Amo-te!
Um dia deitei-me, lavada em lágrimas e transtornada, sem paixão e sem esperança. Nesse dia jurei que não mais me declararia a ninguém, que não mais amaria ninguém porque não existiria alguém digno do meu amor. Essa noite, todos os meus sentimentos de amor, loucura, desejo e ardor apagaram-se sem saberem se algum dia voltariam a reacender-se.
Não mais me esquecerei dessa noite, da minha dor, da minha mágoa e do meu desejo de me tornar frívola e impenetrável para qualquer pessoa.
Dias depois voltei a viver. Sempre calma, sempre calada e dorida no meu interior. Contentei-me com o meu canto sem chamar à atenção, sem chamar o coração à razão. E assim fui vivendo. Como um robô, como um objecto sem sentimentos a mostrar.
Meses depois, no momento em que decidira que viveria sem amor na minha vida, tu surgiste vindo do nada. Olhaste-me nos olhos e vi que me desejavas e não querendo admiti-lo também eu te desejava. Queria que me pegasses e abalasses o meu mundo, que me levasses para o local mais alto e profundo que alguma vez poderia existir no universo. Mas sabia que não poderia ser assim, que os nossos desejos eram diferentes. Mas envolvi-me. Entreguei-me ao fervor do teu corpo e fundimo-nos como uma primeira vez deve ser. Amamo-nos de maneira apaixonada como se nos conhecesse-mos desde sempre e durante horas adorei a sensação.
No final, pensei "Este é o fim. Diz adeus e vai-te embora.", mas nesse momento tu tocaste-me de forma diferente. Abraçaste-me e beijaste-me na testa. E por longos momentos ficámos abraçados. Eu não sabia o que fazer, nem mesmo o que dizer porque não entendia o que se estava a passar.
Quando cheguei a casa chorei porque aquela sensação de segurança e carinho tinha desaparecido. E depois sorri ao recordar os nossos momentos picantes e tão doces. Mas eu sabia que devia impor um limite e não mais me aproximar. Tu serias um perigo para mim. Tanto poderias ser a minha salvação como a minha desgraça total e por isso quando me pediste para estar contigo de novo eu recusei e comecei a inventar desculpas, tanto a ti como a mim para não cair em tentação. De pouco me serviu porque em menos de um mês voltei a encontrar-me contigo e a reviver momentos fogosos e calorosos, seguidos de carinho. Como eu adorava esses momentos!
Assim continuámos até que os meus sentimentos apagados começaram a querer reacender. Não podia deixar que tal acontecesse e então comecei a planear a minha fuga à tua pessoa mas aí tu surpreendeste-me de novo e mostraste-me que também querias estar comigo, não só fisicamente como emocionalmente, por assim dizer. Levaste-me ao meu primeiro encontro e demonstraste-me o que eu ainda não tinha visto, conhecido, entendido e que no entanto sempre desejei ter. Deste-me a conhecer o meu valor e ajudaste-me a reconstruir o meu coração partido. E assim fomos indo até chegarmos ao "hoje", em que já estamos juntos por 10 meses e que como tu dizes "Passou tão rápido que nem parece verdade" e neste tempo conseguimos formar algo muito importante e especial para mim. Temos uma amizade, paixão, fervor, amor... Temos o que ambos queremos e algo que eu sempre sonhei.
Por isso digo que te amo. Amo-te de verdade. Como nunca amei e como nunca julguei ser-me possível amar. Amo o teu corpo e a tua personalidade. Amo o facto de que me ajudaste a crescer, a melhorar, a "abrir-me", a comunicar. Amo o facto de estares sempre presente para me ouvires, aconselhares ou simplesmente fazeres-me rir. Amo que tenhas feito com que eu aprendesse a gostar de abraços e beijinhos a toda a hora. Amo a forma como me conheces e me fazes sentir tão bem mas o que mais amo em ti é o teu sorriso e o teu olhar tão profundos e sinceros, o teu abraço tão seguro, o teu beijo tão reconfortante e quando dizes que me adoras de maneira tão doce.
Por isso, mesmo que um dia o que construímos como namorados terminar, quero que saibas que te amei de verdade e que nunca esquecerei o que tivemos e quem tu foste. E quero que saibas também que me terás sempre como uma amiga seja para desabafar, chorar ou mesmo só passar tempo.