Lençóis

Foto de Marta Peres

Seu corpo sobre o meu corpo

Quero viver sonhos nunca sonhado
E nem imaginado
E ler versos nunca escritos...

Quero ser página em branco
E que escrevas todas as fantasias
Que nunca vivi
E todos os delírios que nunca apeteci...

Quero o silêncio do quarto e lençóis brancos
Pois sou página em branco e nela,
Quero que escrevas as delícias do amor...
Quero amar e ser amada por inteiro!

Quero que me surpreenda
E quero que fiquem marcadas no meu coração,
Todas as interrogações do silêncio...
Quero todas as surpresas do amor...

Quero amanhecer nos seus braços
Vendo o novo dia nascer
E com a certeza de que você deixou dentro de mim
O mais belo poema que o seu corpo
Escreveu sobre o meu corpo.
Marta Peres

Foto de Fernanda Queiroz

Vim dizer que te amo.

Na penumbra de teu quarto,
teu corpo estendido na cama,
desarmado e indefeso,
jaz entre os lençóis amarrotados.
De semblante inalterado,
teu rosto amado.
Um pouco nublado,
da sombra azulada,
da barba por fazer.
De olhos fechado,
de riso calado.
Teu perfume no ar,
um eterno inebriar.
Teus cabelos se espalham
em contraste ao branco suporte,
que ampara pensamentos.
Adormecidos.
Ou sonhos vividos.
Entregue.
Suave.
Estás tão perto,
posso estender minhas mãos,
e acariciar tua mente.
Mais que de repente,
contornar a tua face,
tornear os lábios teus.
Afagar os teus cabelos
percorrer com os dedos meus.
Fazer viver a esperança,
que perpetua na lembrança,
De teu rosto e o meu.
Sussurrar em teu ouvido,
sem dor ou sem gemido.
Frases que ocultei.
Dizer que me libertei,
das algemas do passado,
que quero viver a teu lado.
Que para sempre serei,
mais verdade que sonho,
mais refúgio que fuga,
mais abrigo que adeus.
Dizer que te amo mil vezes.
Olhar nos olhos teus.
Mas você está dormindo,
ou é mais um sonho meu?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de angela lugo

Atormentada pela solidão

Atormento-me pelo vazio da noite que transcorre lentamente
O sono não chega afastou-se me abandonando
Sinto um desejo imenso de adormecer, mas o que fazer
Já cansei de ver as mesmas paredes de todas as noites
Com as mesmas cores, as mesmas cortinas esvoaçando
Pelo vento que corre feliz lá fora
Que inveja sinto deste vento que não sofre de saudade
Pelo contrário é ele que me trás teu cheiro
Sinto-me uma prisioneira desta solidão que a cada
Dia aumenta
Sinto-me atormentada dia após dia por este amor
Que não existe mais calor
Todas as noites é um tormento para o meu viver
não sei mais o que fazer
Tento me enganar que alguém me ama
um sorriso escapa no canto da boca
Enrolo-me nos lençóis de cetim vermelho
Escorrego meu corpo lentamente entre eles
Imagino tua mão suave acariciando-me
Com este deslizar tão intimamente
Ainda sinto as marcas do teu amor
Não sei mais o que fazer para te esquecer
Logo em seguida me pergunto o porquê deste engano
Porque enganar-me se nada é verdade
Um desejo aflora no meu peito e vejo o quanto nada é realidade
Ontem a noite estive com outro para preencher o teu vazio
Beijei entrelacei em braços que não conhecia
Depois de beber do meu corpo e sentir o meu gosto... Se foi
E fiquei aqui há esperar cada dia por ti
Por mais que tente preencher o teu espaço não tem como
Estou aqui esperando que um dia retorne
E me desperte para a vida antes que eu morra
Atormentada por este vazio triste da solidão

 

Foto de Lubianchi

Noites


Já escureceu e meu corpo sente a falta do teu.

Espero-te ansiosa pelo amor que me darás.

Recordações felizes de nossos momentos me vem à mente.

Roupas pelo chão. Quero ser tua.

Lençóis desalinhados sobre a cama.

Tenha-me e faça-me tua mulher.

Tua pele macia me faz arrepiar.

Beijos, carinhos, volúpia sem fim,

Corpos se entrelaçando num vai e vem infinito.

Êxtase marcado pelos beijos trocados.

Ternura de toques proibidos. Viajo.

Inteiramente me entrego ao teu prazer.

Espero-te

Já escureceu e meu corpo sente a falta do teu.

Foto de NiKKo

Fazendo um brinde

Ao ouvir o toque da campainha naquela noite
Meu coração bateu muito mais acelerado..
Pois eu tinha preparado tudo especialmente
Para te receber da forma mais adequado.

Deixei a champanhe no balde de gelo
Na mesa o jantar seria a luz de velas
Flores perfumavam a casa inteira
Na cama pétalas de rosa a deixavam mais bela.

O jantar foi tranqüilo e gostoso
Em meio a conversas triviais eu ficava a te olhar
O som que enchia o ambiente era suave
Ate que te convidei para dançar.

Nossos corpos colados ao som da musica
Foram despertando em nós o desejo
Por momentos infinitos nos olhamos
E calamos nossos sentimentos em um beijo.

Deixamos a emoção falar mais alto naquela hora
Nos entregamos com ansiedade aquela paixão.
Nós perdemos uma no corpo da outra
Vivemos ali a momentos de loucura e sedução.

Mas o dia já despontava lá fora
E envolta nos lençóis um brinde eu quis fazer
Afinal eu precisava deixar claro a minha alegria
Embora fosse a primeira e ultima vez que eu iria lhe ter.

Eu sabia que quando ao nascer do dia
Você para outros braços você iria voltar.
Mas eu não conseguiria seguir meu caminho em paz
Se pelo menos uma única vez eu não fosse te encontrar.

Porque eu te amei e você sabe disso
Teu corpo foi meu e ainda me quer
Você despertou em mim todos os sentidos
Em meus braços foi “amante e mulher”

Por isso eu hoje estou aqui sozinha
Em minhas mãos uma taça de champanhe
Talvez você ao lado de seu novo amor
Envolta nas nossas lembranças meu brinde acompanhe.

Foto de Menina do Rio

Doce delírio


Vem
Vamos fazer deste quarto o nosso ninho
Tendo a lua iluminando nossos corpos
E sobre os alvos lençóis de nossa cama
Cavalgar no compasso da paixão
Vem
Toca-me com tuas mãos sedentas
Afaga-me os cabelos em desalinho
E num longo e doce beijo
Desnuda-me corpo e alma
E me deixa nua à luz da lua
Desce tuas mãos devagarinho
Acaricia-me a pele ardente
Me afaga os seios...
Sem receios sem pudor
Devora-me a boca
Faz-me louca, insana nesta hora
Não há nada lá fora, só nós dois
E, num doce delírio faz-me tua
Pulsa em mim o teu desejo
Ardente, quente...
A tua chama
Me ama
Desliza tuas mãos em minhas curvas
Descobres caminhos
Minhas sendas, minha seiva
Desfrutas
Como se fosse um mel

Depois
Deixa-me cair exausta em nosso leito
Afagar-te a pele e, em teu peito
Adormecer ...
(menina do rio)

Foto de nelllemos

Incontrolavel

Um desejo incontrolável
Uma loucura
Uma vontade de mim que te invadiu
Você desatinou
Não pensou em mais nada
Só no tal desejo
Naquela vontade te corroendo
Tirando-te o juízo
Fazendo o errado parecer certo
E o certo ficar perdido
Um desejo que me comeu com os olhos
Todos os olhos eram seus
A me comer
A me engolir
Mastigar-me
Deglutir-me
Fazendo-me seu
Naquele momento que era nosso
Castiga-me com o teu prazer
Vem me ter
Meter em mim você
Inteiro completo sem restrições
Um desejo sem delongas
Sem meio termo
Tão cúmplices que somos um
Quando um é do outro
Como somos siameses
Como somos tão iguais
Nós nossos lençóis
Somos carne fogo e paixão
Somos sem duvida
O melhor da melhor parte
Dessa loucura tão pura e sã

Nell Lemos

Foto de Sonia Delsin

MAIS UMA NOITE

MAIS UMA NOITE

Mais uma noite que chega.
As cobertas são macias.
Cheirosas.
Lençóis cor-de-rosa.
Acolchoado azul.
Mais uma noite vazia.
Fria.
Não posso passar o resto da vida assim.
Sou igual flor solitária do jardim.
Sou um pobre jasmim.
Mais uma noite que me enrolo em mim mesma.
Digo paciência.
Mas é doloroso.
Dormir sonhando com um abraço.
Com um passo.
De alguém que não vai chegar.
Mais uma noite...
Será que não mereço que alguém chegue pra me amar?

Foto de Carmen Lúcia

Loucos devaneios...

Em meio a meus devaneios
Te vejo, te beijo,te desejo,
Com uma volúpia tanta...
Uma vontade sacrossanta
Que até me causa medo,
Tão forte é o enredo...
Que me arrepia,me extasia,
Me arremessa na fantasia
Que é real,que é fatal,descomunal...
Em meio a lençóis em desalinhos
Transpasso montanhas,construo ninhos
De fulgores,de calores,de suores...
Esboço passagens secretas, indiscretas
Que me levam e elevam aos céus...

Em meio aos nossos lençóis,vejo sóis...
Clarão de paixão, luzes de faróis
Que me atiçam,me cegam,me entregam
A um amor sem igual, humano e animal,
Que me sacia a sede,me acalma a alma,
Me desassossega e incendeia...
Me apraz,satisfaz,traz a paz,
Em meios e entremeios de sóis...
Nos desalinhos de nossos lençóis.

Foto de Fatima Cristina

Camisa Branca!

Assim que cheguei à porta de casa percebi que estavas lá dentro. Rodei lentamente a chave na fechadura e nessa fracção de segundos fui assaltado por mil pensamentos. Estarias mesmo ali? Ao fim de tantos meses, depois de um silêncio tão grande? Claro que sim! O aroma do teu perfume é inconfundível e desde que cheguei ao Hall que fui invadido por ele.
Lentamente abri a porta e, como eu desejava, à minha frente estavas tu. Exactamente como sempre te imaginei. Tinhas a minha camisa branca vestida. Adoro ver-te com ela. E tu sabes disso, por isso a escolheste. As mangas levemente dobradas deixam ver a candura da tua pele, os botões, meio abertos, meio fechados, insinuam a curva do teu peito, a brancura do tecido deixa ver os contornos do teu corpo. Atrás de ti, e devido à claridade que entrava pela janela, visualizei a tua lingerie preta, as tuas pernas, e lá estavam as meias-ligas (huumm que sempre achei tão sexys).
Olhei-te nos olhos e percebi que lias os meus pensamentos. Tive vontade de te tirar a camisa branca, de te despir, de fazer amor contigo ali, no hall de entrada, e matar assim, todos os desejos, todas as saudades que tinha tuas. Mas tive medo de te assustar… (talvez por também eu estar assustado).
Aproximei-me, abracei-te com suavidade, com medo que fosses uma miragem e que eu estivesse a delirar. Com medo de te apertar com força e que tu te dissipasses como uma bola de sabão. «- É bom ter-te aqui.» Foi a única coisa que sussurrei enquanto senti o meu rosto tocar no teu. Senti o teu corpo tremer. Nunca percebi se tremias de frio, porque lá fora a neve baptizava os incautos que passeavam na rua, e tu vestias apenas a minha camisa branca, se tremias de emoção por me sentir ali tão perto. Não sei quanto tempo durou aquele abraço, mas senti que podia continuar assim o resto da noite… o resto da vida… e enquanto o abraço durasse, sabia que não ias voltar a partir.
Desprendeste-te do meu abraço e levaste-me para a cozinha. À minha espera estava uma mesa requintadamente preparada. Não esqueceste a elegância da toalha, a magia das velas, o meu vinho e o meu prato favoritos. Durante o jantar falaste de trivialidades e eu olhava-te sorridente e conversadora, com a minha camisa branca, e senti que não te podia voltar a perder, e que o teu lugar era ali.
Fui preparar o café. Continuei a observei-te e percebi que apesar do teu corpo estar ali tão perto, o teu espírito tinha-se ausentado. Vi o teu olhar perdido na janela, observando a Vida a fluir lá fora. Num flashback recuperei a memória dos dias em que te perdias na paisagem da minha janela.
«- É bom voltar a estar aqui.» Disseste, parecendo regressar. Por um momento senti a tua voz embargada e pensei que estivesses a chorar. Olhei-te novamente. Lá estavas tu, debruçada sobre a janela, com a minha camisa branca… e à contra luz voltei a ver os contornos do teu corpo…a tua lingerie preta… a renda das tuas ligas…Como uma trovoada inesperada de Agosto, aproximei-me de ti e tomei-te de assalto. Não pedi licença, não me fiz anunciar, tomei o teu corpo, no meu corpo, porque é meu, porque me pertence, porque ardia em desejo, porque quis fazer amor contigo desde que te vi ao entrar. E tu, entregaste-te como sempre fizeste, sem perguntar como nem porquê, deixaste-te ir como um rio que corre para o mar, como a folha que se deixa guiar pelo vento. E enquanto a neve gemia ao tocar nos vidros lá fora, tu gemias de prazer nos meus braços.
Fizemos amor ali, na mesa da minha cozinha, com a minha camisa branca a testemunhar aquela união dos nossos corpos. Levei-te para o quarto, para aquela cama tão fria desde que foste embora. Fizemos amor o resto da noite, como se quiséssemos recuperar todo o tempo perdido, como se tivéssemos medo que o tempo ainda nos voltasse a separar.
Adormeci exausto. Adormeci feliz. Estavas ali outra vez, em minha casa, no meu quarto, na minha cama, protegida pelos meus lençóis.
De manhã acordei… sozinho… uma brainstorming assolou os meus pensamentos. Teria sonhado contigo? Terias realmente estado ali? Teria feito amor contigo? Sinto tanto a tua falta que já não distingo os sonhos daquilo que é a realidade… mas parecia tão real… Fechei os olhos na esperança de voltar a sonhar contigo, aninhei-me no teu corpo imaginário, deslizei as minhas mãos pelo espaço que naquela cama te pertencia e senti, debaixo da almofada algo que me era familiar… Esbocei um sorriso. Levaste novamente o teu ser, o teu corpo, a tua alma, mas deixaste o teu perfume… na minha camisa branca.

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