ESPECULAÇÕES
Paulo Gondim
11/08/2010
Eu não vivi para ver isto
Ideologias serem negociadas
Adolescentes serem explorados
Crianças perdidas e abandonadas
Eu não nasci para ser um a mais
Apenas pessoa sem futuro
Eu não entendo tanta gente alienada
Desconfiada, em cima do muro
Muitas vezes eu quis morrer de vergonha de tanta impunidade
Meus conceitos se perderam no tempo
Eu nem sei mais a que grupo pertenço
Se meus interesses bateram de frente com a realidade
A frustração foi a paga de tudo o que eu penso
E o menino bom foi tragado pela maldade
Ah, o tempo é cruel. O tempo é imparcial
O tempo leva tudo, para o tempo não tem bom nem mau
Eu nuca pensei ver a vida com tanta ferocidade
A vida, hoje, me parece fria, implacável...
Ela não perdoa tropeço, cobra alto preço
Sua cobrança é mesmo inevitável
E no fim das contas, ela, a vida
Nos põe à prova. Não dá voltas, nos intima
E não quer saber se temos melhor o pior estima
E como ladrão, nos espera a cada esquina
Com seu maior e peculiar guardião da sorte
Não adianta lugar, seja sul ou seja norte
Haveremos de nos encontrar friamente
De forma traiçoeira, inevitável
Cada um de nós, de frente para a morte
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Quem tiver ideia de um melhor título, avise-me.
Comentários
Graciele / Paulo Gondim
Meu poeta menino, seus versos como sempre pertinentes, por vezes até chegam a ferir... Ferir no bom sentido, especulativo. É como se os seus versos fossem "O Espelho da Sociedade", minuciosamente observados... Parabéns!
Beijos graciosos,
Graciele Gessner.
Blog: http://gessnergraciele.blogspot.com/
Graciele Gessner.
Oi, Graci!
Minha poetisa sorriso, menina e anjo azul e pink. Você sempre me surpreende com seus comentários. Ando meio afastado das letras, observando a vida no seu rito canibal.
Obrigado mais uma vez!
Paulo Gondim
Paulo Gondim