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Relê cada página
que te escrevo nas faces da lua,
portadora do gosto da paixão escrita
num beijo que nos leva pelos caminhos do amor.
Queda-te
no eixo do meu desejo
e observa o céu nos meus olhos,
tão teus despidos de medo ao comunicar
a tua presença às tochas que iluminam
a força das marés de um mar inventado
nas palmas das nossas mãos mendigas de carinho.
Encontra-te no meu ninho
com a imagem perfeita do uno em nós.
Eriça o teu sentido
ao lado do meu sentido,
para que o nosso sentido seja o mesmo
em todas as florestas onde semearemos
o verde da esperança vizinha do tempo infinito,
para apresentarmos em nós a voz íntima
que fala desvairadamente pela expansão
do quanto somos nossos.
Esquece o contrário
que antes nos suicidava
no esquecimento estagnado num charco,
onde o silêncio nos fazia odiar tudo
na mesquinhes da tristeza.
Lembra
o agora chegados
ao nosso encontro
vindos da distância do desconhecido,
no sabor das nossas bocas reacendendo
o prazer do outro numa mistura que soma
a inocência do que ambos procurávamos insípidos,
na avareza do destino que desonestamente
nos afastava.
Bem-vindos somos a nós...
Comentários
P/Henrique Fernandes, de Joaninhavoa
Olá
Henrique!
Um poema forte tanto na sua estrutura como na essência
implícita... um apelo a um desapego do antes para um começar agora
na hora do nosso encontro!
Fascinante!
Joaninhavoa
(helenafarias)
03 de Dezembro de 2008
Joaninhavoa