Borboletas

Foto de Cecília Santos

A primavera chegou!

Ah! Primavera.
Finalmente tu chegaste,
com mil cores e perfumes,
Trouxeste contigo as flores,
pra enfeitar o meu jardim!

Primavera de encanto e magia.
Colore as pétalas macias,
das rosas e do jasmins.
Derrama água de cheiro,
perfumando o meu jardim!

Primavera traz alegrias,
radiante fica a vida.
Passarinhos fazendo algazarra,
no galho do pessegueiro.
As borboletas bailando.
Esperam ansiosas a chegada
dos beija-flores!!!

SP/09/2011*

Foto de Carmen Vervloet

É Primavera

No sítio, entre palmeiras, correm ligeiros os riachos
anunciando que a hora flui e tudo se renova.
Morre o cinzento inverno e descansa em sua cova,
renasce a primavera adornada por buganvílias em cachos!

Sob um céu azul, bate a alegria em cada porta...
A vida se mostra no vôo leve das borboletas,
no canto dos pássaros, nos brotos que se exibem na horta...
No céu se espalham tintas sutis derramadas da divina paleta.

O sol esparrama sua vital energia por toda parte
fazendo renascer os sorrisos, baterem felizes os corações...
A natureza em festa exibe com ousadia a sua arte,
enquanto olhos passeiam, sobre a paisagem, sorridentes e brincalhões.

A vida tem ritmo, tem som e contagia...
O coração bate no tom da alegria.
A alma encantada extasia-se com tanta beleza
e agradece a Deus por esta primavera plena de delicadezas.

Foto de Marilene Anacleto

Livros. Presente de Natal

É quase Natal.
O que presentear?
As pessoas têm de tudo.
Sabonete? Creme? Perfume?

Começo a procurar livros
De contos, de poesias,
Uma vida em outros ângulos
Que nos fazem sair do retângulo
Ao qual nos impõe nossa mídia.

Procuro os novos autores,
Talvez um livro esquecido,
Cheio de grandes amores
E com perfume de flores.

Que me fazem, ao deitar,
Sentir sussurros no ouvido.
E quando, pela manhã, despertar,
Ouvir belezas em meus sentidos.

Poetas que observam os pássaros,
Que ouvem os Mestres Poetas.
Que dançam com borboletas
Com suas mentes abertas

Agradam as novas coletâneas
Alegram-nos novas antologias.
Há uma gama de idéias,
Mesclas de luz do dia-a-dia.

Foto de Pedro Rodrigues1969

Em cada canteiro uma roseira

Em cada canteiro uma roseira

Em cada rosa o teu cheiro
Cheiro que me desperta
Para os meus sonhos...
Em cada sonho um desejo
Saudades por não sentir
Você por inteiro
Passam horas, meses
Talvez anos…
Serás sempre a minha
Doce lembrança
Minha amiga …minha amada…
Conversas e assuntos
Coloridos como borboletas
Beijos … bocas
União perfeita dos sentimentos
Palavras com amor
Que não se perdem nos ventos
Porque são pronunciadas
Escritas com uma certeza
A certeza que amo-te

Autor
Pedro Rodrigues

Foto de dianacardoso

O reencontro :)

Faltam apenas umas horas para te voltar a ver
Nem consigo acreditar,
Quanto tempo falta para te encontrar?
Passo os minutos a contar,
As borboletas na barriga voltaram a atacar.

E o meu corpo sente…
Dormente…confuso… ansioso e desesperado
Por voltar a tocar no teu,
Por poder voltar a sentir o teu cheiro,
Por poder te abraçar,
E por se deliciar com os teus beijos
Que sempre me fizeram arrepiar!

Os meus pensamentos são rodeados por perguntas
E pequenas figuras onde imagino como será o reencontro.

Não sei como me consegues fazer sentir desta maneira,
Parece mentira que te vou voltar a ver
Depois de tanto tempo sem te ter.

Foto de Carmen Vervloet

Chuva de Lembranças

Como é bom ter olhos para ver o mundo!
O céu nublado, olhado de um jeito profundo,
escoando chuva miúda, límpida, fina...
Regando meu amado jardim, com água tão cristalina!
O verde relaxante das folhagens que vem e vão
contrastando com flores coloridas que gratuitamente se dão...
Flores e folhagens unidas num perfeito casamento,
embalando sonhos lindos, trazendo a tona latente sentimento.

Volto ao tempo de infância
e a chuva, as flores, o cheiro de terra molhada,
me trazem a saudade, o perfume, a fragrância
dos tempos felizes de criança, vividos na casa caiada.

Vejo-me a caçar borboletas...
O riso fácil, os pés descalços pisando a lama macia!
Ouço a voz de mamãe: “Menina sem juízo, vais ficar doente”!
E a voz de papai, que para ouvir novamente tudo daria:
“Velha, deixe a menina, isto faz bem, ela está contente”!

E nas noites bordadas de chuva,
papai, velhas histórias de família, a contar...
E eu agachada a seus pés, excitada,
com os olhos quais raios de sol a brilhar,
queria saber de tudo, queria eternizar o momento,
para sentir da sua voz o calor...
Que no frio da minha terra me aquecia com amor.

E em cada gota de chuva, que cai no meu jardim,
lembranças de momentos vividos
brancos, imaculados como o jasmim.
Momentos de ternura que voaram ligeiros
como os pássaros que agora da chuva querem se abrigar...
Momentos de aconchego
que só o calor de uma família feliz pôde dar!

Momentos que no tempo passaram...
Mas em mim eternamente ficaram...
Momentos do passado, mas que em mim estão presentes...
Momentos que me questionam,
quando num futuro ameaçador penso estar ausente.
Tantos momentos felizes,
incontáveis como as gotas de chuva
que agora o céu escoa...
Momentos cristalizados no coração da menina
que continua correndo atrás da borboleta esperança que voa...

Foto de Marilene Anacleto

Fio Invisível

Fio invisível,
No dedo da mão direita,
Traz-me Pégasus ao cenário,
Circula minha cabeça.

E dança na minha linha,
Tornando-me calmaria,
Faz-se a dança sonora:
Serenidade e alegria.

Entra então a mão esquerda:
Juntas, formam borboletas,
Vão ao chão, sobem às flores,
Depois pousam na estrela
Instalada em minha fronte.

Nas linhas retas, robôs,
Movimentos enrijecidos
Tanto curtos quanto longos,
Espaços desconhecidos.

E o amor? Em que céu
E em que sol se encontra?
Em que fio invisível se esconde?
Porque chamo e não me responde?

Por fios invisíveis sustentada,
Sigo em malabarismo mundo afora,
Ora borboleta, ora luz-estrela,
Ora robô, enrijecida e morta.

O fio do amor encontrará a hora
De surgir radiante, em alegria e flor.
Borboleta, robô ou luz-estrela,
Sigo pela vida com meu bom humor.

Foto de Arnault L. D.

Borboletas na escuridão

A fria brisa dá-me um beijo,
com lábios úmidos de Lua.
Meu coração compassa lento,
fecho os olhos e o desejo.
Abre-se em mim, qual na rua,
vias, desertas, para o vento.

As estrelas, todas moram,
na doçura da imensidão.
Ficam a esperar a treva
e as mariposas, que retornam,
borboletas na escuridão...
Na noite são; e o vento leva...

Madrugada, quero a solidão,
das luzes a névoa embotar,
na neblina que se esparsa,
a dizer não, ao que for visão.
A guardar pra si o limiar,
na ténue luz, que se esgarça.

Espero o frio a congelar,
contraste a pele que me ardia,
cabelos, olhos, a umedecer,
no hálito que a névoa é ar.
Sopra-me, distante o dia...
Noite fria, dá-me o anoitecer...

Foto de Marilene Anacleto

Constelação

Vento pulsante, noite de verão,
Descobre mar de estrelas:
Sai do casulo, a constelação.

Clara, límpida, cinco estrelas,
Sem rios, nem festas ou fogos,
Desvenda-se ao que quer ver.

Um desenho entre nuvens
Feito cristal laminado,
Por mãos de fadas traçado,

Reflete a Alma latente,
Sempre ausente e escondida
Por medo de se mostrar.

Então... espraia viagens no ar,
De outros tempos, tão alegres,
Que eu permiti passar.

Colares de amores formados
Constelações de beijos estalados
Abraços que aquecem o ar

Almas em noites suspensas
Esperam a estrela cadente
Para, de amor, suspirar.

E dançam, até a aurora,
E caminham céu afora,
Em graça e tapeçarias.

Do sereno que goteja,
Ao voar de borboletas
O amor amanhece o dia.

Foto de Arnault L. D.

Sussurro

Sopra uma doce canção de ninar,
diz-me de sonho e ternura,
do amor e do fazer amar,
daquela promessa mais pura.
Do juramento a se perdurar
por quanto a vida me dura,
fala que não e jamais o acabar
se a vida ainda me segura.

Pode até ser loucura,
mas vem a mim sussurrar.
Contos de fada, alem da censura,
dos quais doutores vem duvidar...
Das borboletas, que por ventura,
aos pensamentos veem pousar
e suavemente trazem a dor cura,
para depois voltarem ao ar...

Se é sandice quero delirar,
nestas miragens de doçura,
pequenas fadas verdes a dançar,
flutuando pela noite escura...
Mesmo que for apenas sonhar,
pouco importa se é loucura.
Sei que a vida é mais que pensar;
é sentir... O que o vento sussurra...

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