melancolia

Foto de Raycleia Dias

Dia das maes descrito por uma caixeira de supermercado

Varias coisas sao compradas para o dia das maes.
Pode-se notar no olhar dos clientes um sorriso,mas bem profundo uma lagrima.
Alguns levam,flores,bobons,sandalias,jogos de talheres,pano de prato,jogos de copos,uma tintura de cabelo,um kilo de carne,sao tantas outras coisas,mas o que mais prende minha atenção é quando se passa uma vela,aquela que iluminará somente o tumulo de uma mãe que se foi,deixando a certeza que jamais irá voltar.
Tão triste é a perda de uma mãe.
Tão triste é o olhar de um filho assim no dia das mães.
Oh meu Senhor quão maior e imensa é a dor da certeza que nunca mais existira.
Abencoe e ilumine os passos de todas as maes que ja se foram e nao voltam, mais.
Peço-lhe que me deixe-me por muitos anos com a minha que é mae e pai!

Foto de Carmen Lúcia

Entre Deus e o pecado

Apenas um gesto,
um simples aceno
e quase um incesto
pois na fé somos irmãos,
na qual já nem acredito
pois torna proibido
meu amor por você...

Apenas um olhar
cravado em meu peito
abalou de tal jeito...
não dá mais pra voltar.
Creio em seu credo,
canto o seu canto,
sonho o seu sonho
inebriada de encanto...

Somente um segundo...
seu olhar a me ver
foi tão forte e profundo
que me fez renascer,
que me fez esquecer
sua missão nesse mundo,
uma densa barreira
criada por insensatos,
transformando em profano
um amor tão sagrado...

Num abismo forjado
por normas já desgastadas
me sinto jogada,
pela fé castigada...
Entre nós, a muralha,
muro das lamentações,
sem poder transpassar
e ficar ao seu lado,
dar vazão a emoções.

Fico assim dividida,
do outro lado do lado
me sentindo perdida,
entre Deus e o pecado.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Oração a minha mãe

Teu dia se aproxima...
Aquele no calendário marcado.
Mas, na verdade, deveria ser todo dia.
Um só é muito pouco
pelo muito que deve ser comemorado.

Mãe, mesmo não estando aqui
de corpo presente,
vejo-te a todo momento, em qualquer tempo...
Onipotente!
Estás em tudo que faço, sinto e falo
porque sou parte de ti...
Eternamente!

Te fazes presente em minha inspiração,
nas rimas de minha poesia,
naquela nossa canção
que cantávamos em sintonia
e gargalhávamos inventando a melodia...

Nas tardes de primavera
em que tua beleza se confundia à dela,
nas flores que colho de nosso jardim,
rosas , hortênsias, lírios, jasmins,
postas num vaso da sala
onde teu perfume exala.

Como crer que não mais existes
se a tudo tu me assistes...
Quando chego da rua,
gelada de frio, molhada da chuva
e em minha mão sinto a tua
é teu calor a me esquentar...
Ao fazer aquele bolo de fubá,
o cheirinho de café a se espalhar...
Outro como o teu não há!

E mesmo quando estou triste
sinto teu colo, teu amparo,
tua canção de ninar, teu embalo...
Meu coração se consola,
minha alma se revigora
e volto a sorrir, reconfortada agora...

Mãe, mudaste de patamar, de andar,
sem nunca deixar nosso lar...
E ao mesmo tempo em mim ficaste,
senão como explicar toda sensibilidade,
tanto amor que me invade,
que em mim sinto vibrar,
se não é teu ser, teu coração
que me fazem seguir em tua direção?

Mãe, neste dia
em que se reverencia
o símbolo do amor em profusão,
aceite esta minha poesia
como se fosse uma oração!

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
03/05/2008

Foto de Carmen Lúcia

Momento único (PARA MINHA MÃE)

Um doce enlevo me conduz à recordação
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final de tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar,
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora...

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
25/08/2009

Foto de Gideon

No Mar de Unamar

A vista se perde pela largura do mar.
Ao longe vislumbro uma cidade apagada
As ondas de Unamar cobrem meus olhos nublados
E faz-me lembrar os abraços bambos e apertados
Dos braços sobrados e dos sorrisos disfarçados, esforçados.

Uma vida sem brilho, um olhar sem interesse
As ondas quebrarem-se na areia, sem importância.
Talvez seja assim, o final da vida...
Como uma onda qualquer, que desmancha na praia
Sem valor algum, que outrora pensava possuir.

A vista fixa em um ponto no mar de Unamar
Agora é um surfista isolado olhando as inquietas vegas
Que formam-se ao acaso para trazê-lo de volta
Para a praia que rodeia os meu pés enterrados na areia.

A solidão parece descansar ao som do mar
Dá tempo para pensar e lamentar os desfechos infortúnios.
Os pés enfiam-se na areia querendo como raízes firmarem-se
Talvez o inconsciente ainda tente revigorar-me
Enterrando os meus pés como raizes profundas na areia do mar.

Quisera eu estar ali plantado como um coqueiro
E balançar meus cachos para vez outra lançar ao mar
Um punhado de frutos que pudesse, talvez a alguém alimentar.
Seria mais útil, quem sabe, que um desolado qualquer
Plantado no mar de Unamar.

O barulho da onda acorda-me do triste pensar
Percebo o jovem surfista que de novo ao mar quer se lançar
Após o breve sabor de em sua prancha equilibar-se.
Será a vida assim, penso, tanto esforço
Para gerar somente um breve momento de gozo?

No Mar de Unamar ao olhar o infinito nesta tarde triste
Uma lição parece querer me ensinar
Que a vida, enfim, é assim, triste, esquisita e breve
Como são breves os meus momentos no mar.

Foto de Carmen Lúcia

A poesia que trago

Faz tempo que não faço versos,
só vejo no belo
inversos, flagelos...
Perdi-me em meio a palavras
outrora tecidas, hoje desgastadas
clamando o que me transtorna,
jorrando pra fora razões desastrosas.

Faz tempo não junto palavras,
meu verso é reverso,
meu grito é calado...
Meu eu só externa protesto,
materializa o que testo,
versos em desagravo...

Não sinto aquilo que digo
e o que digo condiz
com a farsa que espalho...
As rimas me fogem à galope
como tenta fugir
do feitor, o vassalo.

Há tempo que sonho acordada
e não amanheço, só noite escalada...
Espero traçar nos espaços
das folhas em branco
a poesia que trago.

Carmen Lúcia

Foto de wilsonlucena

REFLITA COM A GRANDE POETISA

"Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!

Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...

Há-de ser Outra e Outra num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!"

(FLORBELA ESPANCA)

WILSON LUCENA

Foto de wilsonlucena

MAIS UMA DO GRANDE FERNANDO PESSOA

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenha.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

Fernando Pessoa

Foto de Allex F.

Caminho da morte

Sigo os passos de um fantasma que é o meu destino
Por um caminho escuro e de trilha torta
A solidão invade minh'alma sem bater na porta
Como um verme que entra com verocidade
Em toda carne morta

Assim vou sozinho nessa caminhada
Sem nunca ter visto o rastro da esperança
Que eu procuro desde criança
Mas que até agora não encontrei nada

Apenas ando sem ter muita pressa
Mesmo com minha matéria submersa
Num rio de dor e tristeza
Pois sei que minha agônia vai se estancar com certeza
Quando eu der meu último passo
E cair sobre os gelados braços
Da unica coisa que me espera

E já consigo ver no fim da estrada
A impiedosa morte ali parada
E o meu destino a olhar para ela

Foto de Elizabet.Duarte

Eu

Eu ?
me perguntam quem sou eu??
Eu?

Sou mais um numero para a população mundial,
mais um coração partido
mais uma amor não correspondido
Sou mais uma ingenua no mundo,
Uma tola que acredita que pode fazer a diferença.

Uma menina que acordo e viro mulher,
uma criança que cresceu,
uma irmã,uma filha,uma amiga
sou mais uma desiludida

Eu
sou mais uma voz não ouvida,um sonho negado
um resto
um corpo organico
um cerebro
uma rotina

Uma face entre muitas,
sou mais uma pessoa,
uma sombra...

Eu sou mais um adeus,um tumulo
Sou mais uma vida não vivida...

Páginas

Subscrever melancolia

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma