Hoje,
Sai com a fúria do mundo,
Vivendo sob um escudo,
Para proteger meu corpo mudo,
A correr sem ver,
A falar sem palavras,
Pra que lutar?
Pra que lugar?
Caminho por caminhar,
Não tenho mais em meu olhar,
O desejo de tanto amar,
Meus sonhos são mais uma chuva fina,
A molhar teu carro que dobra a esquina,
Meus passos são lentos,
No mais suave veneno,
Vou ao ritmo de quem dormita,
A confundir a noite com o dia,
Sou um camaleão machucado,
Vou entendendo aos poucos o recado,
Não mais mudo,
Nem me escondo sob o muro,
Fico ou me perco,
Em cada beco,
No estreito,
Entre o caminho do meu peito,
Respiro o transpiro,
Da tua boca morna,
Mas a esta hora?
Rio como um louco que comemora,
A verdade que me apinhá-la,
Na realidade velha ferida gasta,
Lambo minhas dores,
Perco meu pudor,
Como uma manha sem calor,
A enrolar nos lençóis,
Suspiros de quanto estamos a sós,
Relembro,
O velho passado,
Com o desalento,
A curtir teu talento,
A uma verdade planejada,
Pela minha janela gasta,
Em um mundo de mentiras.
Hoje
Data de publicação:
Sábado, 19 Agosto, 2006 - 00:56
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