Abandono

Foto de baraodecampos

Dentro do Medo

Agarro as palavras, arrasto-lhes o sentido,

pronuncio-as prudentemente,

silencio-lhes a aspereza e o mêdo,

pego-lhes de rompante,

como quem apanha uma serpente...

Viscosas, enrolam-se, estrangulam-me,

numa roda que gira entrecurtada

por silêncios que ruminam

sem propósito ou destino...

Rumo em direcção aos lugares

famintos de dôr e amor,

carentes de vida e de sonho...

Debruço-me donde vislumbrava

horizontes e marés...

Estemeço na vertigem,

irmã do abandono...

Olho-te no caminho da memória,

revejo a tua expressão,

sem vida...

Assusto-me nas palavras que não digo,

como quem ama em segredo...

Adormeço na tarde ainda quente

da tua presença colorida...

Adivinho a manhã que se recusa a nascer,

olhando a madrugada morta...

Abraço o vazio, num gesto sem nexo,

amarro memórias,

imagens, lugares, paisagens...

Recolho o último vestígio,

como quem emoldura

a sua própria imagem...

Ondulo o espanto no desencanto

do canto...

Navego na espuma dos dias

em busca de um navio fantasma...

Barão de Campos

Foto de Osmar Fernandes

Quem não trata bem, o bem, de noite não tem...

Você fala por aí que não me ama...
Mas, volta pra casa e me beija e me seduz.
Quer fazer amor, como sempre, em minha cama.
Sua maneira de agir não me conduz.

Você diz tanta tolice sem pensar.
Depois vem pedindo para eu lhe perdoar.
Cuidado!... Um dia posso me cansar,
Fazer as malas e deixar de lhe amar.

Quem ama, cuida bem do seu amor.
Trata com carinho e zelo e com sabor...
Passarinho voando não tem dono.
Já não aguento mais esse abandono.

Cuida de mim como eu lhe amo!
Coração desiludido bate asas e foge também.
Fica esperta... Não me deixe mais sozinho.
"Quem não trata bem, o bem, de noite não tem!..."

Osmar Soares Fernandes

Foto de Carmen Lúcia

Viagem

Viajemos juntos na mesma embarcação...
Tomemos o mesmo rumo, a mesma direção...
Encontremo-nos, por coincidência, na mesma estação
e partamos a sós numa viagem sem fim...

Façamos do acaso nosso ponto de encontro,
sem mágoas que corroem, marcas e confrontos...
Deixemos o destino cruzar nosso caminho,
sejamos alvo da mais ardente paixão...
Almas num só corpo,
mentes que surpreendem
a imaginação...

Entrega-me flores com o teu olhar
E meu olhar se encherá de cores
que se espalharão pelos lugares
onde transitam livres razão e emoção,
num desequilíbrio lúcido,
numa cumplicidade lúdica,
pendendo às sensações e vibrações...

Tracemos rotas de puros sentimentos,
congelemos nossa vida em momentos,
aqueles que jamais esqueceremos,
aqueles que incitam a sonhar...
Deixemo-nos levar pelo abandono
a conduzir nosso amor, sem aportar...

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Onde mora a tristeza?

No cair das folhas secas de outono
que vagam em abandono
despindo o verde dos sonhos,
morrendo sem ter vivido a emoção
do renascer de uma nova estação.

Na noite sem lua, sem prata e crua,
onde estrelas se escondem, escuras,
e sombras ressurgem do nada,
onde o silêncio faz sua caminhada
e a tristeza peregrina nua.

No pranto do lobo que uiva, do cão que ladra
as dores da infinda madrugada...
Euforia que acaba. Premonição!
O riso se fecha, o homem se cala
e a tristeza abala sem anunciação.

Mora nos becos úmidos, nas esquinas,
onde farrapos humanos se esquivam
da dor de mostrar o que são, por que são...
Pra que tentar sobreviver?
Quem lhes irá estender a mão?

Enfim, no coração de quem parte
ou de quem fica...
lamentando a despedida,
chorando a dor da saudade,
clamando a volta de alguém,
querendo partir também...

A tristeza, com certeza,
mora onde o vazio persiste
em eternizar o que é triste.

(Carmen Lúcia)

Foto de Joaninhavoa

TUDO ISTO É SEXO!

*
TUDO ISTO É SEXO!
*

O universo floresce
de sexualidade
Permito-me vê-la
aprecio-a
No mundo
que nos cerca.

A natureza em todo seu
esplendor
Lazeres sádios e nos espaços
livres
um certo abandono
convenientes

Cheiros a musgo e canaviais
dispersos
Amoras no tempo delas
Imagens da vida pública
em construção
Polimentos! E a manutenção
dos prédios

E o Kiosque! E toda
aquela gente
Amostragem
Significante! Apreciada
Viagem
alucinante

Tudo isto é sexo! Tudo isto
acontece

Joaninhavoa
(helenafarias)
13/05/2009

Publicado no Recanto das Letras em 12/05/2009
Código do texto: T1590470

Foto de Jessik Vlinder

Soneto da Angústia Reprimida

Como uma folha seca ao vento
Sem rumo e sem direção
Sou uma borboleta de asas cortadas
Sigo caminhos na contra mão

Como aquela que se atira na noite
Sinto meu corpo não me pertencer
Inconstante, desatina, sem açoite
Sem valor, sem glória, sem poder

Não me obedeço, não me acho, não me guio
Sou um cão de rua sem dono
Sou um bandido nas calçadas, no frio

Não tenho honra, tudo abandono
Por dentro em mim só há vazio
Só mereço dormir, no eterno sono...

Jéssica Gomes Andrdade

Foto de Manoel Lúcio de Medeiros

MAL DE QUEM AMA.

Soneto de Malume (Manoel Lúcio de Medeiros)
Fortaleza - Ceara – Brasil. 01/05/2009. 23h20min
*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•`

Levo no meu peito a saudade,
Desde que partiste meu amor,
Mergulhado vivo na ansiedade,
Sem ter do teu corpo, teu calor!

Foge-me à noite o meu sono,
Minhas horas são de pesadelo,
Vivo em completo abandono,
Sofro em sentir por ti meu zelo!

Já falei até pra minha cama,
Que a pior coisa é a paixão,
Por alguém que tanto se deseja!

Mas se este mal é de quem ama,
Levarei sempre no coração,
Tua imagem na minha peleja!

Poeta Malume.
Direitos autorais reservados.

Foto de Manoel Lúcio de Medeiros

MAL DE QUEM AMA.

Soneto de Malume (Manoel Lúcio de Medeiros)
Fortaleza - Ceara – Brasil. 01/05/2009. 23h20min
*´¨)
¸.•´¸.•*´¨) ¸.•*¨)
(¸.•´ (¸.•`

Levo no meu peito a saudade,
Desde que partiste meu amor,
Mergulhado vivo na ansiedade,
Sem ter do teu corpo, teu calor!

Foge-me à noite o meu sono,
Minhas horas são de pesadelo,
Vivo em completo abandono,
Sofro em sentir por ti meu zelo!

Já falei até pra minha cama,
Que a pior coisa é a paixão,
Por alguém que tanto se deseja!

Mas se este mal é de quem ama,
Levarei sempre no coração,
Tua imagem na minha peleja!

Poeta Malume.
Direitos autorais reservados.

Foto de lohay

Hora da chegada!

Espero a hora da tua chegada
Mas o relógio bates horas erradas
Deixo rolar uma lágrima incerta
Na certeza da tua ausência
Chamo por ti na escuridão
Mas os meus gritos são mudos.

Entrego-me a ti
Mas sofro um abandono imcompreensível
Sonho com um sorriso
Que outrora me fez feliz
Anseio por um olhar
Que no passado me dizia "Amo-te"
em cada pestanejar

Desejo o teu toque
Que me elevava ao limite da vida e da morte
Mas tu não vens...

Olho o horizonte em busca de um sinal
De uma sombra
Uma rasto
Algo que te pertença
Mas depressa entendo
Que não virás
Pois o coração que antes me pertencia
Partiu
E já não volta atrás...

E no mais pesado desespero
Desejo
Não ter de te dedicar este poema...

Foto de Fernanda Queiroz

Outono em mim.

Outono em mim.
Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

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