Escuridão

Foto de Carmen Vervloet

Introspecção

A luz se apagou...
Só... na imensa escuridão!
Até as estrelas se esconderam
atrás das nuvens pesadas...
Volto-me para dentro de mim ensimesmada,
um sonho, uma ilusão, um desejo!
A vida, a vida, a vida...
Tudo fica mais claro
na introspecção que faço neste escuro.

Foto de poetisando

Bateu-me à porta a morte

Bateu-me à porta a morte
A morte bateu-me á porta
Fui abrir a ver o que me queria
Quando me viu deu uma risada
É mesmo a ti que eu queria

Quando ouvi a sua voz
Nem podia acreditar
Como eu também a conhecia
Pelo seu gelado olhar

Sorriu-me na sua roupa escura
Com um sorriso de arrepiar
Porque ainda tão novo
Ela me queria mesmo levar

Ocupou a minha casa
Sem ter razão para tal
Que eu me despedisse
Que ia deixar de ser mortal

Ficou ali bem instalada
Sem mais uma palavra dizer
Não tirava os olhos de mim
Para me ver até eu morrer

Muita vez eu a chamei
Sem ela me atender
Agora que quero a vida
Ela me quer a morrer

Já te conheço muito bem
Mesmo que tragas outras vestes
Conheço-te até na escuridão
Companhia já me fizeste

Bateu á minha porta a morte
Entrou sentou-se e ali fez guarida
Estava mesmo disposta
A levar a minha vida

Com o seu olhar gelado
Sorria-me na escuridão
Vendo o meu sofrimento
Apontava-me o caixão

De: António Candeias

Foto de Jonas Melo

NÃO FUJAS DE MIM

NÃO FUJAS DE MIM...

Não fujas de mim, muito menos de nós;
A fuga jamais irá esquentar nossos encontros, só a solidão de nossos lençóis;

Pra que mentir, dizer que não quer mais, o desejo é visível em seus atos, então encare os fatos;
Deixe que o novo venha iluminando à escuridão da tristeza;
Desnudando assim, a extravagancia da tua beleza.

Não digas que não quer, que não gosta, que é bobagem, pois cada gesto teu, te condena;
Fugir nunca foi estratégia dos vencedores, muito menos dos amantes enamorados;
Por isso, não fujas de mim, muito menos de nós, pois a solidão é quem ditará as regras a nós.

Jonas Melo

Foto de Anderson Maciel

...

Em minha mente não há mais nada
a solidão reina dentro de mim
sem caminho vou parando na estrada
sem valor espero o fim

Desnorteado com uma dor profunda
vou fazendo meu túmulo
caindo em desgraça imunda
vivendo fora de mim

Entre um plano alheio
onde a luz já não brilha
mas a escuridão é o meio
para alimentar a minha existência.

Foto de Bruno Silvano

Uma noite na Califórnia

Não era uma noite qualquer, as estrelas pareciam se aproximar da terra, seu brilho era de uma magnitude esplendida, era calor a temperatura passava dos 30º em pleno luar, era noite de lua cheia, e aquela lua estava espetacular, diferente de todas as que já havia visto em Criciúma. Estava em San Diego, segunda maior cidade do estado da Califórnia.
A noite mal tinha começado, não imaginava o que poderia encontrar por lá, era a minha primeira noite naquela enorme cidade a qual tinha ido por engano, teria vindo eu de um lugar significativamente menor tanto em tamanho quanto em população. O agito não era intenso, mas estava sozinho naquela praia, não dominava muito bem a língua inglesa, nunca me senti tão só, tudo parecia maior que o normal. Estava com minhas malas perdido com a camiseta do Criciúma em uma praia.
Os minutos passavam rápido, ao mesmo tempo que me sentia sozinho, sentia um sentimento de liberdade, de indiferença com as pessoas do lugar, de estar realizando um sonho, sim seria um desafio achar algo por lá, mas era um sonho.
Estava como sempre admirando a praia, as estrelas, o vento começava a suar suavemente, as estrelas me hipnotizavam, não sei se estava sonhando ou se a ficha não tinha caído ainda, a vista era de admirar, mas acabei adormecendo em um banquinho da praça por ali mesmo.
Acordei não eram nem meia noite ao som de gritos e homens encapuzados a o meu redor, não entendia o que diziam mas logo botaram uma arma na minha cabeça e saquei do que se tratava. Levaram tudo que tinha, meu dinheiro, meus documentos, meu passaporte, e agora sim, era um carvoeiro desconhecido perdido em plena Califórnia.
Fui acudido por alguns cidadões que estavam passando pelo local que por sua vez também tinham sido vitimas dos assaltantes, e chamaram a policia para fazer o BO. Não esperava pelo pior, não conseguia me comunicar com os militares, que por muitas vezes ficaram estressados comigo, e me deteram, na hora não entendi o porque, mais tarde descobri que tinha xingado a mãe de um deles.
Sim a viagem tinha começado mal, mas poderia estar pior. Não fiquei nem dez minutos preso até que uma desconhecida pagou a minha fiança e eu pude sair, ela não havia se identificado, nem dado referencias, apenas pagou e foi embora, queria encontra-la pra agradecer, mas ela sumiu na escuridão.
Novamente havia ficado perdido , sem rumo, na escuridão. Tentava desesperadamente voltar para aquela praia, mas não tinha a mínima noção para onde ir, resolvi seguir os meus instintos, continuei caminhando em frente.. Passava em frente a uma boate gay, quando me lembrei que ainda estava sem meus documentos, para a piorar a situação a viatura da policia federal estava passando por ali, ou eu entrava na boate ou era preso novamente. Sim eu entrei na boate, fui confundido com um dançarino e fui obrigada a dançar, passei por maus momentos, nunca havia sido tão bulinado em toda minha vida, mas ao menos havia me livrado de ser preso, até que os policias invadem a boate e prende todo mundo que estava lá, sim era uma casa noturna clandestina, tava la eu denovo, por engano, preso mais uma vez.

Passei a noite na cadeia até ser solto, já tinha perdido as esperanças, e já havia me decepcionado o suficiente com aquele lugar. Estava com fome mas todo o dinheiro que eu tinha havia ficado com os assaltantes. Eis que de algum lugar surge uma criança ao manda de uma moça misteriosa, me trazer um coquetel de frutas.
Procurei desesperadamente pela moça, corri atrás dela, segurei-a pelo braço fortemente, mas a única coisa que consegui foi ficar com aqueles lindos olhares gravado em minha mente, fui facilmente vencido por seu sorriso, larguei-a e ela se foi meio a multidão. Um pedaço do meu coração havia ido junto. Voltei ao banquinho pra comer o coquetel de frutas, mas um cachorro já tinha devorado ele. De qualquer forma a fome já tinha passado.
Passei o resto do dia tentando encontrar informações sobre aquela moça, não encontrei muita coisa. Por onde eu passava chamava a atenção, o sol radiante batia na camisa do Criciúma e ela brilhava radiantemente, encantando a todos que olhavam.
O Dia passou rápido, mas não havia sido nada produtivo, não encontrei nada a mais sobre a dona daqueles sorrisos, parei pra descansar naquela mesma praia, escureceu, e fiquei vidrado naquelas estrelas, nessa noite pareciam estar ainda mais brilhante, e alguma coisa me prendiam a aquela vista, não piscava. Não tinha me dado conta ainda, mas estava vendo toda a imensidão por meio de um olhar fascinante de uma mulher, cabelos preto, mais ou menos 1,60m de altura, dona do mais belo sorriso que já vi na vida.
Ela se aproximou não lembro se lenta ou rapidamente, havia me fixado no seu olhar, me beijou, senti o gosto doce da sua boa, o calor do seu corpo, deitamos na areia, ela em meu colo, jamais senti tamanha alegria. Logo depois ela me acolheu em seus braços, cuidou de alguns ferimentos, fez-me adormecer.
Quando acordei estava em avião, voltando pra casa, ela havia me entregado aos policias para me deportarem, sobre ela não descobri mais muitas coisas, apenas que era um intercambista carvoeira. Até hoje cada vez que vou no estádio sinto meu corpo colado no dela, nossos corações no mesmo compasse.

Foto de poetisando

Sou Sombra

Sou uma sombra de mim
Sou alma de alegria perdida
Sombra do que já fui
Sou uma sombra na estrada
Sou frágil e sempre sozinho
Sou aquele que sonhou
Hoje já não sou ninguém
A alegria para mim acabou
Os meus sonhos hoje são nada
Com lágrimas pelo rosto
Sou uma luz apagada
Perdi a alegria e também o gosto
Sou uma alma de mão estendida
Nesta vida de tanta escuridão
Sempre a correr sem parar
Com sonhos de ilusão
A minha vida é feita de cacos
Sem ter alguma esperança
Minha mente perturbada
Mais parece uma criança
Queria que o tempo voltasse
Que deixasse de sombra ser
Voltar a ter a alegria perdida
Deixar de sombra ser e de correr
De: António C.

Foto de poetisando

Vida III

A vida por mim passou
Nem dei por ela passar
Tenho comigo a solidão
Que ficou a me abraçar
Chora o meu coração
Não sinto já segurança
A vida por mim passou
Perdi de todo a esperança
De sonhos que sonhei
Só me resta é muita dor
Esperança a muito a perdi
Até de encontrar o amor
A vida por mim passou
Resta a dor do passado
Que não consigo esquecer
Depois de tanto ter chorado
Não sinto já segurança
Vivo dentro da escuridão
A vida por mim passou
Fiquei abraçado pela solidão
Vida que não dei por ela passar
Vou vivendo a vida á sorte
Perdi já de todo a esperança
Até ao dia que chegue a morte
De: António C.

Foto de Carmen Lúcia

Poema para Clarice

(para minha neta)

Quando a vida já perdia a graça
e a ilusão mostrava sua face amarga,
vens como um clarão que a escuridão abrasa,
luminosidade a incendiar canteiros de esperança,
inocência a esbanjar pelos caminhos que perpassas...

Quando o sorriso já havia se perdido,
se transformado em lágrimas a molhar a face,
o teu risinho puro vem falar de amor
e cativar a todos vestindo a alegria
nos corações isentos de calor.

"O impossível não existe!" falam sem falar
os teus olhinhos afoitos de carinho
mostrando o encanto que permeia as flores,
pondo nessa visão as mais variadas cores
a revelar belezas vindas de todo lugar.

Trazes a luz da manhã, o cheirinho de maçã,
és a tarde a abrandar os raiozinhos do sol,
a estrelinha cintilante a beijar o céu,
a vida a se abrir, o milagre a se concretizar,
a magia a girar nas voltas de um carrossel.

_Carmen Lúcia_

Foto de vânia frança flores

Há quanto tempo

Sei que esperar em vão doi mais do que ouvir um não,
sim é pior do que viver numa ilusão é ter um vazio que nos
enche até ao fim da escuridão...
Eu sei que sonhar em vão é mais cruel do que a dor,
é como o fogo que consome o próprio amor,
assim queimando as cinzas de um sonho bom,
que ficou para trás.
-Á quanto tempo eu espero
-Á quanto tempo eu estou aqui
-Á quanto tempo eu choro
-Á quanto tempo não sei de ti
-Á quanto tempo eu grito
-Á quanto tempo eu penso em ti.
Mesmo que a razão seja mais do que a sempre foi p'ra mim...
Eu sei que o futuro está presente longe de mais,
sim continuar a procurar n adianta mais,
assim prefiro que o tempo encontre alguém,alguém por mim...

Adelaide Ferreira..

Foto de Anderson Maciel

O FIM

O caminho está muito curto e a cada dia vai diminuindo mais, sinto-me que já é chegada a hora do fim. Esperei muito por este dia e tenho certeza que tudo agora vai mudar, todas as dores e sofrimentos vão acabar afinal estarei seguindo para um estágio superior, matando a mim mesmo como um todo, assim seguirei morto por fora e sem espírito por dentro, guiado pelas sombras que me elevarão até o lugar aonde jamais deveria ter saído, o mar de escuridão. Anderson Poeta

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