Ninhos

Foto de Odir Milanez da Cunha

O VÔO DO PASSARINHO

O VÔO DO PASSARINHO
Odir, de passagem

Onde vás nesse vôo, passarinho!
A tarde cai, o dia se completa.
A luz já não te dá voar sozinho,
pois quem sozinho voa é o poeta!

Acalma o vôo, voa de mansinho,
o vento frio a tua vista afeta.
Por que tardaste a volta para o ninho,
quando a noite nos ninhos se projeta?

Pondera se te espera algum espinho,
espinho que te fira e roube a vida,
até que cesse o curso do caminho.

Refece as tuas asas na descida,
contenta com cantigas teu cantinho
e surta as sombras de sinais de vida!

JPessoa, 19.01.2011

Foto de Carmen Vervloet

CANTO DE ESPERANÇA

CANTO DE ESPERANÇA

De dentro do meu coração
bateu asas o passarinho,
fugiu do seu alçapão
foi em busca de outros ninhos.
Foi cantando liberdade
entre fogos de artifícios
estimulado pelas festividades
num momento de armistício...
Feliz Ano Novo! Feliz Ano Novo!
Cantavam todos em uníssono.
Os anjos sorriam do alto,
o luar prateava o asfalto,
o povo brindava a chegada,
celebrava o novo ano...
Pedia felicidade,
fazia planos e planos.
Pedia saúde, alegria,
dinheiro e paz, muita paz...
E da torre da fantasia
meu sonhador passarinho
vislumbrou o que importa:
O pão de cada dia,
o amor plantado na horta
as ondas de boa energia
invadindo cada porta.
A paz rompendo as comportas...
Só então pousou nos fios da esperança
e cantou feliz, feliz!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet

Foto de Joaninhavoa

Ninhos

*
Ninhos
*

«.... Eles não sabem nem pensam saber
do ponto e da vírgula e do ponto final
da Lua castelos do Sol rios de sal
das margens flocos de nuvens a fazer...
ninhos d`amor.»

Joaninhavoa
(helenafarias)
17/10/2010

Foto de betimartins

Meu grito!

Meu grito!

Grito! Neste momento
Com a dor, que eu sinto.
A, dor da desunião.
Desorientação
Da loucura
Da indiferença...

Grito! Pela mãe aflita
Que acolhe seu filho
Morto por uma arma
Mal arrumada
Parando nas
Mãos erradas
De outra criança...

Grito! Pela criança
Que foge para a rua
Por falta de amor
Por medo e abandono
Por abusos e esquecimentos...

Grito! Pelos meus antepassados
Que, antes eram amados, respeitados.
Hoje, são encostados num lar.
Nauseabundo, sem amor.
Num canto da casa
Atrás de uma porta fechada
Para não incomodar...

Grito! Pela falta de governantes
Capazes, corretos e inteligentes.
Humanos, sem medo de errar.
Mas que trabalham para a união
Trazendo a concordância dos povos
Num mundo com mais esperança
Sem tanta podridão e egoísmo...

Grito!Respeito a nossa natureza
Pelos oceanos limpos, água transparente.
Onde nossas baleias podem ser livres
Pela nossa mata verde, bem tratada.
Onde os nossos passarinhos fazem ninhos
Livres, dos pesticidas, dos cortes de árvores.
Pelo rio, que corre apressado, água doce.
Limpa, onde nossos animais saciam a sede...

Grito! Pelo respeito ao criador, que o esqueceram.
Neste mundo que nos foi dado para cuidar e amar
Onde devíamos ser unos, cheios de luz.
Cheios de esperança, amor e prosperidade.
E onde nem sabemos a nós mesmos, nós cuidarmos...

Mas meu grito maior é pela Paz
Paz aos homens
No dia que o homem
Souber ter paz
Em si mesmo
Eu não vou mais
Gritar...

Foto de Sonia Delsin

PROFUNDAMENTE

mais um dia que chega
uma manhã que nasce
minha alma renasce
bebendo com o olhar o orvalho do gramado
não me dói mais o passado
mais um dia
alegria
é contagiante o canto dos passarinhos
fui uma criança de mexer em ninhos
tudo em busca da energia
em tudo enxerguei poesia
atravessei a vida assim
espiando a vida
esta foi a minha lida
sentir o mundo
ir ao profundo

Foto de Carmen Lúcia

Antes de ir...

Antes de ir...
removeste pedras cravadas em meu caminho,
fertilizaste o solo orvalhando amor onde reinava a dor,
plantaste em cada parte de meu ser, semente tua
e teus raios de sol iluminaram minh’ alma nua...

Antes de ir...
traçaste rotas para eu seguir sozinha,
suavizaste a aridez do chão pra não me sangrar espinhos,
poetizaste vazios, fundos buracos frios
e no lugar de vácuos , versos construíram ninhos.

Antes de ir...
compuseste a nossa canção...
e me pego a dançar contigo, plena de emoção,
rendo-me a um louco desejo por ti...
que mesmo não estando, sei que estás aqui.

Antes de ir...
ensinaste-me a viver...
fizeste-me crer que o amor não se acaba com a morte,
preparaste-me para inexplicáveis despedidas,
que a partida é o recomeço da chegada
e o que parece fim é o início de uma nova vida.

Carmen Lúcia

Foto de Flávia Simplicio

Educação ou Detenção ?

Educação ou Detenção ?

Domingo nublado,
parece futuro lançado.
Família reunida,
com a saudade presente,
trás a dor, abre ferida,
que protocola a ausência.
Ausência que marca a história,
de quem busca viver o agora,
de quem parte pelo mundo afora,
para buscar sem deter,
tudo que precisa para vencer.
E, nesta cidade aconchegante
um presídio a construir.
Será esta a merecida chance,
Para os jovens não mais partir?
Ou é a sorte que nega
No aprendizado intervir ?
Essa pergunta virou moda
Nas ruas, arquibancadas,
ônibus, jardim ou calçada,
que sem resposta nem nada,
segue com omissão,
para sua conclusão.
Por que não á educação?
E por que sim á detenção?

O povo se revolta
É um caminho sem volta
É preciso reagir
É preciso interferir
É preciso manifestar
É preciso lutar.
Somos povos com direitos
Merecemos respeito.
Somos mais que votos,
objetos de eleição,
Somos filhos desta terra,
somos parte desta Nação,
Amamos a natureza,
o verde em profusão,
e para que haja beleza.
que viva a educação.
Igualdade de todos,
descrita na constituição,
Onde o” Estatuto da Criança”,
É mais que embromação.
E se, aquela rua fosse minha,
não mandava ladrilhar
muito menos decorar,
ela tem seu próprio enfeite,
a natureza está lá,
protegendo o ar que se respira,
sem que a liberdade expire,
onde vive passarinhos,
que com amor fazem seus ninhos.
um lugar de criança brincar,
não para presídio alojar.

Flávia Simplício Rodrigues
Todos Direitos Reservados

Foto de Sonia Delsin

SE EU MORRER AMANHÃ...

Se amanhã eu morrer.
Ah! Eu quero viver!
Como se amanhã eu fosse morrer.
Quero sentir o vento, a chuva, banhar-me ao luar.
Quero namorar.
Beijar, abraçar.
Como se amanhã tudo fosse se acabar.
Quero dizer as pessoas o quanto as amo.
Quero a todos contar...
Do meu amor.
Pelas flores, pelas crianças.
Pelos velhinhos que andam pelas ruas.
Pelos que vivem em abrigos.
Pelos que estão acamados.
Quero dizer o quanto são amados.
Se eu morrer amanhã vou tranquilamente.
Sei que tudo começará novamente.
E estarei mais fortalecida a cada nova vida.
Quero deixar registrado tudo que tenho amado.
As borboletas, os passarinhos.
Fui de bolir em ninhos.
Não para destruir.
Mas para sentir.
O mundo.
Eu sou assim.
Um ser profundo.
Se eu morrer amanhã deixarei um legado.
Tudo que por mim foi registrado.
Não passei no mundo simplesmente.
Fui poeta e palavras eu distribui.
Contei em verso e prosa.
Fui neste viver uma alma menina.

Foto de Carmen Vervloet

Primavera em Santa Tereza

Chega rasgando a terra...
Colorindo em matizes a serra!

Hipnotizando olhos tantos
que seu encanto de luxuriantes cores,
florescência exuberante,
enternece o mais insensível coração
que se abre em admiração
face o fascínio e explosão das flores!

O céu de um azul intenso,
pano de fundo imenso
para o bailado de passarinhos
que em revoada deixam seus ninhos
voando alto em saudação
à rosa, rainha da estação!

Pétalas amarelas caem
suavemente em minha mão,
outras displicentemente se vão
deixando um rastro de delicioso perfume,
alma da flor!

No céu um sol inocente
faz germinar outras sementes,
no ciclo incessante da vida
a terra parteja singelas margaridas,
brancas e puras,
envolvidas no manto da candura!

Fico a admirar tamanha beleza
e a indagar o autor de tanta perfeição
e grandeza
o Supremo Criador que nos oferece
com arte e delicado amor
este animado mundo em cor!

Ando pelas ruas da cidade, a pé.
Minha alma agradecida, plena de fé
o canto dos canários da terra
somando-se à extasiante prenda,
Santa Teresa vestida em flores e renda!

Carmen Vervloet

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