Ninhos

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

OLHE PARA OS PASSAROS NOS CEUS

OLHE PARA OS PASSAROS NOS CEUS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)
Olhe para os passaros nos ceus
E veja como eles voltam e se vao
Peca-os que levem os recados seus
Para aquele que vive no seu coracao
Se por acaso eles pousarem na sua mao
Enquanto voce amarga o adeus

Olhe-os voando pelo meio do arvoredo
Sempre renovando os seus ninhos
E veja como eles enfrentam sem medo
A furia enorme dos redemoinhos
E peca-os para lhe contar de novos carinhos
Se voce ainda nao descobriu este segredo

Olhando para os passaros pequeninos
Que desafiam tantos perigos
Voce pegara a redeas de seu destino
E destruira os seus inimigos
E esta e umas das mais belas licoes
De que a vida sempre se renova sem medo
Pois apesar de todas as perseguicoes
Os passaros voltarao a cantar amanha cedo

Olhe para os passaros nos ceus
E renova a sua vida inteira
Varra de seu coracao o adeus
E faca-o virar poeira, sim poeira
E quando lhe visitar a sabia laranjeira
Ela sera a primeira
A levar os recados seus
De uma pessoa feliz, audaciosa e verdadeira.
© 2011 Islo Nantes Music

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

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Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de anamauer

"Ainda que os filhos agasalhem-se em outros amores"

*“Ainda que os filhos agasalhem-se em outros amores...”

“Ainda que os filhos agasalhem-se em outros amores...”
Estas palavras saltaram das páginas de um livro, percorreram cada milímetro do meu ser e se instalaram em meu coração. A saudade se fez presente, pois me transportou para um passado onde eu, mãe, bastava para agasalhar meus filhos.
Mas esse agasalho perfeito e na medida certa, aos poucos foi ficando pequeno, portanto substituído. Assim como seus pijaminhas que foram trocados por outros modelos, tamanhos e de acordo com os gostos de cada um.
Eu, como todas as mães, sonhei em estar sempre perto dos meus filhos para guiá-los e protegê-los a vida inteira. Só que contradizendo meus próprios sonhos, os ensinei a andar, comer, banharem-se sozinhos. Eu os preparei para tornarem-se cidadãos respeitáveis, cumpridores de suas responsabilidades. Eu os incentivei a terem garra e coragem para enfrentar esse nosso mundo que não é nada complacente com quem sucumbe frente desafios. Eu, a exemplo da natureza, mais precisamente da ave águia, dei-lhes (ainda que emocionalmente cheia de conflitos), o primeiro empurrão para que voassem sozinhos, pois grande era o medo que eu sentia de um dia não conseguirem sobreviver sem que eu estivesse por perto.
Filhos preparados para esse momento já esperado. E eu? Estou preparada para esse momento? As palavras “já não precisam mais de mim” soam em meus ouvidos sem tê-las ouvido. Hoje, cada qual ruma construir seu próprio ninho, “já se agasalham em outros ninhos”. Entristeço-me, como se só agora sentisse o corte do cordão umbilical e só agora me conscientizasse de que os filhos são criados realmente para viverem suas vidas.
Comigo foi assim também quando deixei a casa de meus pais para viver a minha vida. Assim como minha querida mãe enfrentou esse momento e todas as mães enfrentam, também irei enfrentar. Continuarei cumprindo a outra etapa da minha missão de mãe que é apoiá-los, incentivá-los na nova caminhada e ficar aqui orando e torcendo para que o aprendizado que tiveram comigo, faça parte do que eles serão daqui pra frente.
Quero aprender com a independência deles, ser ajuda em suas necessidades e me sentir feliz vendo-os felizes, porque “ainda que se agasalhem em outros amores” e estejam mais distantes, acredito que levarão para sempre a certeza de que, enquanto eu viver, serei a mais entusiasta aplaudindo seus sucessos, continuarei sentindo suas dores como se fossem minhas e estarei de braços abertos, em qualquer ocasião, para estreitá-los em abraços de carinho, conforto, colo e muito amor.

autoria: anamauer

*Do livro QUATRO ESTAÇÕES – Editora Adonis
(...e outras prosas – MÃE - pág. 145)
Autora Terezinha Rocha Poles

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

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Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Vervloet

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet

Foto de betimartins

Hino de amor à natureza

Hino de amor à natureza

No verde que minha vista já não alcança, no espaço repleto de beleza eu vejo as rolinhas, felizes e contentes debicarem seus petiscos, os insetos soltos por ali...

Entre os vôos de marcar territórios, os bem-te-vis são agressivos por demais, disputa o pobre pica-pau de penas avermelhadas, fazendo mesmo assim as suas graças na árvore...

Olho o lago com suas imensas águas, espelhando Dourado do Sol, refletindo as nuvens e as árvores dali, e na beira do lago os canto agitados dos quero-queros, querendo eu longe dali...

Entre os pulares nas árvores gigantes, olho e não consigo entender vejo misturados no verde os belos periquitos a namorar, que algazarra eles fazem ali...

Observo as outras árvores e vejo os ninhos do joão-de-barro, quanta perfeição e observo ali e quanto trabalho árduo ele tiveram pelos seus amados filhinhos...

De repente escuto o barulho na água de um mergulhão quase azul e esverdeado a pescar, que belos vôos ele fazia na água, rumando para a enorme castanheira descansar...

Ruídos estranhos e estridentes me fazem olhar para as arvores vizinhas, qual é o meu espanto que vejo famílias de sagüis espreitarem-nos, alguns ainda muitos bebezinhos...

Perdemos em breves pensamentos, ao ver tanta união ali, os bebês seguirem suas mães e lembrar quantos de nós os humanos mataram e maltrataram as nossas crias...

Jamais são deixados ao esquecimento, nem deitados ao lixo, apenas são animais, mas que cuidam verdadeiramente das suas crias como as mães devem ser de verdade...

Olho para o relógio e vejo que são onze horas, vejo gente com seus lanches, para ficar a descansar do trabalho, ficando apreciar o que a natureza ali oferece...

Rasga o silencio da represa, o trem que esta chegando ali, sãos os mais variados vagões de mercadoria, onde outrora era o café que mais se transportava ali...

O Sol se esconde por breves momentos, ficando tudo no mais absoluto silêncio, a penumbra sobressai ali recolhendo os nossos pensamentos...

As nuvens são arrastadas pelo vento que suavemente se faz sentir, deixando o Sol, emergir trazendo o calor e iluminando tudo por ali...

Uma pequena serenata se escuta ali, como agradecimento á vida que corre ali, de novo o barulho das águas, são a belas famílias de capivaras, que vem descansar ali...
Na cor prata da água, vejo emergir os peixinhos, buscando os restos de comida, deixados para as famílias de patos que vivem espalhados ali...

Observo a vida em forma bruta, quanto ela é majestosa, recheada de coisas tão belas como o amor, partilha vivida por eles ali...

Imaginei um verdadeiro artista pintando aquele quadro visto ali, quais seriam as cores pintadas, até os detalhes das minúsculas borboletas e as belas libelinhas voando por ali...

Alegre e completamente feliz, quis dançar ali, esvoaçar como os pássaros, cantar como um canário, como se fosse uma oração e agradecimento a vida...

A paz que eu encontrei e senti ali, apenas é a melhor união com Deus, o mais belo hino de amor cantado pela natureza para mim...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net 25 de Março de 2011

Foto de Sandro Nadine

Lógicas

A beleza do Cristal vem da pedra,
A claridade da luz vem da escuridão...
Se os olhos se prendem à Terra,
O Céu deixa de ser contemplação...

Caminhar sobre espinhos,
É também caminhar sobre rosas...
Enquanto as aves constroem os seus ninhos,
Os homens cavam as suas covas...

Animais também são vidas,
Vidas são propósitos...
Propósitos são medidas,
Medidas são Lógicas...

(Sandro Nadine)

Foto de betimartins

A vida em forma pura

Respirei fundo, senti o ar fresco entrar nos meus pulmões
Meu corpo dançou ao sabor do vento, balançando a mente
Entre momentos de alegria, por estar ali, partilhar a beleza
Vi as montanhas, com suas arvores imponentes e suas copas
Onde milhares de passarinhos, fazem seus ninhos e seus lares
Vi o riacho que corre apressado, para ir de encontro ao mar
Quantos peixinhos nadavam pelo rio, entre pedras reluzentes
Refresquei meus pés e parte de minha alma, ali, no momento
Caminhei devagar, para a imensa pradaria, o verde imenso
As flores, margaridas amarelas, desapontado, abrindo levemente
Ao sabor do Sol, pequenas orquídeas selvagens, nascem na terra
O violeta era a cor predominante, a cor que acalentava meu coração
Tudo era digno de um pintor registrar na sua mais bela tela pintada
Nada cansada e ainda mais desperta, caminhei e dei com uma cascata
Como tudo era belo, intenso, profundo, o verde reluzindo na água
A água cristalina, deixando ver tudo que ali dentro vivia a vida pura!
Via plantas serem regadas pela água que parecia cristais e suas cores
As cores do arco-íris, que agradecia ao Sol sua visita e a luz do momento.
A noite chegava, eu já estava bem junto ao mar, o mar imenso e misterioso
Caminhei e brinquei na areia, deixando meus pés descansarem e se molhar
Sentei-me numa bela rocha, fiquei a observar o mar, as estrelas que desciam
Querendo beijar a água e as sereias que estavam em belos cantos de amor
A Lua estava vaidosa, querendo namorar os homens do mar, os marinheiros
Que navegam a procura do amor, a procura da magia e da imensidão das noites
Entre os gritos dos golfinhos, as gaivotas gritam ao mar, resgatando a comida
E eu ali, ali sentada, naquela rocha, que muitos diriam que não tinha vida
Mas tinha sim, tanta vida, tanto amor, que a água a refrescava gentilmente
Para seus crustáceos não morrerem de sede, senti uma mordida no pé
Uma leve pontada, eu olhei e um pequeno caranguejo curioso e zangado
Por estar a invadir sua praia seu espaço, sorri e pedi desculpa, olhei para o céu
Naquele momento a mais bela estrela cadente, quis me presentear em um desejo
Deixei uma lágrima de contentamento fugir em meu rosto, apenas pedi a paz.

Foto de LillyAraujo

Sem Pressa

Ah, eu estou me sentindo meio descrente da vida, sabe? Com meu corpo sedentário sobre a cama por horas a fio, e já quase atrofiando a alma.

Estou com vontade de fugir de tudo que é urbano. Esquecer os fios conectores, o Bluetooth, Ipods, ou qualquer coisa que tenha teclas, ou telas, ou façam qualquer som frenético. Vontade de deixar esse mundo que se tornou tão aflito, e que tem sempre muita pressa. Onde tudo é manejado por um apertar de botões. Meus ouvidos estão feridos!

Estou com sede de terra molhada, de sentir o aroma de grama amassada, de formiga esmagada, enquanto o único som que se possa ouvir seja dos pássaros lutando no ar, numa dança de acasalamento, paz e alegria; que seja o som das cortadeiras picotando suas folhas e marchando por entre os trieiros, como se fossem soldadinhos; que seja o som dos estalidos dos gravetos que se desprendem das árvores ou do bico das passarinhas que ajeitam maternalmente o ninho dos seus filhotinhos. Quero ouvir o som das águas batendo contra as pedras e fazendo esculturas infinitas.

Quero adentrar-me no rio e me deixar levar pelo seu leito tortuoso, e sentir a água me abraçar, e a brisa me acariciar. E ir percorrendo o seu caminho sem pressa. E ter tempo de observar o céu azul claro, e uma diversidade de aves cortando o seu espaço, todas leves e belas, alheias ao meu observar. E sentir o sol bater intermitente no meu rosto, entrecortando os ramos das matas ciliares que circundam o rio onde meu corpo bóia, como uma pluma, feliz!

E assim continuar percorrendo juntos às águas, caminhos que eu nunca conheci, até que o dia seja noite. E sentir agora os dedos enrugados, e o bater das minhas mandíbulas pelo frio do rio, e isso também me deixar feliz.

E me refugiar depois em uma das margens. Jogar meu corpo na areia e ficar inerte. Observar cuidadosamente que o céu trocou sua roupa anil por saias alaranjadas, que pouco a pouco vão se tornando azul turquesa, e salpicos como lantejoulas vão lhe sendo cosidas, em forma de estrelas.

E no frio acolhedor da areia me deixar ficar um pouco mais, e notar que os sons também se transformaram. Agora, o bater das asas dos pequenos passarinhos silenciou. Dormem aconchegantes em seus galhos e ninhos. E as cortadeiras também foram descansar. Ainda estalam os pequenos gravetos que se desprendem, e o som das águas escultoras também continua o mesmo. Lentamente os anuros começam a reger a orquestra do anoitecer: sapos; pererecas e rãs, “gritam” e saltam desenfreadamente, como se quisessem alcançar os pirilampos piscantes pregados à grande teia que é o céu, e assim, comer uma a uma, cada estrela.

Estou com sede dessa paz que há muito não sinto. Estou com medo de jamais torná-la a sentir. Presa na cadeia Cidade-Grande, onde os sons são sempre de botões, buzinas, palavrões e, acima de tudo, de pressa. Muita pressa.

© Por Lilly Araújo-Direitos Autorais Reservados.

Foto de betimartins

Diário da minha vida – Parte um

Diário da minha vida – Parte um

Minha vida é um faz de conta encantado, onde eu fui menina bem pequenina entre lembranças, birras, choros e gargalhadas.
Correndo entre os passeios do jardim da minha amada casa, lembro do balouço branco abanando com o vento, aquela menina sentada na cadeira de ferro, com o livro sobre a mesa, sentindo-se a dona do mundo.
Lembro do dia em que fiz a minha comunhão na candura do meu vestido minha alma estava confusa sobre o medo entre o gélido frio que sentia por medo de errar em algo.
Não entendi ali o magnífico momento e comunhão com Deus, coisas de criança distraída e teimosa.
Ainda lembro-me da casa, toda em pedra, pintada entre os desenhos da pedra em branco, as escadas onde eu alegre colocava as velas acesas para a procissão passar. Quanta vaidade eu sentia ali, naquele mágico momento, onde ninguém podia tocar só Deus e eu.
Lembro do jardim que mais tarde ajudava a cuidar, lembro das roseiras, do podar, regar, da exausta forma de tirar as ervas daninhas a sua volta. Eram as rosas mais belas em seu tom vermelho aveludado, nos presenteando com seu cheiro maravilhoso.
E as Primaveras, como eram belas as Primaveras, as flores desabrochavam e abriam deixando tudo repleto de pura beleza, os passarinhos vinham alegres fazer seus ninhos nas aves dos frutos, a tartaruga despertava do seu sono profundo e passeava entre canteiros e seu pequeno lago. .
Lembro-me de correr abraçando meu tio, mostrando as borboletas que por ali passavam, era tão belo, eram tão variadas, o céu azul, a brisa que por ali passava nos refrescando a alma, no silencio do mágico momento.
E as historia de vida e contos do cotidiano que meu amado avô contava debaixo da varanda, onde escutava feliz por estar ali, mas sempre em minha alegria e curiosidade eu pedia mais uma historia a que falava das bruxas na encruzilhada.
Sorrindo e com aquele rosto meigo e paciente, voltava a contar e contar e nunca me cansávamos de escutá-lo.
Um dia as nuvens vieram sobre a minha casa, com aquela escuridão levando aqueles que eu mais amava e tive que crescer e deixar de sonhar acordada.
Entre trovões e tempestades, entre lagrimas e desatinos, escolhas eu cresci velozmente com o relógio do tempo sem nunca parar.
Quis duvidar do meu Deus, gritei com ele sem medo, impôs respostas e no meio da minha revolta por vezes devo ter o ofendido com arrependimentos constantes.
O Deus do meu coração perdoou, mostrou-me o amor, abençoou e eu caminhei de pazes feitas com ele, feliz.
Hoje voltei a minha casa antiga, a casa de onde eu fui menina, onde corri entre brincadeiras e gargalhadas e vi que nada restou dela a não ser o lugar mágico que ainda eu senti ali naquele momento.
Nem jardim, nem o balouço, nem as pedras são iguais, a água sumiu, presa a um poço escondido, parece um palácio, mas não é o meu palácio onde eu fui feliz na infância.
Caíram as lagrimas de saudade, lembrando-me das historias que por lá passaram, lembrando-e de um casal que teve sonhos e os realizou no amor e na partilha da vida.
Esta é uma pequena parte do meu diário de vida.

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