Blog de Sonia Delsin

A MEDIDA DO AMOR

O amor não tem medida não.
Amor é sentimento.
Se ele vai embora com o vento?
O amor quando é amor faz morada.
No coração encontra pousada.
E deita-se.
O amor se espreguiça todo.
Diz.
Aqui eu sou rei.
É isto que eu sei.
Que o amor não tem medida.
És a razão da minha vida.

SEM TI

Sem ti o mundo perde a cor.
É assim o amor.
Como um buquê que nos chega.
Tu chegaste nem bem nascia o dia.
Vieste me trazendo tudo que eu mais precisava.
Principalmente a alegria.
Sem ti não encontro razão.
Sem ti me perco na vastidão.
Sem ti.
Solidão.

Ó, A NOITE É MINHA!

A noite é minha amiga.
Minha companheira.
Foi assim a vida inteira.
Sempre adorei ficar olhando as estrelas.
A lua.
Sempre adorei a friagem da noite.
Veja-a como o mistério da morte.
Tudo se modifica.
Tudo.
Vemos fantasmas onde folhas balançam.
Isto me atiça.
Me convida.
Gosto de mergulhar neste breu.
Voar.
Encontrar ou não o luar.
Sonhar.
Ó, a noite é minha!

BEM-TE-VI, BEM-TE–VI

Bem-te-vi, bem-te-vi!
Eu me acostumei com teu grito.
Me acostumei a olhar o espaço.
A pensar no infinito.
Quando tu gritas eu penso...
Penso, penso e repenso.
Ave feliz que rompe o silêncio da quieta manhã.
Quem sabe, amanhã.
Quem sabe amanhã estarei contigo rumando pra espaços outros.
Quem sabe amanhã estarei distante a gritar contigo.
Canta, grita, pássaro amigo.

AMOR NÃO CORRESPONDIDO
(este escrevi pra um amigo que sofre por um amor não correspondido)

Como é doloroso amar alguém que não nos ama.
A gente chama.
Chama.
É tão fria a cama.
Como é triste amar alguém que não nos quer.
Tens outro em teu coração.
E eu nunca pude entrar.
Ele já estava lá instalado.
Quis ser o teu amado.
Mas o lugar que eu tanto almejei já estava ocupado.

NÃO TE BASTA?

Pra que correria?
Pra quê?
Que trem vais pegar?
O mundo vai parar?
Por que corres?
Morres.
Te afliges.
Do presente foges.
Corres em busca daquilo que já te pertence.
O instante.
Não é o bastante?

ONTEM... LIVRES

Ontem nós voamos...
Nós dois.
Ficamos conversando.
Falando.
Depois...
Ah!
Depois nós voamos nas asas de todos os ventos.
Somos assim.
Dois românticos.
Perdidos em pensamentos.
Entregues aos sentimentos.
Ontem nós escapamos desta nossa casca cedida.
Pra esta vida.
Ao espaço aberto nos jogamos.
É. Nós dois voamos...

ENFIM

EU DIGO ASSIM
ENFIM
ENFIM COMPREENDO
ENFIM ME RENDO
DIGO
ENFIM
SOU COMO GALHO DE JASMIM
ARRANJADO
NUM VASO
NÃO SOU ACASO
SOU PRO UNIVERSO SEM PRAZO
SOU A GAIVOTA
A PORTA
PRO SONHO
SOU ASA
ESCONDIDA BRASA
SOB AS CINZAS GUARDADA
SOU POESIA
ENFIM
EU DIGO ASSIM
SEI MAIS DE MIM

ASAS À IMAGINAÇÃO

Ó! Eu e minhas fantasias...
Fantasiei tanto.
Mas me trouxe alegrias.
Me vi de braço dado contigo.
Me vi à beira do lago.
Me vi num jardim dourado.
Te chamei de meu amado.
Sonhei tanto.
Com beijos, abraços.
Com laços.
Querido meu.
Nunca fostes inteiramente meu.
Embaixo da lua quantas vezes suspirei!
Quantas vezes pro vento eu falei:
Leva este beijo pra aquele homem que eu amo.
Não reclamo.
Fui eu que fantasiei.
Fui eu que esperei.
Que sonhei.
Tu não me prometeste nada.
Mas engraçado.
Me senti amada.
Tão amada.
E asas à imaginação eu dei...

Ó, QUANTO TEMPO FAZ!

Quanto tempo faz que aconteceu aquele beijo.
Existia tudo nele.
Ternura, alegria.
Desejo.
Que beijo!
Até hoje eu digo.
Deus, que beijo!
Passou o tempo e ficou.
O gosto do beijo.
Ficou.
Ele me amou?
Mais que outro homem tenha me amado.
E eu o amei?
Eu o adorava.
Se ele me pedisse a lua eu lhe dava...
As estradas da vida são mesmos estranhas.
Cheias de desvios, picadas.
O mundo é cheio de ciladas.
Tudo terminou.
E o gosto do beijo se eternizou.