Já fui água cristalina
Fui pura qual menina
Que tem límpido coração
Sou a maior preciosidade
Sacio a sede da humanidade
Sacio a sede da plantação.
Sou água cor de diamante
Ando por lugares distantes
em busca de redenção
Meus braços insistentes
partem da minha nascente
Abraçando com toda afeição.
Já fui rio abundante
Refresquei calor escaldante
Vertendo sem violação
Hoje sou fio de esperança
Implorando a cada criança
Que me dêem sua proteção
Se eu for assassinada
Nem jardins, nem revoadas,
Só cinzas de civilização
Urge que eu tenha respeito
Pra correr límpida no leito
Para que bata meu co-ra-ção...
Carmen Vervloet