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Cercado de Anjos,
Sorriso na face,
De flores, ornado,
Foi na vida coragem.
Suportou dores,
Com amor sem medida.
Venceu sobremaneira,
Condução da família.
Doente que estava,
Sentado na cama,
Rezava a Deus
E à Maria, que o ama.
Com a gaita de boca,
Ou seja, harmônica,
O som sertanejo
Despertava a dança.
O cavaquinho chorava
Com as quadras de cordel.
O violão recheava
As histórias do plantel.
Os causos antigos
Tornavam-se piadas,
Dos tempos da guerra
Sem armas, com enxadas.
Cirandas de pássaros
E o Anjo, de braços,
Elevem-no à dimensão do espírito.
Que se restabeleça a alma,
Expulse o medo e a tristeza
E volte a pulsar
Com o Coração Divino.
Que o amor dos filhos
Seja a coroa de bênçãos,
A dança das violetas
A exalar muitos mimos.
E o amor da esposa,
O broche relicário,
Preso ao coração amoroso,
Unido ao Coração Divino.
As preces da vizinhança
Dancem ao som do universo
E depois, em sagrados versos,
Toque a alma do meu pai,
E retornem aos amados amigos
Para socorrê-los nos seus ais.
Vai-se a tristeza,
Fica a saudade.
Ao redor da mesa
Histórias engraçadas.
As velas e as rezas
Perpetuam no espaço
Jamais, perderemos
Esse tão sagrado laço.
Marilene Anacleto
27/03/2011