Blog de Paulo Gondim

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Especulações

ESPECULAÇÕES
Paulo Gondim
11/08/2010

Eu não vivi para ver isto
Ideologias serem negociadas
Adolescentes serem explorados
Crianças perdidas e abandonadas

Eu não nasci para ser um a mais
Apenas pessoa sem futuro
Eu não entendo tanta gente alienada
Desconfiada, em cima do muro

Muitas vezes eu quis morrer de vergonha de tanta impunidade
Meus conceitos se perderam no tempo
Eu nem sei mais a que grupo pertenço
Se meus interesses bateram de frente com a realidade
A frustração foi a paga de tudo o que eu penso
E o menino bom foi tragado pela maldade

Ah, o tempo é cruel. O tempo é imparcial
O tempo leva tudo, para o tempo não tem bom nem mau

Eu nuca pensei ver a vida com tanta ferocidade
A vida, hoje, me parece fria, implacável...
Ela não perdoa tropeço, cobra alto preço
Sua cobrança é mesmo inevitável

E no fim das contas, ela, a vida
Nos põe à prova. Não dá voltas, nos intima
E não quer saber se temos melhor o pior estima
E como ladrão, nos espera a cada esquina
Com seu maior e peculiar guardião da sorte
Não adianta lugar, seja sul ou seja norte
Haveremos de nos encontrar friamente
De forma traiçoeira, inevitável
Cada um de nós, de frente para a morte

*************
Quem tiver ideia de um melhor título, avise-me.

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Difícil conteúdo

DIFÍCIL CONTEÚDO
Paulo Gondim
02/07/2010

Rondo por ruas, bares e museus
E vejo sempre natureza morta
Pessoas ausentes, amorfas
Distantes, na sua solidão
Escondidas no ego, fechadas
Incomunicáveis, te tudo caladas

Percebo que o falar caiu de moda
Pessoas se juntam de forma separada
O calor humano virou fobia
Ninguém se arrisca e tudo mofa
Nessa estranha filosofia

O que vale é o ter.
Embora pouco valha
O que se acumula não se espalha
E muitos se prendem ao mutismo
Escapa, talvez, um monossílabo
Como expressão única do ser
Quanto vazio, quanto dissabor
E é assim que morre o amor.

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Vida interior

VIDA INTERIOR
Paulo Gondim
26/06/2010

Faço de minha solidão terapia
Antídoto contra tanta hipocrisia
Eis que assim que sinto e vejo
Mesmo que contarie o desejo
Ande na contra mão dos fatos
Vislumbre de longe um ex-amor
Desafie o cansaço
Limite meu espaço
Busco força e vida interior

O solo de um piano pode ser vulgar
Para almas que apenas penam
No caminhar diário, de simples penar
Mas a vida pode ser bonita e serena
E até a solidão pode ser pequena
E o frio do inverno ter menos rigor
Se há, em cada um, vida interior

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Lampejos de juventude

LAMPEJOS DE JUVENTUDE
Paulo Gondim
20/06/2010

Acalma-me, pois meu coração sangra
Na volúpia de meu peito em chama
Que busca no grito inconsciente
Mínima compaixão de quem se ama

Espera-me, pois meu passo é lento
Já que os anos me pesam como algoz
Que impiedosamente me tortura
E até já fazem cansada minha voz

Mas na eterna busca do possível
Este ser tão ignaro não desiste
Lança-se à caça do imprevisível

E do pouco lenitivo que ainda existe
Que se faça sua dor menos visível
Na pouca juventude que lhe assiste

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Ainda te amo

AINDA TE AMO
Paulo Gondim
30/05/2010

Espera.
Fala-me que me amas
Não escondas
Meus dias não são os mesmos sem ti

Acalma-te.
Não te deixes envenenar pelo instante
Vês que tens toda uma vida adiante

A vida segue seu curso lento
Ela não se apressa. Não se adianta
Apenas segue. Não se desencanta

Olha para mim.
Pelo menos uma vez, não dissimules
Não percas o restante das virtudes

Se o que sobrou de nós não vale a pena
Sepultemos de vez as desavenças
Mas não me vejas com mágoas
Ainda te amo.

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Outro rumo

OUTRO RUMO
Paulo Gondim
28/05/2010

Pressinto a noite chegar
Pelas nuvens escuras, prelo frio
Que corta a pele como lâmina afiada
E com a noite, a saudade de ti

Sinto que teus beijos já não são quentes
São apenas beijos frios, sem emoção
Toda a volúpia desapareceu
Sinto que nosso amor morreu

E é na noite que o pensar navega
Pelas lembranças de um bem-querer
Na vida que se fez encanto
Que se perdeu nas asas do sofrer

Hoje, a indiferença é a marca maior
E pior que aos poucos me acostumo
Se o amor se foi, o encanto acabou
Melhor seguir em outro rumo.

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Perguntas

PERGUNTAS
Paulo Gondim
14/05/2010

O que há nos céus, nas nuvens, no vento?
Que mistérios se escondem no universo?
Milênios se passaram e esse enigma persiste
Em cada ser, em cada espírito, essa dúvida existe

E o homem, na sua pequenez, segue no escuro
Busca no inexistente o que a razão lhe induz
Perde-se no inevitável, age por instinto
Ofusca-se, aturdido, quando encontra luz

E segue-se na busca lenta, incerta, incontida,
Numa caminhada longa, além do imprevisível
Quantas perguntas, quantas incógnitas...
O que será a vida? E o que se vive além do possível?

E entre crenças, Seitas, dogmas e conceitos
Questiona-se o homem em meio à filosofia
O que é o homem? O que é a luz? O que é a vida?
E percebe que ainda lhe falta sabedoria.

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À deriva

À DERIVA
Paulo Gondim
06/05/2010

O que sou eu sem ti, senão um vulto
Que surge e desaparece na escuridão
Como linha torta, na paisagem morta
No oscilar do pensamento
Um fio de vida, perdido na solidão

E finges que me ignoras
E, como espectro de mim, espero
Vagando pelas sombras
Escondido nas noites
Sem o que mais quero

E teu silêncio continua como pesadelo
Fere minha alma como invasor
Me desaloja de meu sonho torto
Dele me expulsa e me põe à deriva
Como barco que não chega ao porto

E no meu vagar, a dor não é menor
Da saudade fria, da realidade crua
Sinto teu sangue em minhas veias
A correr, dilacerando a carne
No sangrar que em mim se perpetua

E por mais voltas que eu der, faço-me inerte
Não há, para mim, lugar seguro sem ti
Por isso, fico imóvel, calado, parado
Conto nuvens, estrelas, constelação
Tua ausência é como flecha
Cravada em meu coração.

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Mutismo

Creio que não sabes o que passo com o teu silêncio
As horas que conto, uma a uma, são infinitas
Como infinitas minhas noites insones
No pensar definido e no olhar vago
A cada novo dia, acho que virás com ele

Mas é só fantasia. Mais um dia se passa sem ti
E, aos poucos, a esperança definha, se amiúda
Diante da mudez de tua ausência
Nenhum sinal.

E, assim, se dilacera o coração de quem ama
Se na vazia cama, não vens para apagar-me a chama
Que insiste em pira, desse alguém que suspira
Que pede e implora pelo teu amor

E vendo-te em cada nuvem, entre as estrelas,
Em cada movimento do infinito céu
Meu quarto é frio, meu leito é vazio
Só a saudade me veste em escurecido véu.

Paulo Gondim

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Balanço

BALANÇO
Paulo Gondim
01/05/2010 (1h07)

Não que eu me dê por vencido
Embora o cansaço já se faça à vista
O tempo já não corre tanto, parece mais lento
A pressa de viver, agora, nem reclama
Até posso acordar mais tarde!

Um ganho. Acordar mais tarde.
Uma conquista que desperta o sono de muita gente
Tão simples, tão insignificante, mas perseguida.

Aos poucos, inicio uma prestação de contas
Uso meus conhecimentos de contabilidade
E entre lucros e perdas, o balanço não bate
Há apenas um lucro presumido
Pouco guardado e muito a ser esquecido

Um por cento, talvez, seja meu ganho.
Na conversão de valores, pouco me sobrou
Uns sorrisos amarelos, algumas desculpas
E, lá longe, um pedido de perdão...

Mas guardo comigo, da parte que soneguei,
Um momento de paixão, intenso, embora breve
Que me vale como aposentadoria
Foram os beijos com sabor de cigarro
Apesar de minha aversão pelo fumo
Mas esse gosto não sai de minha boca

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