melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Entre espinhos e pétalas

Várias foram as estradas por onde passei
pra chegar onde cheguei.
E não vou parar...
Tenho muito que andar.
Feri meus pés em espinhos
e os esfacelei nas pedras;
também os reguei de carinhos
caminhando sobre pétalas.

Caí e me levantei.

Em tempos escuros me desviei.
Percorri outros caminhos. Desnorteei!
Retrocedi. Parei. Olhei pro chão. Desanimei.
Ergui a cabeça e abri os olhos...
Consegui vê-las!
Mostraram-me o caminho, as estrelas.

E um brilho intenso livrou-me da cegueira.

A ponte podre me levou ao fundo;
senti que ia se acabar o mundo...
Usei todas as forças, até as que me impus,
as que recriei...
E vi no fim do túnel surgir aquela luz...

Segui-a firmemente, até que me repus.

Várias foram as lutas que me derrubaram;
muitas as vitórias que me levantaram.
Planos que não deram certo,
enganos descobertos,
afetos, desafetos,
amores encobertos,
oásis no meio dos desertos...

Enfim, hoje, estou aqui.

Parei pra descansar, mas não estacionar.
A vida é como um rio;
morre se não chega ao mar,
que o espera, submisso,
abaixo de seu nível
facilitando-lhe passar.

É crer sem ver, ou desacreditar.

Durante as caminhadas
encontram-se gravadas
as grandezas da vida,
que muitas vezes
passam despercebidas.
Só quem as percebe,
mesmo sorrindo ou sofrendo,
pode bater no peito, clamando:

-Estou vivendo!

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Viver os sonhos seus...

Amar demais foi o que fiz...
E por amar assim de meus sonhos desfiz,
jogados fora, deixados pra uma outra hora.

Quis viver os sonhos seus,
ser parte integrante do mais importante
sem perceber que seus sonhos de agora
já não são tão sonhados como outrora.

A ternura que neles havia,
a alegria que antes sorria,
foram-se embora,
apagaram-se com o romper do dia.
Agora é realidade crua e nua.

Recolho os meus, sonhos desgastados,
emperrados pela desolação...
Tornaram-se frios e pesados,
isentos de qualquer emoção.

_Carmen Lúcia

Foto de Ayslan

Um lugar onde ainda estamos juntos

Sim meu pensamento esta ligado em você amor
Caminhar sem você não faz sentido
Ignoro as horas de paços lentos sem destino caminhando sobre uma estrada vazia
Eu estou ficando cansado, minha respiração cada vez mais dificulta minha visão
que aos poucos terá levado toda luz embora.
Meu amor estou ficando sem forças para continuar sem você...
Sentado agora preciso contar um pouco sobre me os dias seguintes talvez não me reste muito tempo...
Preciso de um lugar onde ainda posso estar junto de te....
Saudade onde você esta indo não me deixe sozinho com essa solidão.
Neste instante posso cruzar os braços por traz da cabeça deitar e esperar que sua luz volte a me guiar não posso continuar sem você...
Eu conheço bem esse lugar já estive sozinho aqui antes de te encontrar eu sei que guardei em algum lugar um pedacinho de papel e uma caneta talvez encontre um espaço ainda não preenchido e te pergunte quando você vai voltar e procurar ouvir essa resposta dentro de mim...
Sabe se as vezes fecho os olhos e escuto meu coração vou para um lugar diferente,
um lugar onde ainda estamos juntos, um lugar nosso que só nos conhecemos esse lugar me faz lembrar da primeira vez que te vi me faz sentir exatamente aquela mesma sensação e a vontade é incontrolável de te dizer que te amo que não posso segurar as palavras que são pronunciadas e meus olhos que se abrem buscando te ver além das lagrimas e eu me pergunto
- É hora de voltar...

Foto de Arnault L. D.

Backup

Prometa-me que ao me esquecer,
continue a buscar por mim,
pois, é o que de melhor terá
e nesta buscar irei viver,
nas entrelinhas, viés e confim...
Sei, meu nome não mais meu será.

Nos detalhes das coisas pequenas,
a qual se atira, sem pensar, por gosto.
Naquilo que ao lábio um riso traz
e as farpas e pontas tornam amenas,
como a toda dureza em seu rosto
serei eu, sombra e nada mais.

Prometa-me que enquanto esquece,
não torne as lembranças diferentes,
que apenas as dilua a evanescer
até que de mim, no seu cesse...
A espero desconhecido a frente.
Prometa-me lembrar-me no esquecer.

Prometa-me esquecer de me esquecer...

Foto de M. Valentine

O último

Onde está que não mais vira
Enrolado em meu corpo como era?
Foi-se a procura de outro porto
Talvez distante... talvez nem tanto

Em quanto lamentos não me vi?
Alí, feito nada
Com minhas portas trancadas
Com meus demônios em palavras

E nada se faz... Nem se fará
E nada mais sei
Nem mesmo o que sabia

Um silêncio e um cordão
Um rosto sujo, agora em mácula
O escuro... O tempo para.

Foto de Carmen Lúcia

Aquele sorriso franco

Já não trago o sorriso escancarado
mas um riso teso, meio que forçado...
Se se abrisse em sonoridade esfuziante
certamente não seria livre, mas forjado.

Já não trago nos olhos o brilho de antes
a refletir da vida a alegria pujante.
Olhos que falavam o que a voz não conseguia
e hoje, anuviados, observam calados.

Já não sinto o mesmo frisson
da paixão que arrebata, rouba os sentidos,
nos faz submissos, tira-nos o chão
e nos (en)leva a uma viagem plena de emoção.

Hoje descrevo o que vivi, o que senti,
a essência do que chorei e do que ri,
carícias de pétalas, crueza de espinhos,
sentimentos que transcrevo em poesia
e vejo renascer na folha de papel em branco
a luz que reluzia de meu sorriso franco.

_Carmen Lúcia_

Foto de Zozãoo

Coração angustiado

Fragmento que compõe este coração
Embalsamando esta angustia irrelevante
Recordando aqueles velhos tempos
Naufragando nesse anseio infinito e vão
Angustiado na miséria quotidiana
Neuroticamente amando o desalmado
Desfalecendo esta paixão indesejada
Ao coração enfermo neste leito de morte.

Que essa angustia terna
Inferniza que a de mais belo
Estrangulando esse sórdido coração
Que arrependidamente desfruta da paixão.

Vendo este abismo de melancolia
O silencio neste peito adormecia
Acomodatício a palavra refletia
Suspirava versos de alegria
Em meios desta monotonia.

Desencantando o silencio ressurgia
Nesta alma desalmada
Muito fria integrada refloria
A angustia deste coração sumia
Na palavra desta que sorria
No pensamento daquele poeta que a tinha.

Foto de Carmen Vervloet

Meus Olhos

Meus olhos, sinceros qual criança,
revelam meus mais íntimos sentimentos...
São do meu estado de espírito a balança,
o termômetro de todos meus momentos.

Como dois faróis me mostram completamente,
mostram minha angústia, felicidade ou dor,
imprimem em minha face automaticamente
cada emoção tingida em sua cor.

Pintam em minha face o vermelho da paixão,
avivam nela o preto da raiva e a pálida dor,
pincelam em cinza a decepção
e em nuances de rosa os tons do amor.

Espelhos, de minha alma, não me deixam esconder
naufrágios que gostaria de ocultar,
reflexo de todo meu viver,
janelas abertas a me iluminar.

Meus olhos, meninos inocentes,
revelam-me, sempre, totalmente!

Foto de Zozãoo

All alone in the moonlight

Sozinho no luar
Relembro que junto a ti era feliz
Mas de que vale a felicidade
Se não posso te amar.

Sozinho no luar
Via sua imagem na lua refletir
Como uma estrela cadente você sumir.

Sozinho no luar
Lembro de como a vida é linda
E mais linda é sua imagem ao luar
Como uma estrela que não posso tocar
E meu amor nunca alcançar.

Sozinho no luar
Deixo as lembranças retornarem
E nos meus pensamentos você estará
Refletindo sua imagem aonde vá
E no meu coração somente você esta
E meu amor finalmente declarar.

Sozinho no luar
Vejo no eclipse sua imagem apagar
E para as trevas meu coração retornar
E vejo nesta noite sem luar
Minha vida sem você acabar.

Sozinho no luar
Vejo-me só
E nessa solidão
Sempre a te amar.

Foto de Arnault L. D.

Monólogo

Das palavras que eu não disse
por achar que haveria prazo,
doce comodidade do ignorar.
Agora soariam como tolice,
pois ficaram ali, no atraso,
não há mais como falar...

Dos sentimentos que perduram,
para além do seu momento,
onde não mais podem expressar,
como os amantes que juram,
como se espalhando no vento,
pétalas de rosa em pleno ar.

Das verdades que escurecem
sob a poeira, que as cobre,
até que não se pode olhar,
sepultadas, fundo, permanecem.
Mas, como o brilho do cobre
esverdelhado apaga-se no oxidar.

Das palavras que eu não falei,
trago um gosto amargo...
Mas, sei que eram doces ao paladar.
E embora não dizendo não as calei,
pois, ainda as ouço ao peito largo.
Elas não calam, elas não param de falar.

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