melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Não fossem as flores...

Não fossem as flores...
não me encantariam as cores
nem me enfeitiçariam as fragrâncias,
essências exaladas de amores,
salpicadas por beija-flores
semeando meu jardim.

Não fossem as flores...
das pedras não surgiriam castelos
onde sonhos divagam, belos,
caindo das janelas feito chuva de confetes.
Seriam simplesmente duras pedras
fincadas em estradas ardilosas
onde meus pés não conseguiriam andar.

Não fossem as flores...
tristes seriam as montanhas
que resguardam tanta beleza
e me fazem enfrentar os desafios,
rasgando toda a dureza,
revestindo-me de coragem
para encarar medos e frios,
somente pra buscá-las.

Não fossem as flores...
sentimentos se dispersariam
desperdiçando o bem que seria
a vida ornamentada pelos anseios
de ver a dor coberta de pétalas coloridas
a estancar o sangue vertido das feridas.

_Carmen Lúcia_

Foto de Jessik Vlinder

Versão de Poeta - Uma das Metades

De que é feito um poeta
Senão de angústia e dor
Melancolia e vazio
Desprezo e rancor?

De que é feito um poeta
Senão de medo e solidão
Decepção e tragédia
Ressentimento e frustração?

De que é feito um poeta
Senão de aflição e sofrimento
De exageros necessários
De dramas e tormentos?

Esta é a sentença do poeta
Dos extremos sobreviver
E fazer dos seus excessos
O doce e alheio prazer...

Jéssica Andrade

Foto de KAUE DUARTE

Oi... Posso Desabafar.

Oi...
Tudo bem?
Tudo sim!!
Tem certeza?

-Fora a ancia de esperar sem êxito algum
Emaranhado num rodamuinho de ilusão
Pareçe que em minhas veias pulsam as duvidas
Pareçe que meu coração não bate
Ele aplaude de camarote a derrota dos sentimentos
Ele grita viva e sentencia a emoção
Sem júbilo ou troféu só por impulso
Amarra apertado a quem quer sentir
Sequestra qualquer boa ilusão ou prazer
Sóh quer fazer sofrer
Sequestrando e torturando o amor
Aprisionando a concórdia em jaula blindada
Sufocando a amizade
Destratando a paixão como se fosse sonhos impróprios
Como se fosse amor proibido
Invalidando o opróbrio da alma
Vitalizando a angustia, dando nó em minha garganta
Colocando a depressão como mestra
E o desanimo como rei
Mais vivo estou ainda
E enquanto existir o sentimento
Não pararei de lutar
Pois o bem sempre vencerá
Mesmo no arder do fogo
No choro incessante
Ou na mais profunda depressão
O sentimento vencerá a razão.

Fora isso tudo ótimo
Obrigado por perguntar
Até mais.

Foto de cafezambeze

CHORA MEU CORAÇÃO...

Foto de Carmen Lúcia

Demo-nos uma pausa...

Inspiremo-nos no descanso divino,
sétimo dia da Criação...
Uma pequena e indispensável pausa
tão fundamental quanto
equilibrar razão e emoção
ou amar até perder a noção...

Ainda que a velocidade do tempo
nos conduza à contramão do vento
e nos permita driblar os contratempos,
pausas se interpõem nos caminhos
e se fazem taxativas, obrigatórias.
A noite é pausa para o silêncio,
a madrugada, para os sonhos,
o frio, pausa infiltrada pelo inverno,
a própria morte, pausa para o descanso eterno.

Sem intervalos a vida corre o risco de extinção.
Porém o desejo de não parar
faz do hoje, alienação,
e do amanhã, frustração,
onde o próprio ser não mais suporta
a falta de tempo e o vazio dos dias
a serem esquecidos,
não fossem os retratos a revelar
lembranças de uma espera malograda,
não relatada, pra não se humilhar ao próximo.
Pausas são preenchidas pela internet e tevê,
que fazem companhia à insônia,
deixando solitário quem dorme.

Sem uma parada a vida corre rápida,
hábil e eficiente,
porém sem perceber a paisagem que passa
e o futuro a se confundir com o presente.

No descanso do sétimo dia
Eis a pergunta que estribilha:
“O que vamos fazer hoje?”
E com certa ansiedade,
sonhamos com uma longevidade
de muitos e muitos anos...
sem nos conscientizarmos com os danos
de quem não sabe o que fazer
numa tarde de domingo...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Recônditos

Recolho versos dos dias,
palavras de intensa magia
que traduzam os vazios,
onde sonhos esquecidos
esperam, adormecidos...

Onde a breve euforia
ao atingir o seu ápice
agoniza em nostalgia
desfazendo seu disfarce...

Onde o frio do inverno
congela almas em desatino
que não puderam seguir
o lacônico destino...

E pelos cantos das esquinas
escondem o desencanto
do trágico fracasso
atribuindo ao acaso
a frágil incapacidade,
a impossibilidade
de olhar para o céu
e enxergá-lo azul...

Nos recônditos do mundo
mora um silêncio profundo
de um grito sufocado,
pedido de socorro,
engasgado,
onde seres choram versos
transtornados
clamando por fagulhas
de luz, de blues...

E da dor vejo nascer
a mais bela poesia
a resplandecer
sob a luz do dia.

_Carmen Lúcia

Foto de CarmenCecilia

CHÁCARA JARDIM DO ÉDEN ( O PARAÍSO EXISTE )

CHÁCARA JARDIM DO ÉDEM

O paraíso existe... Que encanto!
Visitei cada recanto... Desse pedacinho do céu
Pinheiros abrem alas... Mestre salas da entrada
E uma brisa perfumada... De flores em profusão
São como um clarão... Enlevam-nos e levam
Para um mundo de sonhos... A casa aconchegante
De cômodos amplos como se aguardando a gente
Ah! A cozinha... Com aquela mesa enorme
De enormes reuniões...
Culinária de todos os sabores... Aromas onde a emoção
Dá cor, sabor e o tom... Mescla de dons...
Dali e do barzinho... Um cantinho especial
Avistamos a piscina... Nas azuis águas
Quantas risadas... Brincadeiras! Recordações!
E o relax tão esperado... Descanso! Paz!
E depois de tanta água e sol... Mais abaixo...
O campo de futebol...
O gramado bem cuidado... Para as peladas afinal!
E com a emoção tabelamos com o time do coração!
Prosseguimos e através de uma pequena trilha
Vamos caminhando até a represa.
Deparamos de repente...
Com coqueiros, abacaxis, mangas, limões
Laranjeiras, a parreira de uvas carregada
E plantas exóticas embelezam a caminhada
A natureza aqui se fez faceira... E se revestiu de beleza...
É de prender a respiração... Todo esse paraíso...
Tão bem sortido... Traz um misto de sensações
E boas vibrações...
Na volta avistamos o João de Barro...
E uma borboleta pousa na minha mão
Então pensamos... A natureza tão bela
Esse sossego e gozar desse privilégio
Só pode ser um bom presságio...
E como adivinhando o pensamento
Um arco-íris embeleza o céu...
E faz realmente pensar que no seu final
Há um pote de ouro...
Aguardando-nos com seu tesouro...
Agora aqui da rede observamos tudo...
E assim renovados... Maravilhados!
Reconstruímos nossas forças para voltar
E a rotina do cotidiano enfrentar...

Carmen Cecília
02/01/2011

PS: Dedico esse poema ao meu cunhado Claudio in memorian..., foi quem idealizou e construiu esse recanto mágico...e agora no dia de hoje nos deixa muitas saudades...( 18/08/2011)

Foto de CarmenCecilia

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Lá se não sou amigo do rei
Há menos nepotismo e mais lei
Chegou a hora...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Uma seta questionou a direção
Uma apontou para o coração
Outra para a razão

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Essa é minha opção
Há um quê de urgência
Com sabor de desistência
Enveredando por todos os caminhos...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Diante da encruzilhada
Guiar-me-ei pela sorte...
E enfim encontrarei meu norte...

Carmen Cecília
15/02/11

Foto de Carmen Lúcia

Barco perdido

Barco à deriva
perdido no mar
nômade a vagar...
cedendo à tentação
sem direção
na imensidão
da noite furtiva...
atrás da cortina
ilusória
transitória
inglória
da ambição...
maquiando o prata
ocultando o breu...
Mar dos hebreus
que não se abriu
ao que descreu ...
Caminho deserto
incerto
solidão
exaustão
ilusão
contraditória...
Vil trajetória
denegrindo a história...

Onde aportar?
E ancorar desatino?
Barco perdido
parco destino...

Melhor naufragar.

(Carmen Lúcia)

Foto de Allan Dayvidson

ACHO QUE GOSTO DE VOCÊ

Eu esbarrei em você.
Você esbarrou em mim.
Não pareceu ser errado,
mas não achei apropriado chamar de "primeiro encontro".
Dizem que se sabe de antemão quando algo é feito para não durar...

... Tem razão.

Você não escreveria poemas sobre mim,
escreveria?
Bobagem minha procurar rimas onde elas jamais caberiam.

Não será como num livro romântico e vívido,
porque, quando pensa em mim (se pensa em mim),
não sente o frescor límpido de frases que até então não faziam sentido.

Um dia desses você disse (assim só por dizer):
"Acho que gosto de você" e acredito, não sei por quê.
Dizem que a gente ouve o que quer.
Queria dizer tudo que sempre quis ouvir,
mas você não tem tempo para mim, não é?

Porque seu tempo não pára,
seu coração não dispara
e a razão de sua existência não fica mais clara,
não estou certo?
Estou à prova de planos,
sensível a pianos,
e de várias formas te chamo.
Chego até pensar que te a-...
(não me atreveria terminar esta rima).

Não será como num filme.
Quem dera merecesse um.
Eu até me cuido,
mas cuidado algum me protege do fato
de que isso tem de ser um espetáculo
e a platéia é exigente.

Aqui vão meus últimos versos.
Os créditos rolam enfim.
Não sei onde estava com a cabeça para achar
que eu seria tão feito para você quanto você era para mim.

Mas não será como numa fábula,
história antes de dormir simpática e fantástica
com final surpreendente.

É quase como num filme!
Faltam holofotes sobre mim.
Falta um discurso envolvente improvisado na sua frente...

Não sei onde estava com a cabeça,
mas sei onde estava meu coração...
e para onde ele vai agora.

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