderar a pouca estima que existe entre as pessoas que guardaram o passado em meias rasgadas. Envolve-as um fumo azul, medíocre, que eu nunca tive por nunca ter querido fazer da lealdade uma nódoa de pequenas dimensões, no quadro resoluto da existência.
Acabei. Fico-me pelo suficiente das coisas simples. Sem necessidade de fugir.

Foto de Sonia Delsin

INFÂNCIA TÃO FELIZ

INFÂNCIA TÃO FELIZ

Eu corria
com tição na mão.
Cantava com minha vozinha infantil.
Vagalume tem tem.
Teu pai tá aqui.
Tua mãe também.

Eu corria.
Nas árvores eu subia.
Quanta estripulia!
Nos ninhos eu mexia.
Cigarras perseguia.
Quantas novidades a cada dia!

Tudo era emoção.
Guardo estes anos da infância no fundo do coração.
Nunca que vou esquecer aquele pedaço de chão.

Foto de DeusaII

Fala-me de amor...

Fala-me de amor....
Da brisa que corre na primavera,
Dos pássaros que constroem seus ninhos,
Das alegrias partilhadas pelos amantes.
Fala-me de amor,
Daquela tremura que dá em nosso corpo,
Das lágrimas de felicidade,
Dos corpos que se perdem em desejos.
Fala-me, dos beijos traiçoeiros
Que fazem a alma sorrir,
Da esperança que renasce a cada dia,
Do fogo que nos queima por dentro..
Fala-me da paixão
Que faz nossa mente flutuar,
Dos sonhos sonhados em conjunto
Como se fossem um só.
Fala-me do espelho dos olhos,
Que transmitem ao coração sentimentos profundos
Que nos deixa num estado de puro torpor, de puro êxtase.
Fala-me de amor,
Não daquele amor fugidio,
Mas daquele que a distância não separa,
Que o fogo não destrói.
Fala-me daquele amor,
Que não morre nunca,
Como se vivesse colado a nós.
Fala-me desse amor,
Que se mantém numa eterna saudade,
Num eterno anseio
Sempre esperando que as horas nunca passem.
Fala-me de amor,
E pode ser que conquistes minha alma,
Meu coração, e todo o meu ser!

Foto de Carmen Vervloet

OLHOS QUE VEEM, CORAÇÃO QUE SENTE

No meu coração, gravada em felicidade, a fazenda Três Meninas! O casarão caiado em branco, portas e janelas pintadas em ocre, a varandinha, como mamãe chamava, com jardineiras repletas de gerânios coloridos e camaradinhas que caiam até o chão. Em frente à casa, estonteante jardim, onde borboletas faziam seu ritual diário, beijando com amor a cada exuberante flor, cena que meu coração menino guardou para sempre. As cercas todas cobertas por buguenvílias num festival de cores. Em seguida ao jardim, o pomar com gigantescas fruteiras (olhos de criança, enxergam tudo maior), mangueiras, abacateiros, laranjeiras, goiabeiras e tantas outras que não se conseguiria enumerar, onde com a agilidade da idade subia, não só para colher e saborear os frutos maduros, mas, para ver de perto os ninhos de passarinhos, que papai com sua profunda sabedoria, já me ensinava a preservar. Passava horas sobre os galhos das minhas fruteiras prediletas, principalmente goiabeira, que era só minha, ficava ao lado do riacho, onde também costumava pescar. Lá do alto, no meu galho preferido, junto aos pássaros, voava em meus sonhos de criança feliz!
Nos meus devaneios, fui mãe (das minhas bonecas), fui anjo (nas coroações de Nossa Senhora), viajei pelo mundo (sempre que via um avião passar), fui menina-moça (sonhando o primeiro amor). Na vida real fui criança feliz, cercada pelo amor e carinho de minha doce mãe, de meu sensível e amigo pai (ah! Que saudade eu sinto de você, pai), de minhas duas irmãs mais velhas que faziam de mim sua boneca mais querida, colocando-me sobre uma pilha de travesseiros, num altar improvisado sobre a cama de meus pais, onde eu era o anjo, na coroação que faziam de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha apenas dois anos e se o sono chegava, a cabecinha pendia para o lado, logo me acordavam, pois não podiam parar a importante brincadeira.
Já maior, menina destemida, levei carreira de vaca brava, só porque me embrenhei na pasto, reduto das vacas com suas crias, para colher deliciosa jaca, que degustara com o prazer dos glutões. O cheiro da jaca sempre me reporta às boas lembranças da Fazenda Três Meninas... Até hoje tenho uma pequena cicatriz na perna, que preservo com carinho, sinal de uma infância livre e feliz. Desci morros em folhas de coqueiros, cavalguei cavalos bravos, pesquei com peneira em rio caudaloso! Ah! Tempo bom que não volta mais!...
Mês de dezembro. Tempo de expectativas e alegrias. Logo no começo era a espera do meu aniversário, da minha festa, do vestido novo, do meu presente, o bolo, a mesa de doces com os deliciosos quindins feitos por mamãe. Depois a expectativa do Natal, a escolha do pinheiro, do lugar estratégico para montar a imensa árvore, os enfeites coloridos, estrelas, anjinhos, bolas que eu ajudava mamãe a pendurar, um a um, com delicadeza e carinho, junto à certeza da chegada do bom velhinho, em quem eu acreditava piamente, com todos os presentes que havia pedido por carta que mamãe me ajudava a escrever. O envelope subscritado com os dizeres: Para Papai Noel – Céu
E depois era esperar a chegada do grande dia. Era o coração batendo em ansiedade, era a aflição de ser merecedora ou não da atenção do bom velhinho. Quando chegava o dia 24, sentia o tempo lento, as horas se arrastando, o sapatinho, o mais novo, sob a árvore, desde muito cedo, o coração batendo acelerado. Mal anoitecia, já deixava a porta entreaberta para a entrada de Papai Noel e corria para minha cama tentando dormir, sempre abraçada a minha boneca preferida, para acalmar as batidas do meu coração. O ouvido apurado para tentar ouvir qualquer ruído diferente. Era sempre uma noite muito, muito longa! Os olhos bem abertos até que o cansaço e o sono me venciam!
No dia seguinte, cedo pulava da cama. Que grande felicidade, todos os meus presentes lá estavam sob a árvore. Era uma festa só! Espalhava os presentes pela casa toda, na vitrola disco LP tocando canções natalinas, função de papai que adorava música... (Ah! Papai quanta coisa boa aprendi com você). Lembro-me bem de um fogãozinho, panelinhas, pratos, talheres que levei logo para o meu cantinho, onde brincava de casinha. Lembro-me também de uma boneca bebê e seu berço que conservei por muitos e muitos anos.
Todas essas lembranças continuam vivas dentro de mim, como se o tempo realmente tivesse parado nestes momentos de paz e felicidade. Os almoços natalinos na casa de meus avós paternos onde toda a imensa família se reunia em torno de uma enorme mesa. Vovô na cabeceira, vovó sentada a sua direita, tios, tias, primos e mais presentes para as crianças, comidas deliciosas, sobremesas dos deuses, bons vinhos que eu via os adultos degustarem, (depois do almoço, escondida de todos, eu ia bebericando o restinho de cada copo), arranjos de frutas colhidas no pomar, flores por toda a casa e depois minhas tias revezando-se ao piano, já na sala de visita, onde os adultos tomavam cafezinho e licores. A criançada correndo pelo quintal, pelo jardim, pelo pomar... Tantos momentos felizes incontáveis como as estrelas do firmamento! Momentos que eternizei no meu coração.
Hoje o tempo é outro, a vida está diferente. Muitos se foram... Outros chegaram... Os espaços estão reduzidos, as moradias se verticalizaram, as janelas têm grades por causa da violência, as crianças já não acreditam em Papai Noel, desapareceu o espírito cristão do Natal para dar lugar a sua comercialização, as ceias tomaram o lugar dos grandes almoços em família, da missa do galo...
Mas a vida é dinâmica e temos que acompanhá-la. Os grandes encontros de família são raros. As famílias foram loteadas, junto aos espaços, junto a outras famílias, junto à necessidade de subsistência.
Nada mais é como antes, mas mesmo assim continuamos comemorando o nascimento do Menino Deus, em outros padrões é verdade, mas com o mesmo desejo de que haja paz, comida e felicidade em todos os lares.
Feliz daquele que tem tatuado nas entranhas da alma os venturosos natais de outrora vistos por olhos que vêem, olhos atentos de criança, sentidos com a pureza do coração!
Olhos da alma, sentimentos eternizados!...

Carmen Vervloet
Vitória, 23/12/2008
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À AUTORA

Foto de Sonia Delsin

OUTRO PLANO

OUTRO PLANO

Enroladinha debaixo do pano.
Um sonho.
Ter voz de soprano.
Outro plano.
Silhueta.
Careta.
Espio por detrás da cortina azul.
Espio.
E rio.
Sou aquela menininha que ficou presa no retrato.
Sou de fato.
A menininha faltando dois dentinhos.
A alisar os filhotinhos nos ninhos.
Que plano me foi traçado?
... se vivo aqui e do outro lado...

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