Dança

Foto de Marilene Anacleto

Poemas de Paz - 1 -

A PAZ APRESEENTA-ME A FACE

A paz apresenta-me a face
No buque de flor vermelha
Que dança na luz do sol
Com o esplendor da Centelha.

Em resposta ao jardineiro
Esbanja todo o talento
Mais amante que cuidador,
Foi cultivador da semente.

Não desejou que fosse rosa,
Nem tornou-a margarida,
Apenas fez brotar a fagulha
Da semente do Deus da Vida.

A paz do dia de hoje
É assim que chega a mim:
Realizado o ideal da semente,
Alegria de Deus, beleza do Seu jardim.
Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Loucura de amor

Loucura de amor

Caminhei por vales e montanhas
Viajei através dos mares e rios
Nas nuvens me deixei levar
Para no vento eu repousar...

A chuva cai fortemente na minha mente
Rasgando a minha sanidade em pedaços
As pedras frias de granito dilaceram o coração
Os meus olhos cegam ao te ver e não te tocar...

Minha alma esta presa no umbral da ignorância
Entre raios de luz e a eterna escuridão do não saber
Eu nada sei nada posso escrever aqui a não ser
Que sou escrava da minha poesia e do meu amor...

Na loucura de te amar, sem medo e sem luxuria
Eu só penso em ti, penso sem saber se isto é real
Este amor que roubou a minha alma e a minha luz
Se fazendo brilhar a volta do teu Ser e somente a ti...

Uns dizem que é loucura, insanidade da vida, amarras
Eu quero ser louca, a eterna louca que vive um amor
Que roubou a liberdade e os meus pensamentos
Hoje eu sou escrava, que docemente aprende o amor...

E na loucura do meu Ser, eu vou te amar até ao final
Dos meus dias na terra, seja na vontade de Deus
Entregar-me a ti, sem de gnomas, vaidades e pura
A tua voz que embarga a alma de sentimentos, despertando...

Leves sentimentos que renovam ferozmente o movimento da terra
Em breves serenatas, à lua e nas estrelas eu dançar
A dança que fecunda o ventre materno, belas ondas de amor
Entre as nossas metades, como se fossemos os dois um poema...

O poema da loucura, nua e crua e tendo como luz o farol
Que ilumina as nossas vidas unidas pelo destino, destemido
Unidas na loucura do amor desmedido, louco, insano e temido
Temido por muitos aqui na terra e que nunca foi compreendido...

Betimartins

Foto de Carmen Lúcia

Babilônia

Difícil conviver imune de pecados
ou conviver, simplesmente,
em meio a essa Babilônia que se espelha
e se prostra a minha frente
tentando dominar corpo e mente,
impondo um sol brilhante, ilusório,
que cega e se apaga de repente
priorizando decretos humanos
acima dos humanamente divinos...

Desfilando por tortuosos caminhos
uma verdade anacrônica, desgastada,
deteriorando-se passo a passo
num confronto irreversível com meu tempo,
com o que penso, com o que faço...

Vestes escarlates e púrpuras bailam
convidando para uma dança sensual
onde a razão e o bom senso
se desequilibram nesse ritual
e se afastam dos princípios certos da moral.
Impossível beber do cálice sagrado
e conciliá-lo ao pecado mortal.

Procuro outros jardins que não sejam os da Babilônia,
onde as sementes plantadas gerem frutos do bem,
onde a vida transcorra simples como os rios,
embora chorem o que o homem deflora
maculando suas águas límpidas que cristianizam
navegadas pelo amor, luz e serenidade
numa trajetória imaculada.

_Carmen Lúcia_

Foto de Allan Sobral

Sozinho

Sozinho, como o nobre vagabundo,
sozinho, como o rei da babilonia,
sozinho vou sambandeando, sozinho, vagueio o mundo,
sozinho bebado de minha insonia,

Simplesmente sozinho,
assim vou indo.
Com o coração leviano de que amou,
e hoje sente saudade, saudadeando sozinho,

Sozinho, como a poesia sem palavras,
como samba sem pandeiro,
sozinho em gravata mal passada,
sozinho em meu sorriso derradeiro,

Sozinho sou,
sozinho vou,
sozinho estou
sozinho não fui.

Sozinho perdido,
perdido e preso,
preso em te perder,
te perdendo e aprendendo,
aprendendo sozinho,

Hoje nem eu quero mais minha companhia,
nem meu som mais me escuta,
nem meu coração quer bater,
nada mais me deixa viver,

Assim vou vivendo.
Assim vou sendo.
Na tal da dança da solidão,
cantarolando sozinho.
Sozinho, sem mais vou indo,
Sozinho, redundantemente redundante
porem sozinho.

Allan Sobral

Foto de Carmen Lúcia

7º Concurso Literário: "Flor"

Nascera Flor.
Flor-de-maio, Flor-da-noite, Maria Flor...
Em meio aos encantos de oferendas matinais,
batizada com fragrâncias de essências florais,
banhada em gotículas orvalhadas de cristal,
predestinada a conduzir o bem e extirpar o mal.

Crescera Flor.
Livre, entre flores tantas de verdejantes prados
fora desde a rósea tulipa à camélia descorada,
seduzida por suspiros de fogosos jasmins, de jardins.
Abandonada!
Perdeu-se pelo campo sangrando o seu pranto.
Conhecera a dor! O primeiro amor...

Vivera Flor.
Rosa se tornara. Vermelha! Rubra estrela!
Brilhante e bela! Insinuante donzela!
Amara mais que a vez primeira! Estremecera!
Rosa rainha, no cais aportou...Desabrochou.
E com soberania, mudou seu destino. Desatino.

Quis aquecer o inverno, o frio da estação.
Florear noitadas, enlouquecer paixão...
Como dama-da-noite, na noite se fartou,
na dança se encontrou, o tango coroou!
Pelos caminhos se despiu...Despetalou.

Morrera Flor.
Hoje suas pétalas derramadas inundam...
Seus espinhos cravados causam dor,
seu néctar desejado não mais libera.
O perfume desimpregnou a Flor!
Quem sabe ainda renasça n’outra Primavera...
Plena de amor!

(Carmen Lúcia)

Foto de Nailde Barreto

"O olhar além da burca"

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Poligamia? Tantas quantas o “fantástico homem” puder sustentar, em regime de igualdade, sem margem para que uma ou outra possa reclamar. Tal ato fere a sua moral? Tudo isso é questão cultural, e no oriente é tido como corriqueiro, normal, visível no olhar de tantas faces, contidas, pela burca, lisa e de tantas cores, e seus adereços...
Imensa desvantagem, retratada na história da evolução, uma vida inteira de “liberdades” que se confundem com prisão, com regimento expresso, afinal, liberdade ou opressão?
Elas: sujeitas de voz passiva, que se calam silenciosamente, enquanto grita o desespero, o destempero, a mutilação; estampado em cada olhar, cabisbaixo, diante dos atos volitivos do sujeito masculino, preocupado com a procriação...
O tempo passa, as coisas mudam, e na puberdade, o “hijab” (tipo de vestimenta para cobrir o corpo) passa a ser de uso obrigatório, para impedir que a mulher faça exposição da sua figura, que transita entre a luxúria e a fé. Só é permitido deixar amostra: as mãos, os pés e os olhos. De tal modo, conseguem atrair olhares, e mesmo coberta, enfeitiçam com a dança, seduzem com o olhar, finalizam com um toque, detalhistas como serpente, e até os pés, conseguem fazer beijar...
Felicidade, digo e te instigo a pensar, é algo conectivo! Logo, não podemos afirmar que tais sujeitas, ainda que passivas, são infelizes. Em contraponto, observamos o contraste do oriente que se cobre, com ocidente que insiste em despir-se em constante “haram” (pecado).

Nailde Barreto.
13/01/2011

Foto de Arnault L. D.

Se ainda você

Seria uma palavra, se não fosse o silêncio.
Seria uma canção, se houvesse som.
Seria uma visão, se existisse a luz.
Seria uma dança, se houvesse um eixo...

Seria uma vida, se houvera história.
Seria uma entrega, se houvesse destino.
Seria, nós, se houvesse havido.
Não seria pretérito imperfeito.
Se ainda... você.

Foto de camilaalp

7º Concurso Literário - Horas Mortas

Onde estamos nós nesse turbilhão de vozes que nos abraçam
Estaremos algum dia a salvo da nossa ânsia e indisposição
Quando por vezes são nossas fraquezas que nos separam
Nessa dança eterna de teimosia, linguagem habitual e aflição

Se não é o sol que queima ou a chuva que dificulta nosso trajeto
É a minha imparcialidade e a tua desonestidade que se contradizem
Mesmo sabendo que a esperança é o único caminho correto
Minhas mãos desgarradas de tuas carícias ainda se afligem

Lastimam-se meus olhos não querendo desviar-se dos teus
Pois se encontram acorrentados a tua beleza e abstracionismo
E mesmo no instante gélido de nosso inevitável e doloroso adeus
Relembro as horas mortas que reacendem nosso sincronismo.

Foto de Eddy Firmino

A BAILARINA

Linda bailarina que dança
Ao som do suave piano
Passos perfeitos
Rosto dum anjo

No embalar da canção
Na suavidade da sinfonia
Você tão bela entre luzes
Na mais perfeita sincronia

Nada mais nesta hora
Apenas a emoção de quem vê
Alegre em teu esplendor
O palco é você

Arrisca um breve sorriso
Como a mais bela atriz
A platéia radiante admira
Você tão feliz

Num rodopiar tão perfeito
Em seu final majestoso
Linda bailarina que dança
Que maravilhoso!

"Dedicado à minha querida irmã e eterna bailarina"

Foto de Carmen Lúcia

7º Concurso Literário- "Tango"

(As faces do Amor)

Da doce bailarina de ballet clássico, à sensual dançarina de tango.
Do botão de rosa angelical, à flor carmim desabrochada.
Da suave fragrância matinal, ao perfume embriagador da noite.
Já amara profundamente. Em seus passos de ballet clássico, ainda adolescente, refletiam a pureza de um amor incondicional. Nos “pás-des-deux” e nos “arabesques” pulsava um coração apaixonado e crédulo.
Em seus lábios, um sorriso inocente.Nas pontas das sapatilhas, a certeza de um porvir risonho.
De repente tudo se transformara. As decepções trouxeram a amargura, as lágrimas, o sorriso sarcástico, o desacreditar. O vermelho da paixão, do desejo.
Tornara-se mulher.Conhecera a noite.Os becos e esquinas.A fumaça do cigarro e da neblina.Os copos de bebidas fortes.Os encontros clandestinos.
Os cabarés.O tango. Os saltos dos sapatos.
Seus passos de dança tornaram-se insinuantes, provocantes.O vestido preto colado ao corpo, com fendas laterais, era um convite para uma noitada caliente.
Uma rosa vermelha em seus cabelos presos, denunciava rebeldia.
Na dança mostrava sua alma ferida e quanto mais ela doía, mais se entregava a passos magistrais, coreografia única, conduzida pelos tangos de Gardel.
As pernas bem torneadas cruzavam-se rapidamente com as do parceiro, numa sincronia perfeita e sensual. Os “ochos” realizados com muita arte e elegância, faziam o público delirar.
Acordava sempre na cama de um bordel.Disfarçava as lágrimas com um sorriso malicioso.
Então dava-se conta da realidade crua e nua.E contava os minutos para que a noite chegasse novamente e com ela vestir a máscara que a camuflava.

Carmen Lúcia

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