Guerra

Foto de Henrique Fernandes

SINTO-ME SÓ

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Sinto-me só.

Verto sem fundo a luz engasgada da esperança,
pelo esgoto de areias movediças
no gume de uma espinha sangrenta
de lágrimas secas.

Sou rígido olhar cego no calor oco
de um grito violento de pedra teimosa,
que é o sol mendigo do meu deserto dorido
sobre um oceano de almas desencontradas.

Desce um golpe ditador
que me fere o seio do desejo,
rasgado às mãos de uma saudade bailarina,
dançando desfocada de voz morta que me inspira
a canção desafinada do frio,
com acordes de uma melodia conturbadamente gélida
sobre o meu corpo chorado de ausência,
talhante dos meus momentos refugiados
no barulho do medo.

Arrasto-me pela cascata ruidosa
do meu sorriso negativo e sem estrelas.

Sorrio desassossego
nascido sobre a sepultura do passado,
errado.
Pelo movimento de guerra dos fantasmas
que secam a árvore do meu continuar
pelas ruínas do vento empolgado por lamentos,
que espancam o meu respirar
contra as paredes do eu pedindo
o rolar da minha cabeça sem abrigo,
no atrito de emoções aos berros sacrificados
num banho de mofo na gaveta das recordações.

Um comboio de escolhas lentas
sustenta a justiça do vazio,
na inércia do meu interior atenuado
por perdões desarrumados sem eco no ego.

Divago agreste
com raiva na bagagem de nada que me enche
o peito com fragmentos de uma culpa
inacabada pela orla da minha consciência,
ancorada no estender cadáver das minhas mãos
enforcadas no rosto da escuridão.

Trajo em mim os soluços de luto da minha lua,
transformada numa besta de conflitos.

Desmaio invadido por paz doente
num antro tosco de tristeza,
perdido num bosque que se alimenta
da lama dos meus suspiros pantanosos e cai,
gasto de nãos no mau odor da noite
armadilhada de solidão reeoferecida na sombra
que me beija a cada luar emboscado,
por perguntas à toa na proa do meu desgosto.

Sinto-me só.

Foto de DeusaII

Não Chores! (Dedicado a todas as crianças vitimas de fome e da guerra)

Como estamos próximos do Natal, altura de prendas, alegria e paz, relembro todos aqueles que não têm nada, todas as crianças deste mundo vítimas de fome e da guerra. Este vídeo poema é dedicado a todas elas, para que sejam sempre corajosas e que um dia possam reencontrar a felicidade e a esperança.

Foto de pttuii

Manifesto e uma quadra

O que é que podes ainda dizer que é teu? O pedaço de alma que sempre conservaste na pele, até isso caiu. Certo? Já se calaram os assuãos que, outrora, brotavam do teu coração. E deixaste de ser alegre, com aquela alegria de uma criança quando lhe dizem que gostam dela. Sabes de boas maneiras. Até te sentas do lado certo da mesa quando vais a um restaurante, dos tais piéce de resistance. E gozas com o waiter, dizendo que o mundo não nasceu para quem arrisca. Só para os que sabem esperar por aquilo que pretendem.
Já desapareceu o arco e flecha do teu lado belicoso. Deixei de ver aos teus pés, o Bufallo Bill assassinado após batalha gloriosa com os Sioux. Machetes de guerra que te viam, e que tu não escondias, onde estão? Respondes que a vida faz as rotundas pela esquerda. Que o Sol chora lágrimas de cal quente, da mesma com que se dá banho aos mortos depois de eles se despedirem de nós. Resumindo, a cobardia fez de ti uma bitch. Dás o esfincter, numa posição de pato assustado, e em troca recebes cautelas quentinhas. Tipo castanhas que saltam no crepitar do forno outonal do universo. Não tens o nada, que faz as pessoas explodirem em busca do tudo. E com certeza que também não terás o tudo, responsável pelo friozinho na barriga das pessoas realizadas.
Já foste capaz de matar à velocidade do som. Carregavas, pelo cano, uma escopeta imaginária que guardavas aos pés do sofá da sala. Bastava um violador escapar sem condenação à justiça da mais pequena cidade do interior americano, que tu fazias justiça pelas próprias mãos. Despedaçavas rostos finos. Homens de feitio aquilino saíam despedaçados às mãos do teu instinto de Charles Bronson de 1.º andar da Rua dos Passarinhos. Não contente, partias pescoço, e depois serravas o corpo em seis, para melhor o empilhar na bagageira da tua Renault 4L. Hoje, nem o rato que tem ninhadas de vermes à entrada do teu quintal, tu consegues matar.
Cansei de ver-te a confraternizar com o diabo dos irresponsáveis. Com um satanás velho, que mandria porque já se cansou de fazer mal, e está reduzido a tirar o olho de vidro da órbita esquerda, e dar-lhe lustro para parecer mais magnânime.
A ti, e a quem anseia por menos suavidade, eu respondo.
-Raio que os parta a todos!!!!
Cansei-me de esperar que os coitadinhos arranjem forças para mendigar pedacinhos de terra prometida, à luz de ideologias que promovem o desmembramento dos sonhos. O homem não é de iniciativas. O homem é social. O colectivo manda mais que o chico esperto que explora 100 chicos espertos, só para se tornar mais chico esperto.

a condenação da torção,
de pescoço do suez,
é menos que o chupão,
na pila do burguês....

Foto de caetano trindade

Soldado

SOLDADO (Do escriväo da noite) Cidäo Justis

Imagens de guerra interna
Aos trapos o homem valente
Deitado em berço esplendido
Mente varonil e corpo alheio
A carne agora lateja
As conseqüências do pensamento marginal
Corpo dourado consternado ao solo
E se por ventura aquele soldado tombado
Não fosse um homem.
Mas sim uma incógnita
Quem sabe um anjo
Cacho de cabelo cor de fogo
Corpo serpenteando do descanso divino
Confortavelmente inebriado
Anjo caído em terra
Batalhas celestiais entre o bem e o mal
E se por ventura aquele soldado tombado
Não fosse um anjo caído
Mas um andarilho viajante
Homem misterioso surgido da estrada onde a vida faz a curva
Mas não perde a harmonia
Vem sob o corpo maltratado
Deste ser desprezado
A criança de doze baixos
Profanadora de acordos dogmáticos
Sacralizadora das notas marginais
Mas tomba o andarilho viajante
Em campos de guerra domestica
Bem vindo ao lar doce lar das batalhas
E se por ventura aquele soldado tombado
Que tinha aparência de anjo caído
E se não fosse um andarilho viajante,
mas sim uma criança maluca beleza
que depois de enorme proeza
agoniza a falta da alma
que neste momento deleita no seio da noite
imagem de guerra vagabunda
corpo seminu sem direito ao socorro
esmerado em forma poética
recusado retoque irrecusável
o ser moribundo está “as pampas”
E se por ventura aquele soldado tombado
Que tinha aparência de anjo caído
Que se portava como andarilho viajante
Não fosse um maluco delirante
Mas sim o comparsa Galego gotejante.

Foto de Shyko Ventura

" OS OLHOS QUE COBIÇAM "

“ OS OLHOS QUE COBIÇAM ...

... a verdade por estar mentindo;
... o certo por estar errado;
... a luz por estar em trevas;
... alguém por ser só;
... a vida por estar morrendo;
... a morte por estar perdendo;
... o corpo por necessidade;
... o corpo por crueldade;
... a guerra pelo orgulho.
Enfim,
Os meus olhos te cobiçam,
Por estar te amando!”

___________________by Shyko 070783.

Foto de Graciele Gessner

Ceder ou Ignorar? (Graciele_Gessner)

Jamais entro numa guerra para perder. Porém, é necessário muitas vezes ceder, entender o nosso “adversário”. Ceder não quer dizer que não sejamos capazes. Ceder é ser humilde, atitude de quem valoriza a vida.

Enquanto guerreamos estamos perdendo. Quanta burrice se está cometendo! E fico a pensar quantas coisas interessantes deixamos de viver, enquanto ficamos nos ofendendo e nos rebaixando ao nível de outrem.

Às vezes, o mais sensato é sair em silêncio. O melhor é recuar. Assim evita maiores transtornos. No entanto, alguma coisa sempre se perde. Perde-se uma amizade; perde-se o respeito, a admiração; perde-se a integridade moral.

Eu já guerreei e perdi, cedi e também ignorei. E muitas destas guerras emocionais, eu perdi o carinho, o amor, a amizade, o respeito; perdi a minha vida, a minha privacidade; perdi a minha harmonia de ser e viver.

Contudo, aprendi a ser melhor a cada dia. Aprendi a não dar importância a quem não mereça. O mais acertado é seguir a vida e não nos importar com que pensam, acham ou falam da gente.

Uma pergunta ficou no ar, ceder ou ignorar? Muitas vezes é preciso ceder, outras devemos ignorar. Lembre-se, cedendo você estará estendendo a bandeira branca. Já por sua vez, ignorando, a guerra não tem motivo para continuar.

Pense nisso.

17.09.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Minnie Sevla

Mulheres afegãs

Mulheres afegãs
Lábios famintos se escondem
por trás da burqa.
Omiti a alma sofrida,
que no vão da esperança despida
acompanha o medo da morte.
Mulheres entregues a sorte.
Rainha ou escrava do lar.
Sonhos dissolvidos e lançados no ar
ausência de amor,
cúmplices da dor,
da guerra, da solidão
dos corpos destroçados,
das bombas, das perdas
da separação...
dos estilhaços voando com o vento,
nas asas da ingratidão do tempo,
mulheres de burqa choram na escuridão da noite...

Minnie Sevla

Foto de Osmar Fernandes

Delírio da tranformação

Delírio da transformação

Ontem, eu que vivia no mundo
Colorido dos macacos,
Hoje, vivo no mundo
Dos macacos coloridos.

Às vezes, com o delírio da transformação
Não sei se choro
Ou se vibro de emoção.
Mas, até onde chegará essa evolução?!

Quando eu vivia no mundo
Colorido dos macacos,
Sonhava com um planeta em harmonia,
Onde o homem, na sua alma, se evoluía...
Então, era mesmo, uma sociedade em construção.

Quando vivo no mundo dos macacos coloridos,
Sofro, contudo, com a dor da guerra, do terrorismo,
Da corrupção, da ignorância e do egoísmo...
Onde o mundo já não é mais tão florido.
Onde o poder do progresso traz sua destruição.

Foto de Sirlei Passolongo

Toda mulher

Vive intensamente
Conhece a essência
Do amor...

Quando sorri
Ilumina
Quando ama
Se entrega
E se transforma
Em menina.

Toda Mulher
Está sempre pronta
A quebrar regras...

É capaz de apaziguar
Uma guerra
Ou promover uma
Pra defender seu amor.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Sonia Delsin

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Perde-se uma luta.
Mas não se perde a guerra.
Perde-se um tempo.
Mas não o tempo inteiro.
É verdadeiro.
Todo o sentir.
Perde-se a fresca manhã.
Mas não o dia eterno.
Perde-se o encanto de uma flor menina.
Mas não a fruta.
És mulher.

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