Cara

Foto de Lorenzo Petillo

Quem Sou Eu

Sou parte do tudo
O pedaço feito de nada
Sou aquilo que mais temes
Por ser o que mais te agrada
Sou uma sombra sólida
Um caminho que não tem rumo
E quando pensares que me encontrou
É então que, de repente, sumo
Sou as lágrimas de tempestade
Com o choro de trovão
Sou aquele que nega um olhar
Mas te entrega o coração
Sou mais do que pensas
Mas menos do que realmente sou
Sou quem mais acerta
Por ser quem mais errou
Sou só, rodeado de amigos
Acompanhado sempre de solidão
Sou o que existe de mais real
Mas que é feito de ilusão
Sou uma peça nesse jogo da vida
Um leigo que sabe de tudo
Sou mais uma cara perdida
Em busca de paz nesse mundo.

Foto de neiaxitah

Um Dia para Sempre

Quem sou? Uma louca? Ando de um lado para o outro sem nada a fazer, sem nada perceber…
Só me lembro daquele horrível dia… o dia em que te vi morrer… morrer aos poucos, ouvir as tuas palavras de socorro, e eu pouco podia fazer.
Sim, lembro-me como se fosse hoje!
Era fim da tarde, e tu ias-me levar a casa, ia-mos com aquele olhar que só nós tínhamos, que só tu conseguias provocar, e aquele sorriso único que só tu fazias que eu tivesse.
Sim, lembro-me de tudo, o tempo estava muito estranho nesse dia, e tu tudo fazias para que eu estivesse bem, sorrias e dizias que tudo farias para me ver sempre assim, com aquele brilho que só tu conseguias fazer nascer em mim.
Estava tudo bem, bem até me pedires para ir para casa só, sem ti… coisa que nunca farias…

Disses-te que ias ter com uns amigos, os mesmos que nos estavam a seguir até então. Estranhei, mas quando me fizeste prometer que não voltaria para traz por nada e que acontecesse o que acontecesse para nunca te esquecer, ai temi. Temi por ti, e por mim…
Sim foi a resposta que te dei, embora não concordasse com ela.
Deste-me um beijo, o ultimo beijo. Estavas sério, mas mesmo assim sorris-te apenas para me acalmar. Não consegui dizer nada, virei costas e comecei a andar, mas sempre muito atenta; os homens que nos tinham seguido tinham parado.
O meu coração batia depressa demais para pensar, deixei de ter controlo em mim, e quando virei a rua, só me lembro que o meu coração parou de bater; a rua estava deserta, e o teu grito ecoou por todo o lado, mas mesmo assim parecia que só eu o tinha ouvido.
Inevitavelmente os meus pés deram a volta, o meu corpo transpirava de medo e ansiedade.
Quando te vi, tudo em mim parou, deixei de ver tudo o resto, deixei de respirar até. Não senti o vento na minha cara, nem o meu cabelo a esvoaçar. O tempo parara quando te vi deitado no chão a jorrar sangue do corpo e aqueles homens com facas ensanguentadas do teu sangue. Tudo isto se passou numa fracção de segundo, pois logo depois o meu corpo, o meu ódio e a raiva respondiam por si. Gritei o mais que pude a pedir ajuda enquanto podia e atirei-me para cima do homem que te tentava novamente apunhalar.
No mesmo instante agarrei numa pedra e atirei-a a um outro homem que se aproximava de ti. Ele caiu no chão e não se mexeu mais. Os outros fugiram.
Estava finalmente a voltar a mim quando já estava a rua cheia de gente, já tinham chamado a ambulância que nos levou para o hospital. Incrivelmente ainda estavas vivo, mesmo depois de todo o sangue que perderas. Fui contigo na ambulância, nunca mais te ia deixar.
Mal chegamos ao hospital levaram-te para seres operado, e eu só queria chorar, mas as lágrimas estavam secas… como é normal perguntaram-me o que tinha acontecido e eu pouco consegui contar. E ainda faltava contar aos teus pais, mas só eu o podia fazer, por isso liguei-lhes. A voz deles mudou, a tua mãe chorou, desligou, e logo depois já estava comigo, e trazia com ela o teu pai, e os meus pais. Desesperei, a voz falhou, não consegui falar, imaginar tudo de novo era duro de mais. Para a minha salvação a médica explicou o que eu já tinha dito e assim eu não tive de falar. Quando a médica acabou de contar, vieram todos ter comigo, abraçaram-me e eu gritei, gritei e fugi…
Não queria sentir pena, eu é que afinal não estava lá contigo para te ajudar, queria trocar de lugar contigo, jamais me perdoaria se não sobrevivesses. Foram 5 horas nem mais nem menos, foi esse o tempo que estiveste no bloco operatório. Quando foste para o teu quarto ainda dormias, mas eu estive sempre lá contigo, e quando acordas-te eu estava lá, adormecida a teu lado, deste-me a mão, e chamas-te por mim.
A tua mãe que tinha ido apenas comer algo quando chegou e te viu acordado chamou-te e foi a voz dela que me acordou. Não podias falar, estavas muito fraco, no entanto notava-se que estavas melhor. O medico entrou no quarto e disse-nos que te ia examinar para ver como estavas e que por isso nós teríamos de sair. A tua mãe agarrou a tua mão, e depois largando-a ia recuando até à saída. Eu ia fazer o mesmo, mas tu não deixaste, voltei à tua beira, dei um beijo na tua face, sorri enquanto te olhava nos olhos... como sempre fazíamos para dizer que ia correr tudo bem. O teu olhar acalmou e eu vim embora… não sei o que se passou depois, visto que desmaiei por fraqueza e perda de sangue por ter sido também ferida quando me atirei para cima de um dos homens que te tinham posto assim. Quando acordei, estava tudo a minha volta. Vi o medo na cara de cada um deles. Preocupei-me. Levantei-me e embora fraca e tonta caminhei aos “Ss” pelos corredores até ao teu quarto. Ninguém me impediu. Sabiam que não valia a pena. Quando cheguei perto de ti tu estavas rodeado por toda a tua família, avos, tios, primos…
Finalmente as lágrimas ganharam vida e caíram face abaixo. Estavas em coma. O mundo caiu-me aos pés e nada o poderia levantar senão tu mesmo. Toda a tua família, excepto os teus pais, me culpou do teu estado. Fui por isso proibida a visitar-te. Toda a minha vida estava perdida, e eu estava morta, viva no vazio. Nada fazia realmente sentido, e a culpa era realmente minha, não tinha de te ter deixado.
Já estavas à 3 dias em coma quando me ligaram a dizer para ir ao hospital com urgência.
Eram 2 horas da manhã, mas nem isso me impediu, pedi aos meus pais e eles logo me levaram.
Quando cheguei corri para o teu quarto, passei por toda a gente e ouvi-te gritar o meu nome.
Agarrei a tua mão e tu acalmaste. Mais ninguém se atreveu a falar. Tu acordaras do coma a gritar o meu nome.
Adormeci a teu lado, não sai a tua beira até voltares a acordar.
Dormis-te imenso e por fim acordaste. Agarrei-te, não deu como não o evitar.
Chorei tudo o que até então não tinha chorado, e tu silenciaste-me e disseste que tudo estava como deveria estar, e acrescentas-te que voltavas a fazer o mesmo. Todos os que te ouviram choraram. Pediram para te deixar porque tais emoções te faziam mal. Tive medo de te voltar a largar, mas percebi a tua situação e achei por bem afastar-me.
Passaram-se mais 2 dias e eu não te pude ir ver, estive no tribunal para que os homens que eu feri depois de te esfaquearem fossem presos. Tudo correu bem. Passei por tudo mais duas vezes, mas voltava a repetir toda a história desde que eles fossem presos.
No sexto dia, desde que tinhas dado entrada no hospital, quando te fui ver, não me deixaram. Estava tudo a chorar, os teus avós rogavam-me pragas, e os meus pais tentavam levar-me para casa. Não percebi o que se passava, mas era algo muito mau, mas acabei por não conseguir resistir aos meus pais e fui para casa.
No dia seguinte o advogado da tua família quis falar comigo. Mais ninguém teve coragem para me falar.
O advogado disse-me que tinhas morrido, e sem esperar muito acrescentou que as tuas ultimas palavras tinham sido “amo-te” e logo depois o meu nome. Cai de joelhos, e bati com toda a minha força com os punhos no chão. A dor era tanta e o meu corpo já não respondia. Cada esperança ou recordação estavam a ser apagadas. Já não havia nada a fazer, e antes que eu me perdesse mais ainda, o advogado entregou-me três cartas. Disse que as tinhas escrito nos dias em que eu estive no tribunal. Não as abri. Em vez disso levei-as para junto dos teus familiares, e visto que os teus pais eram os únicos que me conheciam e me apoiavam, dei-lhes as cartas para eles as lerem para toda a gente. Foi a tua mãe que leu a primeira carta. Era um texto pessoal, mas mesmo assim toda a gente ouviu. Dizia o quanto gostavas de mim e que nunca mo tinhas dito por não quereres estragar a nossa amizade… contava histórias, momentos nossos, aquelas brincadeiras boas e más. Dizia também que eu tinha sido toda a tua vida e que se morresses não fazia mal porque sabias que eu viveria pelos dois, mas se fosse ao contrário, e morresse eu, tu não aguentarias e morrerias também. Toda a gente da sala limpava e escondia as lágrimas que ocasionalmente caíam face abaixo. Eu não chorei, queria chorar, mas não consegui.
A segunda carta foi bastante “chocante”. Disseste que todos os teus valores eram para mim. Porque? Tudo era para mim porque não gostavas da maneira da tua família tratar o dinheiro. Eles ficaram fulos e tu sabes disso.
A terceira carta, ninguém a quis ler e acabei também por me esquecer dela.
Fui com o advogado e disse para ele dar todos os teus bens a lares, para dar tudo em anónimo, os teus pais não se opuseram, e as tuas coisas pessoais foram todas doadas também, só fiquei com uma fotografia tua.
A tua família soube finalmente de tudo, da nossa história que ninguém percebia se era amor ou amizade, talvez porque era algo mais forte que isso, mais intenso. Tão importante que apenas bastava um olhar, ou aquele gesto para o coração bater mais depressa, mas embora isso, à face de todos não passava-mos de eternos apaixonados sem o admitir.
Embora por vezes nos quisesse-mos beijar, nunca o fazia-mos com medo de estragar o que já tínhamos. Podia-mos até nem nos tocar, mas fazíamo-lo no pensamento e isso bastava… como sempre…
Todos os teus familiares vieram ter comigo, pediram desculpa, e disseram para não faltar ao teu funeral.
Estive mesmo para ir… sim estive mesmo para ir, e tu sabes, mas no último momento a força falhou, a tristeza aumentou e ficou infindável… impossível de combater, e fui para o sítio onde mais perto de ti podia estar.
Sim, fui para o sítio onde nos conhecemos. Aquela praia à noite onde o meu irmão te levou com os vossos amigos e onde apenas tu olhas-te para mim sem ser apenas como rapariga, mas como irmã do teu melhor amigo que tu tinhas de respeitar.
Recordei todos os momentos, aqueles em que me apanhavas lá a chorar, ou aqueles em que nos atirava-mos para a areia e rolávamos praia abaixo até a água. Uma lágrima brotou, e um sorriso nasceu…
Passaram-se meses, em que eu permaneci calada, triste, meia morta e meia viva.
Hoje faz um ano desde que morreste, e eu olho para a fotografia da tua campa. Estou finalmente a recontar toda a história. Está cá o teu pai, a tua mãe, os teus tios, primos avós. Já ninguém chora, mas todos imaginam como teria sido a vida de cada um se tu estivesses vivo.
Eu já não penso nisso, sei que não gostavas que vivesse agarrada ao passado. Hoje tudo o que sou devo-o a ti, ainda sinto a culpa da tua morte, está cada vez mais leve, mas ainda me pesa nos ombros.
Tenho a terceira carta na mão e só hoje a vou finalmente abrir, mas quando a abrir será na praia, no nosso sítio, no nosso mundo.
Já tudo se afasta, e eu vou embora também. Mas sem nunca me esquecer de ti. Volto daqui a um ano, nem antes porque seria sinal de fraqueza e tu nunca me quiseste fraca, nem depois, porque seria sinal de esquecimento e eu nunca me vou esquecer de ti, por isso daqui a exactamente um ano vou estar de novo contigo aqui.
“O amor não se vive, sonha-se, o que se vive são os momentos de felicidade e esses quero vive-los contigo” foi a primeira frase que me disseste.
Adeus e até para o ano.

A.C. *

Foto de Carmen Lúcia

" A morte do cisne "

Últimos passos da última valsa...

Pas des deux,..pas de bourrée .
Últimas piruetas, rodopios, calafrios...
Arabesques, développés, coupés...
Chopin, Strauss...Noturno?Soturno!!!
Que se tisne o Lago dos Cisnes...
Leve-os a morte...cumpra-se a sorte!

Da doce bailarina, resta a rima...

Da ternura, pureza, purpurina,
Encantos que realçavam a magia,
Dos passos e repassos, luz que reluzia...
Nada restou...somente a noite fria...
E cara a cara com a vida,
Perderam-se encantos, queimaram-se fantasias.

Nos olhos agora, ar de ironia...

Não mais vê a vida como outrora via...
Mas,o talento ainda aflora e vigora,
E na “salida”, molda a pista qual felina
Em direção ao par que o seu corpo alisa,
Revela as fendas laterais e sensuais,
De um vestido preto, colado, ousado, passional.

Ouve Gardel, ousa um “gancho” num bordel...
Num atrevido “ocho”,usa e abusa da atração...
Andar de gato, elegância e aparato,
A flor vermelha nos cabelos, um desagravo,
Seus lábios sorvem o gosto amargo da paixão...
“Y aquella noche lejana”.. triste recordação!
Tango e solidão...nada que cause emoção!

Carmen Lúcia

Foto de nelllemos

Mata-me

MATA-ME
Mistura em mim
Teu cheiro no meu
Teu corpo nu
Consolo meu
Eu faço suar
Teu suor pro meu
Saliva que escorre
Em nossas partes sedentas
De cada um de nós
Buscando nossa língua
Onde encontrar abrigo
Buscando nossas mãos
Todas as partes pra tocar
Frenético nossos corpos
Nossa dança quer dançar
Nossa cara nos entrega
Expressões
Falas sem textos
Só os nossos gemidos
Como canção a ser ouvida
Que morram de inveja os vizinhos
Que morram de inveja
Os que não sabem amar
Mata-me de prazer
Mata-me de levar-me ao céu
Nesse cio que é teu
Mata-me múltiplas vezes
Meta em mim
Esse amor rijo
Esse músculo
Esse membro
Essas veias
Quero engolir todo esse amor
Inteiro
Intenso
Irrestrito
Mata-me do teu amor

Nell Lemos

Foto de CarolComPoesia

Faz versos, poeta!

Vai poeta,
mendigo das estações perfeitas
dono do inverno gelado da alma
das torrenciais tempestades da vida
sob ventos de furacões dos sonhos que escaparam
entre as tantas existências da tua poesia

Vai poeta,
atropelando os versos em desassossego
transformando horas em instantes sem nexo
para que o espírito sobrevoe a fragilidade
do que vai na tua alma inquieta

Vagueia entre as madrugadas
enche a cara e entorna todas para que a noite
te desenhe estrelas e uma lua perfeita
que habita almas pueris que sonham ainda
apesar dos ardis de toda esta vida,

Delineia teus versos obesos de tristeza
alinhava tua percepção de mundo
embora imundo e falsamente real
tudo é ilusão, pensador!

Nem o que vês, tampouco o que não supões
é real,
abraça esse mundo de ilusões!

Chora tuas dores desencantadas
imagina flores para que teus pés agüentem
e colhe versos, poeta, colhe versos
nas bocas aflitas que nada mais dizem
e nas almas cansadas que, fingindo, mentem,

Faz dos teus versos o que bem quiser,
tolo sonhador
- pobre poeta – achando que tudo caberá num poema!
Escreve e sofre e lapida a tua arte
de fazer da vida decadente e fria
uns versos imperfeitos, vomitados na tua agonia.

(Carol)

Foto de Carmen Lúcia

Sem máscara

Já vivi muitos amores,
Sufoquei todos rancores
Dei minha cara à tapa,
Tirei de meu corpo a capa
Mostrei-me assim como sou
Nua, demasiadamente nua...
Crua,sem artifícios...crua...
Escancarei o meu eu
Que foi de encontro ao teu...
E temeroso, retrocedeu...
Talvez,quiçá,quem sabe,
Fosse mais reservada,
Ou simplesmente calada,
Fingisse transparência
Escondesse minha essência
Fosse até mascarada...
Ou quem sabe descarada...
Sentir-me-ia amada...
Mas nunca seria eu...
E sim alguém que se perdeu...
Uma máquina que faz amor,
Um objeto explorado,usado,descartável,
Insensível ao prazer,controlável...
Deixo-me com minha dor,
Minha transparência é o meu valor,
Minha verdade...o verdadeiro amor,
Autenticidade,sem falsidade...
Ser assim como sou...

Foto de Remisson Aniceto

Cara-de-pau

Hoje tirei o dia para pensar.
Pensar nas coisas que tenho para consertar:
os meus dentes, os dentes dos lá de casa,
os meus calos, aquele sapato furado (único que tenho),
a camisa social onde faltam dois botões,
o meu salário ou a falta dele,
o emprego que não tenho,
o pagamento dos impostos em atraso,
as contas de água e de luz,
o cheque sem fundos do supermercado,
as roupas das crianças que já não lhes cabem,
as sandálias surradas da minha esposa,
a comida na mesa...
Tanta coisa para consertar,
tanta coisa para comprar,
tanta coisa por fazer,
para por em dia,
mas esse filho pai-d`égua
tem que primeiro colocar vergonha
nessa cara suja!

Foto de Carmen Lúcia

Cara e coroa

Sou a mais viva cor do arrebol,
Também a nuvem negra que encobre o sol.
Sou um gesto nobre de carinho,
Também o frio incesto de seu ninho.
Sou a calma de um mar tranqüilo,
Também sou um furacão bravio.
Sou outono e vento que vêm desfolhar,
Também a primavera e o frescor a aflorar.
Sou a branca paz que pacifica,
Também o arsenal que mortifica.
Sou a moça pura,acervo de poesias,
Também a prostituta das noites vadias.
Sou a bênção que a alma refaz,
Também a maldição de ancestrais.
Sou a seca do sertão agreste,
Também a chuva fina que umedece.
Sou luz,sou chama,sou clarão...
Também sou trevas,sombras e escuridão.
Sou tudo isso que me mostra,
Cara e coroa...
Quem aposta?

Foto de Xandi Puglia

Acordar ao Lado de seu Amor

Um dia pensei que alegria, seria, um dia, encotrar um grande amor
Quando a encontrei, achei entao que feliz seria quando dormisse com ela
Mas encontrei a maior felicidade no outro dia, ao acordar:

Acordar ao lado de seu amor rendido e como estar perdido,

faminto e derrepende se achar sentado em um banquete, voce abre os olhos e tudo o que voce precisa esta a sua frente. Basta mover suas maos alguns centimetros. Isso, e claro leitorzinho, se voce nao tem aquela agradavel e confortante surpresa de ja acordar abracado ao seu amor, como um S onde toda a pele que possivelmente poderia estar em tocando-a, esta.

Acordar ao lado do seu amor apaixonado e se tivesse acabado

De nascer e olha-se para a mae pela primeira vez, abrir os olhos vendo a sua amada como a primeira cena reconhecivel, ainda que embassada, com seu sorriso hipnotico, cara amassada, cabelos despenteados, o corpo quente, os olhos pequenos, a voz preguicosa com vontade de nao ir trabalhar, da em seu coracao a impressao de que esta diante de sua protetora. Aquela que nao vai lhe deixar so e que todos os pensamentos de sua mente estao escravos e cativos da necessidade que ela tem de lhe fazer o bem, e lhe satisfazer os desejos mais egoistas e egocentricos.

Acordar ao lado de seu amor menininha, e quase um conto da carochinha.

Voce olha para aquele corpo desnudo, o grau da desnudes depende, e claro, dos movimentos romanticos da noite anterior. Olhos fechados, a respiracao calma, a pela macia, o rosto ingenuo, sonhando, quase medroso, serio, mas tranquilo e pacifico, como quem diz: posso dormir pois meu amado cuida de mim. Quase que ve-se luzes, duendes, e fadas e ouve-se orquestras tocando, ao despertar ao lado dessa musa. E fica entao olhando aquela cena, admiriando, lembrando da Cinderela e da Branca de Neve. O coracao aperta, e uma lagrima comeca a brotar no olho esquerdo, entao , antes que o enfarto aconteca, voce beija a sua pricesa com todo o seu sentimento, e a faz despertar dos sonhos dela ao mesmo tempo que voce desperta do seu.

Acordar ao lado de seu amor mulher, amigo, esse nao se come com colher,

e um pouquinho mais complexo,primeiro voce tem que avaliar a sua condicao fisica: se o seu papel de amante foi bem interpretado na noite anterior voce corre serios riscos de ser obrigado a recomecar os trabalhos mais uma vez. Portanto, veja bem, a situacao e delicada, nao respire muito fundo para nao acorda-la, e pense bem quais sao as suas prioridades no momento. Provavelmente se seu amor esta dormindo em paz, e seus joelhos estao esfolados, e de bom tamanho, virar para o lado e dormir de novo.

Foto de cathy correia

Palhaço

Palhaço
Sobe, desce.
Dá uma cambalhota, rebola.
Cai ao chão e dá um trambolhão.
Palhaço
Sempre com um sorriso.
Pronto a dar a mão.
Alerta, se alguém está triste.
Palhaço
Faz o salto do trampolim.
Pula como um canguru.
Parece feito de borracha.
Rebola, salta, sorri
Mesmo quando está triste
Não deixa de sorrir
As suas lágrimas não aparecem
Ficam lá dentro
Trancadas
Estranguladas.
Ah! Palhaço ser o que és não é fácil.
Mas é bom saber que existe
Cara alegre, quando se está triste.

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