Amar e viver: ambos não fazem sentido se não forem absorvidos e manifestados na totalidade do nosso ser. Porque não se vive mais ou menos e não se ama mais ou menos. Ou é ou não é, e como dizia minha amiga Clarice, a Lispector, “ou toca ou não toca” e ponto. Para mim, o amor é isso: ele precisa tocar e você sentir, tudo, todas as células do seu corpo e a sua alma também... Com harmonia e simplicidade. Não um amor forçado, controlado, mas simples, na sua verdadeira essência e força. Porque a simplicidade é o último degrau da sabedoria, como disse Gibran. É preciso subir os degraus do amor... E, talvez isso, canse alguns... A maioria sobe os primeiros, e se acomoda. Amor não combina com preguiça.
O amor é a sua energia vital, é o que te impulsiona, o que te conforta, sacia e fortalece. O amor é grande, ele precisa não caber em você - para que ele tome conta, preencha TODOS os seus espacinhos- para transbordar e exalar essa energia ao mundo e ao ser que está ao seu lado. Se esse amor não preenche, suba mais degraus, mas de mãos dadas com o seu parceiro. Sempre, de mãos dadas. Você não sobe sozinho, nem força o outro, mas o convida, estende a mão ao seu companheiro de caminhada. Mas o que são esses tais degraus?
A vida tem etapas, o amor também. Tudo cresce, tudo evolui. Não podemos deixar que o amor se acomode... Ele é energia e, se essa fica estagnada, o amor morre. Os degraus são o crescimento do amor: amizade, cumplicidade, parceria, paixão, admiração mútua, adoração. ADORAÇÃO, você precisa adorar, honrar seu parceiro, que ele seja sagrado para você. Não acomode essas coisas, surpreenda, sempre.
Seja o melhor anfitrião: sirva o seu melhor, varra o chão para quando ele chegar. O amor faz isso; faz a gente entrar em contato com o nosso melhor e ter vontade de doá-lo. Porque amor é doação, mútua, espontânea. Amor é se importar com o outro, se importar com o que é importante para o outro, é dar força, vibrar junto, ter gratidão, é não controlar e, juntos, perder o controle... Se reconhecer, deixar o instinto agir... Trocar cheiros, olhares, ser fiel a fome, ao desejo, sem sentir insegurança ou medo.
Amor é luz, inspiração, não é para ser conduzido, pois ele, sendo força e movimento, é o que conduz, direciona e liberta, e nós, só temos que nos deixar levar...
Carolina Salcides © Todos os direitos reservados