melancolia

Foto de Melissa B

Espera

E eu que passei noites sem dormir , esperando ansiosamente a hora da sua chegada . Esperando ansiosamente poder olhar em teus olhos , ver o sorriso nos teus lábios e matar a saudade do seu abraço. Quando disse-me que não poderia mais vim , eu juro que eu implorava pra que me acordassem logo desse pesadelo , pois antes estava em um sonho . Você não sabe como eu trocaria tudo pra te ter tão perto aqui de mim , e poder dizer: estou segura agora ! Talvez eu criei esperanças demais , sonhando com o tão esperado dia , o dia que novamente a felicidade caminharia ao meu lado , mais então tu me acordaste desse sonho e me fez enxergar a cruel realidade .
Mais estou aqui a sua espera , e até o fim dos meus dias eu vou estar . È como se o meu coração , estivesse sincronizado com o seu , e então quando você respira , eu também respiro . Vou estar aqui nem que perca tudo que tenho , nem que esqueça quem sou eu mesma , te amarei até a minha morte .

Foto de Carmen Lúcia

Entre poemas e fatalidades...

Num canto da sala rabisco um poema...
Fala de flores, matizes e cores,
ignora as dores,
realça os amores...
Leveza nos versos,
suavidade no tema...

A televisão enfoca terrível cena...
a morte do filho da Cissa...
a quem à assista
não há quem resista
à imagem da dor...

Desligo a TV,
não há como conter
o que está a ocorrer,
nem como avaliar
uma dor tão doída
que no peito se loca
pra nunca sair.

Fico a imaginar
a perda de um filho
ceifado do seio
do amor, do convívio,
como se vida
fosse um brinquedo
pra se descartar...

E em seu lugar
fica o peito rasgado,
rosto desfigurado,
expressão inefável,
o retrato da dor.

E a imagem se amplia
na tela da vida,
são tantas as Cissas
que engolem esse fel...
Entro em parafuso,
pensamento confuso...

Entre poema e comoção
não sei se apelo
à razão ou à emoção.
Meus versos distorço
e forço a razão
a se sensibilizar,
pois meu coração
solidário à emoção
quer agora chorar.

_Carmen Lúcia_ :(

Foto de Carmen Vervloet

JANELAS

Um olhar perdido cruza a cidade
E perpassa o túnel da tarde grave
A desventura estendida nas calçadas
E a mão que passa não faz nada...

Tristeza carrega o olhar perdido
Tantas mazelas e ninguém comprometido
Pessoas aflitas pelas calçadas
E a mão que pode não faz nada...

Sirenes ressoam roucas e pungentes
E o olhar pousa sobre o pobre lajedo
A mão que pode ignora a cena indecente
E dum rio de sangue emerge o medo...

E o medo envolve o trêmulo olhar
Que perde seu intenso brilho estelar
Impregnado de profundas sequelas
Chora e cerra as suas janelas!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

SONETO PARA UM AMOR QUE ACABOU

Recordo ainda dos dias bonitos
Acesa a vida em ardente chama
O nosso amor indo ao infinito
Trazendo estrelas para nossa cama

Aqueles dias de luz tão intensa
Gravados em ouro na minha lembrança
Um arco íris pincelado em querenças
Ávido sol... depois a noite mansa!

Mas tudo tem seu ponto final
E o amor murchou qual pálida e doente flor
Num jardim esquecido, sem viço e banal.

Brindo ao que foi bom com vinho tinto
Recordo os momentos felizes deste amor
E assim dou vida ao sentimento extinto.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
que deixei de sonhar,
alçaste majestosos voos
que não pude voar,
cruzaste o horizonte
fazendo-me imaginar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste nas brumas
de teu oceano,
deixaste-me vazia
a repensar nossos planos
juntar nossos sonhos
e bem alto voar
num único sonhar...

Subiste mais alto que eu
sem ouvir meu apelo,
meu olhar de desespero,
minha mão a te buscar
que no ar se perderam
quando de ti me perdi...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me de cima pra baixo
olhar de ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando ao alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês
e nem sequer me notas...
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação...
Não foges à regra
nem és exceção...

Carmen Lúcia

Foto de Civana

Máscara

Faço, desfaço
tento recomeçar.
Nada se encaixa
ninguém respira
nada deságua
ninguém suspira.
Só manhãs cinzas
só tardes mornas
só noites em cinzas.
Despi minha mente
desfiz meus sonhos
desdiz a vida
repetidas vezes desmentida.
Em busca de um matiz
um ponto de partida
uma raiz
finquei estacas em solo movediço
perdi o rumo
perdi o viço
virei atriz.
Agora entrego a máscara
guardiã fiel das lágrimas
heroína de uma vida infeliz.

(Civana)

* Vejam o poema editado em imagem:
http://carlaivana.blogs.sapo.pt/20687.html

Foto de Carmen Lúcia

Busca infindável...

Busco-me...
Nas profundezas do meu eu
onde o mais sensível sentimento
encontra-se com a essência da essência...
Que de tão puro e transparente
assemelha-se à fragilidade do cristal...
Basta um leve toque, um simples choque
e ele se desfaz...

É aí que me encontro,
que me confronto,
que me estilhaço,
que me perco e me acho,
me desabafo das tensões do dia,
dos meses sem fim,
do ano que não termina,
do novo que nunca vem...

Soluço de mansinho
pra não me fragmentar
e junto com meu pranto
tento deixar rolar
as dores já vencidas,
as mágoas corroídas
e todo o desencanto
da estupidez da vida.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Sem explicação...

Vejo-te nas densas brumas do oceano
em cada onda a se quebrar
no branco de sua espuma
no céu a refletir no mar
na brisa que sopra ao meu ouvido
palavras que vinhas me dizer
promessas que vinhas me fazer
carinhos que me faziam crer
que o mundo se resumia
somente em nosso querer...

Hoje caminho sozinha...
do mar, o céu anoiteceu
o branco tosco escureceu a espuma
as ondas bailam devagar
o pranto nubla meus olhos
algo em mim morreu...

Desmorono castelos
de dentro de mim
pisoteio sonhos
que tiveram fim
espezinho as palavras sutis
as promessas vis
cenário ilusório do amor
que não pôde ser...

E sigo nua de emoção
sem nada explicar ao coração...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Aos olhos da noite...

Aos olhos da noite
tudo pode acontecer...
Em tua penumbra
trancado qual tumba
um grito se cala,
a dor não se abala.

Aos olhos da noite
procuro esquecer
olhos que me olharam,
lábios que me beijaram,
amores que me amaram
e que deixei esvaecer...

Aos olhos da noite
eu tento esconder
o que me consome e me faz sofrer.
A sombra da noite é minha amiga,
na noite escura encontro guarida.

O abraço da noite é o meu acalanto,
é voz que me embala, suave é teu canto...
noite sem lua, tão nua na rua,
despida de afeto, de vida que é tua.

Escondo a nudez envolta em teu manto
enxugo meu pranto, me aqueço em ti...
Aos olhos da noite
sombria, orgia
vazia de lua, de sonho,
de encanto,
magia...

(Carmen Lúcia)
20/06/2007

Foto de Carmen Lúcia

Encenação

Como protagonista
executei o meu papel,
dei o melhor de mim,
mais do que podia...
Mais do que se exigia
e fui extremamente fiel
não sei se a mim mesma
ou à história que revivia.

Nunca uma encenação saíra tão perfeita...
Nenhuma cena precisou ser refeita,
não foi difícil encenar aquele amor,
mas foi difícil encarar de novo a dor.

Saí de cena...
(saí mesmo?)
Agora o impossível,
separar a história, a atriz,
da vida verdadeira,
da vida que restou,
da cena derradeira...

Confusa, já nem sei o que é real
...ou irreal...
Saio do palco, perco o chão,
sobra emoção...
E continuo contracenando com a ilusão.

Carmen Lúcia

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