Sozinho, como o nobre vagabundo,
sozinho, como o rei da babilonia,
sozinho vou sambandeando, sozinho, vagueio o mundo,
sozinho bebado de minha insonia,
Simplesmente sozinho,
assim vou indo.
Com o coração leviano de que amou,
e hoje sente saudade, saudadeando sozinho,
Sozinho, como a poesia sem palavras,
como samba sem pandeiro,
sozinho em gravata mal passada,
sozinho em meu sorriso derradeiro,
Sozinho sou,
sozinho vou,
sozinho estou
sozinho não fui.
Sozinho perdido,
perdido e preso,
preso em te perder,
te perdendo e aprendendo,
aprendendo sozinho,
Hoje nem eu quero mais minha companhia,
nem meu som mais me escuta,
nem meu coração quer bater,
nada mais me deixa viver,
Assim vou vivendo.
Assim vou sendo.
Na tal da dança da solidão,
cantarolando sozinho.
Sozinho, sem mais vou indo,
Sozinho, redundantemente redundante
porem sozinho.
Allan Sobral