SOLDADO (Do escriväo da noite) Cidäo Justis
Imagens de guerra interna
Aos trapos o homem valente
Deitado em berço esplendido
Mente varonil e corpo alheio
A carne agora lateja
As conseqüências do pensamento marginal
Corpo dourado consternado ao solo
E se por ventura aquele soldado tombado
Não fosse um homem.
Mas sim uma incógnita
Quem sabe um anjo
Cacho de cabelo cor de fogo
Corpo serpenteando do descanso divino
Confortavelmente inebriado
Anjo caído em terra
Batalhas celestiais entre o bem e o mal
E se por ventura aquele soldado tombado
Não fosse um anjo caído
Mas um andarilho viajante
Homem misterioso surgido da estrada onde a vida faz a curva
Mas não perde a harmonia
Vem sob o corpo maltratado
Deste ser desprezado
A criança de doze baixos
Profanadora de acordos dogmáticos
Sacralizadora das notas marginais
Mas tomba o andarilho viajante
Em campos de guerra domestica
Bem vindo ao lar doce lar das batalhas
E se por ventura aquele soldado tombado
Que tinha aparência de anjo caído
E se não fosse um andarilho viajante,
mas sim uma criança maluca beleza
que depois de enorme proeza
agoniza a falta da alma
que neste momento deleita no seio da noite
imagem de guerra vagabunda
corpo seminu sem direito ao socorro
esmerado em forma poética
recusado retoque irrecusável
o ser moribundo está “as pampas”
E se por ventura aquele soldado tombado
Que tinha aparência de anjo caído
Que se portava como andarilho viajante
Não fosse um maluco delirante
Mas sim o comparsa Galego gotejante.