Correntes

Foto de Bira Melo

EU VOU IR...

Eu quero ir...
Em um rio de águas correntes,
Num barquinho de papel
Acordado, bem desperto
Eu vou ir sim... vou ir!

Eu quero ir...
Dentro do barco minha gente,
Ver pessoas, bichos, plantas,
Navegando na enchente
Eu vou ir sim... vou ir!

Eu quro ir...
Quando acabar o dilúvio
Na pedra ou areia encalhar
Eu vou ir sim... vou ir
Ver minha sombra se ocultar!

P.S. : esse poema foi dedicado à Dandara, minha sobrinha e faz parte de "Anjinho de Carvão"*
*Direitos autorais reservados.

Foto de Carmen Lúcia

Lições da vida

Sem âncoras...
Navegando a esmo...
Enfrentando altas e tortuosas marés...
Sem alcançar o fundo pra tocar os pés...
Sempre indo, desafiando, buscando...
Até que o mar revolto torne-se ameno,
Até que o solo firme pra um caminhar sereno.

Gaiola aberta...
Desejo de alçar vôo desperta...
Pra qualquer lugar, sem ponderar,
Expectativa incerta de desbravar,
Mistérios encobertos entre abismo e céu,
Arrojo ao se lançar, voar e alcançar,
Concretizar os sonhos impossíveis, divagar.

Sem correntes...
Mesmo as que pressionam e amedrontam...
As que cortam sem sangrar e incrustam marcas,
Aprisionam a alma, deixam-na amarga,
Roubam a identidade, a sua verdade,
E a alienação faz-se palco para encenação.

Sem âncoras, sem gaiola, sem correntes,
Sem mordaças, sem porteiras, sem viseiras,
Com audácia, com coragem, muito tino,
Peito aberto, confrontar o desatino,
Perder-se, confundir-se e se achar,
Lições que a vida têm pra ensinar,
Deixar guiar-se pelo sonho que conduz,
Sem ego, ir de encontro a sua luz.

_Carmen Lúcia_

Foto de pétala rosa

FANTASIA DOS MEUS OLHOS

FANTASIA DOS MEUS OLHOS

Gostava
de tocar-te, dedilhar-te
como ás cordas duma harpa.

E, na delicadeza
do meu sentir, componho musicas de sedução
nos sons melodiosos
deste tocar.

Vem,
enche a taça do vinho e bebe a fantasia dos meus olhos.
Abraça a loucura deste delirio
e, nas correntes famintas
desta paixão
tu és o poema que baila
em arabescos na fonte do meu orgasmo.

Não há espaços, entre o sol e o prazer...de te ter
e beijar...assim, nesta desordem de colher em ti
as rosas delicadas da ternura...

Ternura suada
num corpo só, esperando-te
em madrugadas
de desejo,
risos e promessas de infinito...

Amália LOPES

Foto de Cecília Santos

PRISIONEIRA DE MIM MESMA

PRISIONEIRA DE MIM MESMA
#
#
#
Sou prisioneira de mim mesma.
Acorrentei minha vida, meu coração.
Com elos de pura desilusão.
Não consigo fugir desta prisão.
Que me rouba o horizonte da
minha visão.
Que mata aos poucos minha paixão.
Deixando no chão os pedaços do
meu coração.
Como desvencilhar dessas grades.
Que prende minh’alma impedindo me
de lutar, de vencer.
Ganhar asas, conquistar novamente
a minha liberdade.
Que tenho que fazer pra me libertar.
Desta ânsia, desta angústia.
Que me tira o ar, que ateia fogo
em meus sonhos.
Que se tornam labaredas ardentes.
Que por onde passam, vão deixando
um rastro de dor e de solidão?
Sou prisioneira de mim mesma.
Sou um fantasma que arrasta minhas
próprias correntes.
Na solidão e no vazio na minha
cela interior...

Direitos resevados*
Cecília-SP/03/2008*

Foto de Henrique Fernandes

AMOR VIBRANTE

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.
.

Fecho os olhos fico hipnotizado
Pelo aroma da tua doce imagem
Mais bela que o céu estrelado
Tão real em qualquer miragem

Teus lábios são uma fonte
Jorrando rios correntes de paixão
Acresces o infinito do horizonte
Ultrapassando o limite da sedução

Caio na imensidão do teu olhar
Prevenindo não ocultar desejos
Expondo um convite para amar
Submerso num mar de beijos

Tua voz é tom de poesia
Fazendo-me sentir gente
Doando vida na tua pele macia
Inspiras-me um amor vibrante

Foto de Mentiroso Compulsivo

O TESOURO (O MAIS BELO DESTA VIDA!)

.
.
.

Nesta noite fria mergulhei
Nas profundas águas de cristal
E desapareci no fundo do mar
Num afago de brisa transparente
Fui levado por mares e correntes
Até ao reflexo do um rosto perdido
(o mais belo de todos os encantos)
Explorei por cada canto o náufrago navio
Feito dos ramos de amendoeiras em flor
(Das mãos de um pirata mouro
Que um dia se enamorou por uma princesa de neve).
Levado pelos peixes com asas de borboleta,
Encontrei um espelho de diamantes negros
Ornado de algas verdes e medusas brancas.
E… fez-se silêncio… caiu a respiração… o coração parou…!
Fui assaltado pelo azul do mar, quando enlevado fiquei,
Paralisado no reflexo de dois olhos, ora grandes, ora pequenos!
Mudavam em instantes: verdes, castanhos, azuis, negros…!
A rir ou a chorar eles estavam sempre a brilhar.
Eram jóias do tesouro já há muito perdido
Mistérios e segredos escondidos no evo
Resguardados pelas imensas luas, sóis e estrelas,
Adormecidos em cada noite pelo canto das sereias.
Noite após noite, dia após dia, tempestades e bonanças,
Deuses nos mares séculos andaram embarcados
Num desespero demente e inquieto para o descobrir
Rendidos à fatiga, desistiram de o procurar
E, porquê eu? Porque tive eu de o encontrar?
Eu que sou um simples pescador neste mar!
Encontrei no oceano duas gotas de água,
O tesouro onde tudo acaba e o amor se forma,
Escrito na areia branca em pétalas de rosa.

© Jorge Oliveira / 20.FEV.08

Foto de Dirceu Marcelino

O MAR - Meu salvamento - DUETO - VANESSA BRANDÃO e DIRCEU

(Vanessa Brandão )
Em um lado deserto
Daquela linda praia.
Sentada na areia,
Admirando o mar,
Avistei alguém dentro dele.
Que tentava sair,
Mais não conseguia
O mar que antes estava com as ondas tênuas
De repente se tornou agressivo.

Ao olhar bem percebi que era um lindo homem
Tentei pedir ajuda
Mais não havia ninguém
Fiquei sem saber o que fazer
E mesmo que eu quisesse
Não poderia salvá-lo
Pois não sabia nadar.

Me vi enloquecida
Pois queria muito ajudar
E nesta hora lembrei
Que existia em mim
Uma força muito poderosa
A fé em Deus.

E foi nela que me apeguei
Para retirar o homem do mar
Aquele homem que estava desesperado
E que aos poucos perdia as suas forças.
Percebi que as correntes marinhas,
Formavam um círculo na baía,
E com os braços fui indicando
E ele foi nadando,
De acordo com aquela orientação.
Foi da praia se aproximando
Até que no local em que as ondas se quebram
Seu corpo já entregue foi levado
Por uma das grandes ondas

Que o jogou na areia

Justamente aonde eu me encontrava
Olhei pra baixo e lá estava ele
Aos meus pés desmaiado...
Mas vivo...

(DIRCEU)

Poderá parecer mentira,
Um sonho de pescador
Ou delírio de um caipira.

Mas, foi realidade
Eras ainda uma menina,
Mas alguém como tu
Vi sentada na areia da praia,
Observando o mar de longe.
Estendi a minha esteira
Na areia.

Queria chamar-lhe atenção:
Fiz algumas flexões,
Olhei-a mas ela não me via.
Não deu bola.

Adentrei na água,
Passei os arrebentos das ondas,
Mergulhei.

Virei-me ná água
Não sei mais se ela me via
E aos poucos fui adentrando
Mar adentro.
Sempre eu fazia isso
Ia até o farol.

Mil metros, para um jovem
Na época era pouco.
Mas naquele dia,
Não percebera por encanto
Que o mar estava tenebroso
E fui adentrando,
Adentrando...

De repente
Vi que tinha passado o farol,
Era hora de retornar,
Desvirei-me do nado de costas,
E dei algumas braçadas.

De três ou quatro,
Avançaria dois metros,
Mas naquele instante recuei um metro.
Mais quatro ou cinco braçadas,
Avancei meio metro.

Ah! Já fiquei desesperado.
Olhei ao ser erguido por uma onda
Para a praia e vi ao longe só aquela morena.

Não podia gritar,
Nem adiantaria
O marulho do mar era intenso
E então fiz alguns gestos,
No padrão do S.O.S.

Noutro levantar das ondas
Vi que ela desesperada
Levantou-se da areia
E virava a cabeça para todo lado,
Talvez, pedindo ajuda,
Foi quando percebi.

Ela me fazia sinais,
Com os braços,
Em círculos
E comecei
Então,
A obedecê-los,
Seguia a corrente d’águas,
Que eu não podia vê-las
Tantas eram as fortes ondas.

Mas, com certeza, ela as via de longe
E assim, confiei nela,
E atendendo suas indicações,
Comecei a avançar,
Dois metros,
Em forma de um semi-círculo,
Dez metros,
No sentido dos ponteiros do relógio,
Cinqúenta metros,
E via a medida que avançava
Em cada onda que me erguia,
Que ela me seguia,
Andando pela praia.

Passei o farol,
E sempre em círculo,
Seguindo suas indicações
Fui avançando,
Quinhentos metros
E, já podia ver
Que para trás o farol foi ficando
E fui avançando,
Novecentos metros,
Até quando
Sentia
As ondas me elevando,
E quando passavam
Meus pés ia roçando
A areia do fundo,
E não sei quantos metros
Faltavam.
Mas já era praia
E continuei,
Remando...
Não sei
E
Só acordei,
Recobrei os sentidos
Quando a minha frente vi duas pernas
D’uma linda morena e
Ela me olhava
Sorrindo.
Vivi.
E vi que ela caminhou vários quilometros
Pela areia da praia
E foi assim que me salvou.

Se não fosse ela,
Não estaria agora aqui poetando

Por isso te peço, continues,
A vida é assim...

Até hoje agradeço a Deus!

NB. Ontem indicastes o caminho,
Hoje poderei indicar o teu
E, aqui temos muitos amigos,
Vamos nos encontrar
Na Escolinha da Fernanda. Uai!

Foto de jeannecosta

FRAGMENTOS

Fragmentos são etapas
ou são trechos
Se distante do que amamos
se os sonhos tiverem derrubados
pelas frustrações, e as correntes
impetuosas das águas tentam-nos
arrastarem, e se por uma situação
importuna de fraqueza conseguir-nos
arrastarem; temos a vida fragmentada
mas quando mergulhamos em sonhos
acreditamos unicamente no amor
como alicerce para reconstruir
os fragmentos tornam-se apenas
etapas que passamos por elas
e a vida segue na busca de
novas realizações
JEANNE

Foto de Elen Viana

"ALMA APRISIONADA"

I
Caminhava pelas ruas, buscando entender.
O porquê de tanta solidão...
Lágrimas corriam pela minha face,
e meus pés vacilavam ao chão...
II
Andava sem destino, sem rumo.
Cruzando ruas, avenidas,
buscando respostas para minha vida.
III
Minha alma aprisionada,
e dentro de mim eu me perguntava... Por quê?
Sentia que faltava algo para me completar
só não sabia onde encontrar...
IV
Cabisbaixa, semblante fechado,
olhos tristes, sorriso forçado
e Coração deveras amargurado...
V
E pensava: esta vida tão pacata!
Foi então que repentinamente uma luz me apareceu
como que um anjo enviado de Deus,
dizendo: -Não terás mais sua alma aprisionada!
VI
Senti correntes sendo quebradas
laços desatando...
Cordas sendo cortadas,
VII
Um espírito novo fluiu em mim,
vindo do mais alto céu,
trazendo em sua bandeja de prata um véu
e dizendo: -“É o fim!”.
VIII
Fim de todo sofrimento, fim de toda melancolia,
e a partir daquele dia
senti uma imensa alegria.
IX
Andava sorrindo pelas ruas,
meus olhos castanhos brilhavam
e todos me perguntavam:
Qual o motivo de tanta folia?
X
Com um sorriso ameno respondi:
No meio de tantos devaneios,
dei um tiro certeiro,
Conheci um cavalheiro...
XI
Romântico, alegre ,
maduro, experiente,
inteligente... e também boa gente!
XII
Passei a ter momentos felizes junto dele,
Como uma adolescente me portei,
e mais feliz fiquei
XIII
E agora?
Continuo caminhando pelas ruas...
Porém com certo entendimento
pois fiz um grande investimento.
Entregar-me ao amor... Que um dia germinou...
No meu coração... E agora com grande emoção...
“Digo-te...” Você é minha paixão!
Elen Viana

Foto de Raiblue

Palavras Escarlates

.

Havia algo de insano
Naqueles olhos
Um desejo avassalador
Que em cartas se derramava
E me possuía nas entrelinhas
Por onde os gemidos ecoavam...

Havia um lume mágico
Naquele olhar
Que transformava as palavras
Em toques, lambidas devassas
Pelo meu corpo todo...
A tinta, saliva em brasa...

Havia uma certa delinqüência
Naquele olhar
Que tornava todas as cartas
Uma aventura deliciosa
Um crime delicado...instigante...
Clausura,doce inferno de Dante...

Havia um desejo proibido
Naqueles olhos
Que se revelava só para mim
Em cartas molhadas do prazer imaginado
Transbordando e gotejando em minha pele...
Mar vermelho de segredos sonhados...

Havia naquela alma
Mais de Sade do que se imaginava
Que acabou por condená-la
À prisão perpétua do meu corpo
Enclausurados no amor
Que escorria de suas cartas...

Havia correntes
Naqueles olhos
E algemas nas palavras que escrevia
Prisioneiros nos tornamos
Da mais livre luxúria que acontecia
Na mais escarlate poesia!.

(Raiblue)

P.S: Poema inspirado na poesia “Cartas de Sade”, da querida poeta Salomé.

Texto registrado na Biblioteca Nacional.
Lembre-se de que plagiar é crime!

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