Por ter me presenteado a Vida!
Por ter treinado minhas as asas para a lida,
Por ter me acompanhado no vôo da liberdade
Desculpe, pelas tuas noites mal dormidas.
Todo passarinho queria ficar sempre no ninho
Mas como ele tem que aprender a voar
Desfralda as asas cheias de medo,
Desbravando o mundo pelo ar.
Mãe! Não reverencie a solidão
Desfilas na passarela do amor, com abnegação
Não deixando o nosso rio mudar de curso
Só por causa dessa maldita erosão.
Lembro-me, tivestes que dispensar o batom
Tua roupa mais bonita era o avental
Sujo às vezes, dos alimentos de nossas vidas
Ah! Como tu preparavas boas comidas
Seguras o teu cajado e fixe a tua coroa
Na tua natural espontaneidade de ser
És um mimo de graça e beleza
Eu fiz de ti minha realeza
MÃE!!!
Voltei e apresento-me como um pássaro ferido
Quase abatido pelas armas da orfanalidade
Estou sentindo a quentura do meu ninho
Eis aqui o teu eterno passarinho