Lençóis

Foto de Anjinhainlove

Doce sonhar

A olhar o teu rosto
Adormeci.
Entre lençóis brancos nos deitámos,
Abraçados pelas almas
E embalados pelo amor.
No calor do teu sonhar,
Nos entregámos à noite,
Fechamos os olhos à escuridão
E combatemos o gelo da cortina negra
Que a Lua nos enviou.
Demos a mão e pulámos
De estrela em estrela,
Apanhando os rasgos de luz.
Invadimos reinos desconhecidos,
Em que és meu rei
E eu tua rainha.
Mergulhámos nas nuvens
E caímos através do infinito.
Vimos passar
Planetas e violetas,
Anjos e beijos,
Sentimentos e aborrecimentos,
Até que caímos.
Acordei num pulo,
Mas segura nos teus braços.
Tanto adormeci no teu olhar,
Que acordei no teu abraçar.

Foto de Varley

Pernilongos ousados

Saboreando uma sombra
Numa rede á varanda
Deitado na minha preguiça
Sonhando e tendo esperança
Lendo Mia Couto e toda a cor da palavra
Tão cheia de encanto
Que nos “Moçambiques” tantos da África distante
Planta letras nas Savanas e sonhos pelo mundo
Fazendo germinar vidas sob a forma de ilusão
Vou completando meu dia
Na noite que se anuncia
Sob a luz da poesia de Drummond
Que no afã de amar, ensina-nos com paixão
A ânsia humana de se dar
Sem ter medo da desilusão.
E no cair da madrugada fria
Deito a poesia sobre os lençóis alvos
Que me protegem dos pernilongos ousados
Que vasculham uma brecha para sugar meu sangue
Sem perceberem o risco que correm
De também se apaixonar

De: Varley Farias Rodrigues

Foto de sonhos1803

Folhetim

Um folhetim,
Outro dia, ainda ria-me aquecida,
Entre os lençóis,
Lendo o que nunca saberemos,
Inspirava, transpirava,
Sorvia ansiosa,
Os desígnios de um amor,
Amor barato,
Encarnado,
Em sonhos açucarados,
Um grande herói,
Agruras, dor, felicidade,
A mocinha e o rapaz,
O cenário de um mundo encantado,
Mas entre as linhas a luz do meu quarto,
Permeando,
Invadindo,
Meus olhos encobrindo, cada cena,
Um beijo,
Uma palavra de amor,
HUM é agora,
A vitória,
Grande gloria,
O bem sobre o mal,
Mas meus olhos agora pesados,
Fecham-se aos bocados,
Pra que perder-me,
Verter,
Minha vida de ilusões,
Agora permeada de dragões,
Luto para encontrar,
Grito pra te fazer parar,
Por mais que eu escreva,
As paginas se rasgam,
Sob o peso dos dias,
A tua agrura,,
Dá-me amargura,
Sinto que perco,
O que um dia fui,
Precisava de teus braços,
Mas tenho apenas trapos,
Das mentiras me cubro de vergonha,
De ti do que um dia foi,
Será que irei fechar esse grande e precioso livro,
Onde perdeste meu herói?
Onde a fantasia tornou-se impura rima,
Nessa lama de dor e maldade,
Apenas essa ampara a caneta,
A risca sem rumo certo.

Foto de sonhos1803

Te amo, mas ...

Essa noite tive um sonho,
Sonhei como muito não fazia,
Em meus braços você ria,
Ainda estávamos cansados,
Eu saciada do teu corpo,
Minhas mãos descansavam em teu peito,
Sentia a paz do mundo,
A tua pele em meu rosto,
O teu jeito ainda cansado,
Te observava de olhos fechados,
Aos poucos minhas mãos te tocavam,
Queria gravar em minha mente,
Cada centímetro do teu corpo,
Amava,
Teu cheiro, teu gosto,
Afagava teus cabelos tentando te fazer me notar,
Te sentia de olhos fechados relaxar,
Sorrindo te acariciava novamente,
Parava um pouquinho e te via se mexer como que a procura do afago,
Rindo ao final me abraçavas firme e assim ficávamos,
Escoavam minutos, horas,
Todo o tempo do mundo,
Cada segundo e o desejo,
Minha fome de teu amor.

Acordei e senti o frio dos meus lençóis, sentia o teu perfume assombrando as minhas lembranças, a saudade arranhando minha alma,
Sei de todos os erros, nem sei ao certo o que aconteceu, sei que te perdi,
O teu jeito mudo me deixou sem saber como confiar,
Nem sei como explicar o que aconteceu,
Sei que me sinto só,
Sem respostas,
Sei que te amo,
Posso até parecer piegas, mas nunca disse para outro homem,
Sempre disse a verdade, assim por mais que doesse nunca fingi amar,
Se te confessei que te amo,
Quantas vezes passei para ter a coragem de falar,
Tentei te esquecer pois talvez assim fosse melhor,
Mas eu te amo,
Essa certeza me assusta,
Me sinto só,
Ai tento novamente te fazer parar,
Mas tudo sai errado,
Você some e eu fico aqui,
Entre linhas, frases, e muita pena de mim.
Se alguns anos me perguntassem, eu afirmaria firme que nunca faia a metade das coisas que fiz,
Mas nada do que faço te faz feliz,
A cada dia me torno mais um pouco fria,
Crescendo? Não eu dia morrendo aos pouco dolorosamente,
Que droga me escute,
Nada do que faço irei me arrepender,
Mas estou cansada de tentar e muito triste,
Sinto que somos estranhos, talvez nunca fossemos mais do que isso?
Droga, se te amar é um erro, então eu mereço o teu desprezo,
Não sinto mais vontade de lutar,
Estou só, ferida , confusa e isso é tudo,
Um silencio absoluto,
Se assim o queres,
Podes continuar fingido pra si mesmo,
Viva a sua vida, se assim o queres,
Não vou mais derramar uma lacrima por ti,
Es o homem que eu amo desejo, mas nada do que eu faça irá nós mudar,
Aos teus olhos, aos meus,
Não estou te chantageando e nem blefando,
Mas te ver me fere,
Mata-me,
Deixa-me sem chão,
Cega de tudo e isso não é justo,
Se assim o queres vou embora,
Desejaria que me alcançasse antes de atravessar a porta,
Terás dias, enterres se na tua rotina,
Me vez sumir da tua vida,
Só mais uma?
Nada importa não é?

Esqueça e adormeça, enquanto a vida se escoa.
Somos as nossas escolhas.
Perfeita simetria - engenheiros do Havaí
de ana cecilia ao seu poeta

Foto de sonhos1803

Faça algo

Não vou ser uma borboleta morta nas tuas mãos,
Não vou mais viver como irmãos,
Não vou mais te esperar a porta,
Não quero mais escutar o silencio da noite,
Não vou mais lembrar da tua boca na minha,
Não vou mais esperar pra você me dispensar,
Cansei de brincar,
Cansei de tanto ansiar,
Cansei de me consolar com tão pouco,
Cansei de teu jeito morno,
Quero o fogo que me queime,
Quero que se lembre,
Quero que acordes com minha voz,
Quero tudo que puder,
Não me importo mais,
Só quero mais,
Mais de nós,
Ficar a sós,
Ter-te quieto cativo em meus lençóis,
Quero brigar,
Fazer-te parar,
Quero te abraçar,
Ver-te calar,
Quero colar minha boca na tua,
Quero virar a tua rotina,
Quero me afogar,
Queimar,
Mas te fazer gritar,
Prefiro que me odeie,
Se queixe, me deixe,
Faça-me calar, me faça mal, me faça sofrer,
Mas faça logo,
Faça algo.

Foto de sonhos1803

Hoje

Hoje,
Sai com a fúria do mundo,
Vivendo sob um escudo,
Para proteger meu corpo mudo,
A correr sem ver,
A falar sem palavras,
Pra que lutar?
Pra que lugar?
Caminho por caminhar,
Não tenho mais em meu olhar,
O desejo de tanto amar,
Meus sonhos são mais uma chuva fina,
A molhar teu carro que dobra a esquina,
Meus passos são lentos,
No mais suave veneno,
Vou ao ritmo de quem dormita,
A confundir a noite com o dia,
Sou um camaleão machucado,
Vou entendendo aos poucos o recado,
Não mais mudo,
Nem me escondo sob o muro,
Fico ou me perco,
Em cada beco,
No estreito,
Entre o caminho do meu peito,
Respiro o transpiro,
Da tua boca morna,
Mas a esta hora?
Rio como um louco que comemora,
A verdade que me apinhá-la,
Na realidade velha ferida gasta,
Lambo minhas dores,
Perco meu pudor,
Como uma manha sem calor,
A enrolar nos lençóis,
Suspiros de quanto estamos a sós,
Relembro,
O velho passado,
Com o desalento,
A curtir teu talento,
A uma verdade planejada,
Pela minha janela gasta,
Em um mundo de mentiras.

Foto de betoquintas

Quinta sagração (Sarcanomia)

Destino
Hino do cavaleiro diletante a suprema sacerdotisa

A Vós,
Divina Carne,
Manifestada e mulher.

Ventre Sagrado,
Donde viemos e felizes voltaremos.

Fonte da Sabedoria,
Que nutre minha pena.

Toda Natureza Venerada,
Em abundante beleza.

Alimento Eterno,
Em seios tugidos.

Corpo do Universo,
Morada de toda existência.

Templo da Majestade,
Trono de toda nobreza.

Farol dos Caminhos,
Desencanto e deslumbre dos viajantes.

Razão das Profecias,
Ilumina e oculta esta saga.

Santidade da Luxúria,
Entrega gratuita da felicidade.

Autoridade do Prazer,
Consumação da lei da vida.

Portal da Arte,
Fenda entre colunas que convida.

Delicioso Desafio,
Profundidade perfumada e úmida.

Aceita e Acolhe!
Eis que este diletante
Ousa cometer imenso sacrilégio
Apresentando-se nú de méritos
Diante deste tão Santo Oficio.

Oh Mãe!
Este vosso filho te deseja
Pede para entrar e integrar
Para ser todo vosso, eu,
Por inteiro, dentro de vós.

Eu pisei nas bolsas de ouro,
Arranquei as cascas culturais,
Cuspi nas secas hóstias
E violentei o ídolo nú.

Por vossa graça e misericórdia,
Despertei para minha natureza,
Debochei das instituições,
Descartei as doutrinas humanas,
Desafiei a fúria dos sacerdotes.

Excluído, banido, exilado,
Vaguei por reinos sem fim
Sem que houvesse ajuda
De um santo, anjo ou deus.

Cheguei na fronteira do mundo
Avistei o oceano do abismo
E a ilha do caos.

Nada mais restando a esse condenado,
Lancei-me no Vale das Sombras
Tentando encontrar alívio ou fim.

Ao toque suave e macio da noite
Em tal formoso colo cheguei.

Com tuas mãos e vaga,
Colocaste meu entendimento em riste
Sorvendo-me em vossos magníficos mistérios.

Ísis é venerada por ser velada,
Mas Deusa Vós Sois Suprema
Pois cortas todos os argueiros
E desnuda abole toda canga.

Tremei, vicários da santidade!
Chorai, corretores da virtude!
Fugi, falsos deuses patriarcais!

Nenhuma verdade prevalece a estes lábios,
Nenhum profeta descreve tal pele,
Nenhum vidente experimenta este êxtase,
Nenhum medianeiro suporta tal delicia.

Fiz de meu mastro
Vosso estandarte
E por truque desta pena
Eu abuso da arte.

Ousado, arrojado,
Revestido de gozo,
Por vosso nome nasce
O profeta da carne
E por vossa sabedoria cresce
O filosofo da Treva.

Não podendo me conter,
Excitado, explodo,
Rededicando este mundo
Em ondas de esporro
Àquela que me é mais cara,
A grande e amada alma,
Maya!

Aceitação
Hino da suprema sacerdotisa ao cavaleiro diletante

A ti meu cavaleiro
E a alma majestosa
Que em ti reside.

A ti meu guerreiro,
Louvo, canto, vibro.
Maravilhoso ser,
Que transborda energia.

Minha vontade é única,
Estar em ti, contigo.

Todo poder está em ti,
Emana, derrama, deita,
O que em ti abunda.

Estou a te esperar,
Vem meu vingador,
Tu reinas sobre mim.

Meu corpo é teu templo
Bem sabe que ira sagrá-lo.

Nada me pedes
Que não possa dar-te,
Eu só quero, por direito
O que me for doado.

Verta todo teu leite,
Amo-te meu devoto,
Não sabes como é precioso.

Sempre o amei e amarei,
Sou-te então, possua-me,
Pois é teu por direito.

Minha alcova quente
Tem tua marca há tempos,
Tudo farei para que reines
E teu reino sobreviva a tudo.

Único ser em mim,
Ao qual dedico meus pensamentos,
O que tem o que sempre quis,
O que sempre amei e amo,
Tudo que quero está em ti.

Tenho uma saudade uterina,
Um desejo de ti, latente.

Vamos nos ensinar
Nos lençóis, no chão, no campo,
Onde tu quiser, será.

Não ouço um sino tinir,
Sem que tu o tenha feito vibrar,
Tuas ondas chegam a mim
Pela melhor forma, pela alma,
Reverbera, tine, ressoa,
Em meio a minhas colunas
Que sustentam meu santuário
E este corpo deságua,
Brota de prazer por ti.

Não há dia que acorde
E sinta-o em mim,
Sou-te, rasga-me,
Imploro novamente.

Eu queria ser por ti,
O que tens sido para mim,
Confesso sem tortura.

Maior é esta que impõe,
De sabê-lo sem tê-lo.

Rogo à Deusa,
Que me de ciência
Para te merecer.

Está em mim teu ser,
Esqueço de meus princípios,
Louca para tê-lo num instante.
Prazer e gozo eternos,
Meu mais completo alimento.

Grande monta tenho,
Por teu sangue e leite,
Pois disso preciso mais
Do que tu da vida.

A minha vida está em ti,
A felicidade que me dá,
É maior que tudo isso.

Sensibilidade espiritual,
Pelo método do prazer carnal,
Há de chegar lá,
Queiras tu comigo.

Haverá de doer um tanto,
Necessário abrir mão de algo,
Saiba que existe prazer na dor.

Todo meu tesão e néctar,
Deixo para que te delicies.

A poesia é estandarte, use-a,
Esta nos é dada e nos reaproxima.

Traga tua essência,
Depõe sobre meu santuário.

O que a ti é precioso,
Profundo e profuso,
Flui em mim a tua vida,
Que a muitos somos um.

Vivia sem depender de alguém,
Eu nunca fui presa,
Mas busco o que perdi.

Quando me levanto,
Não te acho a meu lado,
Mas sempre hão de te achar,
Pois continuo contigo em mim.

Um dia adentrei os portais
E tu veio me fortalecer,
Ofereceu força para a batalha.

Eu deixo que tua pessoa
Viva por e para mim.
Venha em meu templo,
Há que nele acender o archote.

Prenda minhas mãos,
Adorne teu pescoço,
Levanta-me ao colo,
Põe sobre mim.

Só ouça o instinto
Que brada e ecoa em ti.

Nossos corpos atamos,
Deitaste-me e possuiu-me.

Eu te disse ao ouvido
Sorva do cálice
Que meu corpo o é.

Sentir-te dentro de mim,
Foi um milhão de espetadas.

Ao fogo nós atiramos,
Algumas gotas de nossa seiva,
Foi feito o contrato
E aceito tal pacto,
Selado com nosso gozo.

Com ou sem donzelas,
Vou devorá-lo assim mesmo,
Não te é licito
Pertencer a só uma.

Néctar por néctar,
Havemos de nos fartar.

A noite virá e tudo estará feito,
Minha voz se cala ante a tua,
Continuo sedenta de ti.

Meu corpo pede o espectro,
Este que amo profundamente,
Eu não teria gozo algum
Se não tê-lo em mim a ele,
Este espirito que vive em mim,
Habita meus pensamentos,
Os sonhos e delírios.

Que mais posso fazer senão amá-lo,
Com toda pureza que reside em nós
E pedir para poder saber e ter
A vida em meus lençóis.

Desafio
Hino dos deuses ao cavaleiro diletante

Filho amado e querido!
Aquele que não esmorece na dificuldade,
Nem esnoba na conquista.

Aquele que, sem medo trilha,
Tanto pelo Monte do Sol,
Quanto pelo Vale da Sombra.

Concebido da melhor estirpe,
Temperado com os melhores essências.

Seja gentil com os simplórios,
A Paixão deve ser seu escudo
E o Amor a sua espada.

Continue apoiando ao Lobo
E dando orgulho à Deusa.

Seja em ação ou pensamento,
Derrube as barreiras deste mundo,
Desencantem os totens do sagrado
E a toda criatura consciente
Faca conhecer a lei!

Que a carne prevaleça,
Sobre todo dogma ilusório
E que a consciência vença
Toda a opressão sacerdotal

Aviso
Hino dos deuses à suprema sacerdotisa

Magnifica e formosa senhora,
Em cujo templo guarda os mistérios
E em tais colunas moram os ritos.

Em tuas mãos confiamos o bravo
E por teus lábios vive o cavaleiro.

A sua pele macia venceu os mártires,
O seu cabelo desbaratou os profetas,
E seus pés calcam os dogmas.

Manifestação carnal e majestosa,
Vigie pela sanidade deste mundo
E conduza os andarilhos pela arte.

O teu Jardim das Delicias
Esteja sempre aberto e pronto
Para nutrir e honrar
Aos diletantes da lei.

Fonte abundante e eterna,
Sacie a sede dos buscadores
E satisfaça a fome dos brutos.

Propicie sempre, plenamente,
Àqueles que buscam em um fantasma,
O que somente se encontra na carne.

Cubra esta obra com seu suor
E a consagre com seu prazer.

Ousadia
Hino do cavaleiro diletante aos deuses

Errante, passei por léguas,
Sem conhecer o calor de um lar,
Nem o conforto de uma família.

Nunca me dobrei a deus algum,
Mas algo há na Deusa
Contra o que não resisto.

Para conquistar a fortuna,
Eu sai de minha choça
Rumo à grandiosidade.

Em muitas vilas fui recebido
Ora herói, ora louco,
Ora santo, ora danado.

Ao descansar a arma
Dentro do santuário sagrado,
Pela sacerdotisa pude ver
A linha de edições anteriores
E a seqüência da descendência.

Diante da responsabilidade atual,
Eu desenganei as esperanças,
Pois cada qual teve sua chance
E quebrei os modelos
Pois cada qual terá sua oportunidade.

No período que me cabe,
A meta está na Deusa.

Se servir a sua causa,
Ou satisfizer sua dama,
Em me contentarei disso
E carregarei esta memória
Por onde quer que eu vá.

Petição
Hino da suprema sacerdotisa aos deuses

A todos os ancestrais humanos
E a todos os geradores divinos,
Pelo toque da magia em meu corpo,
Eu clamo e invoco, proteção!

Logo o Sol completa a jornada,
Cedo a Primavera acaba
E rápido o Inverno avança.

Pelo brilho deste luar,
Reflexo do desejo perpetuado,
Lâmpada acesa pela lei,
Acolhe e guarde a humanidade.

Por onde quer que vá meu predileto,
O sempre faca retornar a mim.

Nós dançamos em vossa memória,
Nós celebramos vosso festim,
A terra foi semeada e regada,
A semente brotou e cresceu,
O fruto surgiu e madurou,
Nós observamos o ciclo
E foi feita a sega e a colheita.

Quando as sombras da ignorância
Novamente cobrir e enevoar a terra,
Resguardem no ventre da Grande Mãe
Meu cavaleiro e eu.

Despedida

Acenemos para Apolo,
Que em seu carro passou,
Percorreu por toda a terra
E às colunas do horizonte,
O Rei Sol próximo se encontra.

Os que podem andar se vão,
Enquanto uns e outros se ajudam.

O sono a muitos pesa,
Mas não apaga o sorriso,
Escancarado e prazeroso.

Ali, esfolada e feliz, a colombina.
Acolá, embriagado de prazer, o pierrô.
Aqui, intoxicado de amor, o arlequim.

Os carnavalescos se esparramam
E o bumbo da fanfarra furou
De tanto dar no couro.

O Inverno e seu acoite vem,
Rimos diante da carranca hipócrita.

Ainda que se vergue a alma humana
Sob a ditadura da virtude,
Guardaremos em nós o visgo
E por mais que dure a intolerância,
Haveremos de sempre celebrar aos deuses.

Foto de Ana_Luar

Perdoar-te?

Pedes-me que te perdoe....
Como posso perdoar, se sonho ser o teu pecado.
Perdoar-te por querer dormir nos lençóis das tuas palavras?
Por desejar, tapar-me com teu corpo?
Perdoar o quê amor... se te desejo além do pecado.
Se tiver que me entregar, não serei pecadora...
pois não existe pecado no amor.
Abraço-te em poemas, beijo os teus lábios em palavras silenciosas
Que só tu e eu entendemos.
Digo-te em toda a verdade, se é pecado amar-te,
assumo-me a maior das pecadoras.
Adormeço na esperança do teu querer,
de me embalar no lado de dentro dos teus braços
como me embalam as ondas, desse teu mar que eu amo.
Gosto deste azul no qual navego...será azul a cor do pecado?
Nas tuas águas mansas, mergulho...sabendo
que à partida me devolverás à terra, um dia.
Por enquanto, peco nos sussurros dos meus suspiros...
Respiro-te! Sinto-te na essência da alma,
E corro ao encontro da fantasia, onde juntos tocamos as estrelas.
E lá, na porta dos sonhos, te encontro esperando por mim,
e num abraço imaginário nos fundimos no pecado.

Foto de Ana_Luar

Carta de amor

Ultimamente fico horas a fio, diante de uma folha de papel...
com a caneta na mão...procurando a inspiração
que teima em não vir...
Queria escrever-te de maneira que entendesses
o que o meu coração grita, o que minha alma implora.
Sonhos,
Desejos,
Esperança,
Amor... ou simplesmente o fim!

Visto a alma de poesia
Vagueio por realizações impensadas
Meus dedos sangram um fio vermelho
que dita versos estilhaçados
por palavras que nunca te conseguirei dizer.

Os versos que te escrevo
parecem adormecidos
deitados nos lençóis da indiferença
Meu coração está agitado
despido de qualquer inspiração
Não sei como traduzir o que sinto,
Pois tudo é tão confuso que nem eu me entendo.

Queria esconder-me num mar de silêncio
onde não tivesse que te contar sobre
os meus ciumes sem sentido
as minhas mágoas sem nexo
de palavras,
Apenas palavras.

Quero-te
e é por tanto te querer
que sei que nunca seremos mais do que um sonho.
Ondas de sílabas suspensas
ditam versos
que deixam rasos de àgua salgada,
os meus olhos.

Amo-te e é neste amor que vou adormecer,

Foto de Zedio Alvarez

Ultimato I

Vejo que ficas tímida
Quando falo em cama
Seja uma mulher sem vergonha
Mostre a sua gana

Se ainda não me ama
Mas também não me detesta
Atenda meu chamado
E vamos fazer uma festa

Final feliz para nós
Só debaixo dos lençóis
Então use a emoção
Para não deprimir a tesão

Na nossa noite nupcial
Quero te ver composta
Com aquele vestido sensual
A partir daí executarei meu ritual

E se o desencanto chegar
Como a força da gravidade
Não olharei mais para você
Juro! Por toda eternidade

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