À DERIVA
Paulo Gondim
06/05/2010
O que sou eu sem ti, senão um vulto
Que surge e desaparece na escuridão
Como linha torta, na paisagem morta
No oscilar do pensamento
Um fio de vida, perdido na solidão
E finges que me ignoras
E, como espectro de mim, espero
Vagando pelas sombras
Escondido nas noites
Sem o que mais quero
E teu silêncio continua como pesadelo
Fere minha alma como invasor
Me desaloja de meu sonho torto
Dele me expulsa e me põe à deriva
Como barco que não chega ao porto
E no meu vagar, a dor não é menor
Da saudade fria, da realidade crua
Sinto teu sangue em minhas veias
A correr, dilacerando a carne
No sangrar que em mim se perpetua
E por mais voltas que eu der, faço-me inerte
Não há, para mim, lugar seguro sem ti
Por isso, fico imóvel, calado, parado
Conto nuvens, estrelas, constelação
Tua ausência é como flecha
Cravada em meu coração.
Comentários
Admirada !
OLá Poeta, esse seu poema é mais uma pérola que se solta da concha do seu coração. Torço por você , meu poeta, para que e esse amor que te faz escrever assim, tão sentidamente saia desse silêncio e venha vivenciar contigo essa paixão...Só temo que depois disso, não apareças mais por aqui...Rssss...
Voto mais uma vez nessa poesia, porque ela é uma das mais bonitas que tenho lido por aqui...
Felicidades!
Bjosssssss...
Centelha luminosa
Centelha luminosa
Oi, Centelha!!
Seu comentário é muito amável. Obrigdo! Mas é só uma obra de ficção. Vou desaparecer não! Quem sofre de amor não tem jeito!
Abraços!!!
Paulo Gondim
Paulo Gondim