melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Logo eu?

Logo eu?

Que havia jurado
a Deus e a mim mesma
não mais me apaixonar ...
Trazer o coração trancado,
jogar as chaves pro outro lado...
Eu, que o havia esvaziado,
deixei-me de novo enganar.

Volto a chorar, lamentar...
As velhas lamúrias do amor
que “Quando se vai, deixa a dor.”
Antigo bordão dos apaixonados
que exultam por serem logrados,
masoquistas e conformados
que de sadismo velado,
do desamor ultrapassado
fazem seu itinerário...

Dissabor, dor, abandono,
injúria e desengano...
Esses velhos clichês desgastados
deveriam ser superados,
afogados no mar de lágrimas
dos inocentes exasperados.

Logo eu?

Foto de Carmen Lúcia

Empresta-me...

Empresta-me teu sorriso...
O meu se desvaneceu,
perdeu-se com o meu riso
ou então já não existe, morreu.

Empresta-me teu carinho...
Minha carência o requer,
quero aquecer-me em teu ninho
enquanto puder...

Empresta-me tua alegria...
Há tempos fechei-me em mim.
É triste minha poesia,
enfatiza dor e fim.

Empresta-me a felicidade
para afastar essa saudade
que de mim se apossou,
quando tudo acabou.

Empresta-me tua esperança...
Enquanto o vazio me ronda,
enquanto for triste a lembrança
de um passado que me sonda.

Quando enfeitar-me o sorriso
refletido em minha poesia
e ter de volta o meu riso
envolto de fantasia,
brindar-me a felicidade,
desvencilhar-me da dor,
reacender a esperança,
amenizar a saudade,
prometo devolver-te tudo...
Um mundo feito de amor!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Uma história de amor...

Um dia tu surgiste em minha vida
e o céu se abriu em cores, no esplendor da aurora,
como em Romeu e Julieta,ouvi cantar a cotovia,
presságio de amor que nunca vira outrora...

Até então eu mergulhava em sombras,
não via estrelas, nem sabia de luar,
enclausurada em meu próprio ego,
entregue ao medo de deixar-me amar.

Então chegaste como a poesia
que sensibiliza e nos faz sonhar,
dancei com as flores, me explodi de amores,
de peito aberto fui de encontro a ti.

Mas de repente o sonho acabou...
Teu sorriso aos poucos foi se apagando,
teu olhar vazio foi me definhando,
ouvi teus passos se distanciando...

Eu fui feliz, não há como negar,
intensamente esse amor vivi.
mas a história teve um novo fim,
pois do veneno, só eu bebi,
só eu morri...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Quisera eu...

Quisera eu ter o dom
de consolar os aflitos,
prevalecer o perdão
e calar todos os gritos
de dor, desamor, solidão...

Quisera eu levar a paz
aos corações em conflito,
acabar com a guerra fria,
aquela que trazem consigo,
fazer da mágoa, magia
e da poesia, canção
cantada em comunhão de amigos.

Quisera eu ter o dom
de devolver ao ente querido
o filho que não voltou,
o pai que se perdeu na partida...
À mãe sofrida, o consolo
pra sua dor mais doída.

Quisera eu ter o dom
de invadir o universo
com poemas, trovas e versos
e dispersar o que é perverso,
plantar sementes de amor
e de amor fortalecer a terra.

Quisera eu ter o dom
da palavra que enxugue o pranto,
de levar esperança ao que creu,
mas que hoje lhe sangra a ferida
e que vive como quem morreu
desprezando a própria vida.

Mas quem sou eu?
Pobre vivente carente de amor
em busca do dom que alivie
a própria dor...

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Vervloet

CANÇÃO DA ÁGUA

Já fui água cristalina
Fui pura qual menina
Que tem límpido coração

Sou a maior preciosidade
Sacio a sede da humanidade
Sacio a sede da plantação.

Sou água cor de diamante
Ando por lugares distantes
em busca de redenção

Meus braços insistentes
partem da minha nascente
Abraçando com toda afeição.

Já fui rio abundante
Refresquei calor escaldante
Vertendo sem violação

Hoje sou fio de esperança
Implorando a cada criança
Que me dêem sua proteção

Se eu for assassinada
Nem jardins, nem revoadas,
Só cinzas de civilização

Urge que eu tenha respeito
Pra correr límpida no leito
Para que bata meu co-ra-ção...

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Transmutação

Recolho meus versos...
Os que despejei aos teus pés
e me devolveste o reverso,
um versejar sem alma, perverso.

Transmuto-me ao inverso...
Deixo de ser eu.
Sou aquela que me perdeu,
que desfez seu pacto com a lua
e o encanto esmoreceu.

E agora, sem poesia, anda nua...
Sem ter porque se inspirar,
a quem amar, onde ancorar.
Anda a esmo...
nem por si mesmo
é capaz de se edificar.

Apago as estrelas...
Seu brilho já não me diz nada.
No céu, a luz apagada
transpassa pela madrugada
varando uma manhã nublada.
Me encolho feito caracol
sem ver o sol...
Só há sombra
e eu...
só.

_Carmen Lúcia_

Foto de R.M

Esquecer

Resta esquecer,
É o que apenas posso fazer,
Não posso ficar preso
Não quero carregar mais este peso.

Mas há algo que mo faz continuar a carregar,
Posso chamar-lhe amor
Posso dar-lhe muitas formas
Mas acaba sempre por dar dor,
Basta saber que no teu coração não me recordas.

Pode custar, mas a vontade tem de ser maior,
Mas assim minha vida nunca será melhor,
Todos os dias ando nesta luta...
Em que a chance de vitória é diminuta.

Nesta luta de apenas te querer esquecer,
Nesta luta de apenas querer viver
Mas para quê tanta dificuldade,
Se só quero a felicidade?

Foto de Paulo Gondim

Além-mar

ALÉM-MAR
Paulo Gondim
14/12/2010

Quem dera , Ah, quem dera...
Pudesse vencer o mar
Navegar, romper as ondas
Enfrentar procelas
Aportar em outras terras
Enfim, sonhar

Minh’alma se espanta nesse pensamento
As ondas ao vento, num mar a vagar
Num contentamento, num doce momento
E o sonho ali perto, já pode sonhar

Ah, se eu pudesse, se o sonho fizesse
O mar me acolher
E nele pudesse, em nados de braços
Sem ter embaraços no cais poder ver
O seu rosto lindo, de braços abertos
A me receber

E este oceano, tão bravo e tão belo
Não seja motivo pra não velejar
Não me tolha o sonho, o sonho que quero
Um dia sentir, um dia viver, ali onde estar
Em terras além, além desse mar

Ah, quem me dera meu sonho buscar
Partindo daqui e nesse lugar
Viver a magia, sentir nostalgia
De ver a minh’alma banhar-se além-mar

Foto de Carmen Lúcia

Eu em ti

Em cada sorriso meu há o reflexo do teu.
A cada passo que dou me levo por onde andaste.
A cada palavra que ensaio, duas falam de ti.
A cada erro meu, percebo o quanto acertaste.
A cada limite com que me deparo, admito que tu o superaste.
A cada instante que perco, te vejo crescer, retirando os excessos do ser.
Cada livro que li, traduziste em gestos a vida em si.
À cada lágrima seca e contida, foste a fonte onde ela verteu.
Onde vi mancha amarela, surgiste sol iluminando o dia.
A cada dia que passa tua presença se anuncia.
Quanto mais me distancio, mais me aproximo de ti...
Já nem sei se meu eu te perdeu
pois ao te buscar
encontro a mim...

_Carmen Lúcia _

Foto de Eddy Firmino

A LÁGRIMA

Lágrimas que nascem nos olhos
Que rola pela face constante
Morre em tua boca molhada
E faz perecer os amantes

Lágrimas que insiste em rolar
E ao rolar alivia
Embuste um sentimento
E ao mesmo tempo atavia

Lágrimas de sofrimento
Presente todo o momento
Embaça teus olhos
Expõe então um lamento

Lágrimas de alegria
Acompanha um belo sorriso
Simplesmente ressurgem
Limiar do teu paraíso

As lágrimas surgem
Ás vezes do nada
É inexplicável
Uma fonte que nunca se acaba

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