Azaléias

Foto de Arnault L. D.

Um pouco em silêncio ficar,
deixar o desespero das idéias
qual soltando mala pesada demais.
Quero o presente de um pouco de ar,
a imobilidade das azaléias...
Existir sem saber, como os vegetais.

Não para sempre, mas, por uma vaga...
O tempo aproximado, sem exatidão.
o tempo que o tempo ser.
Para que a estação leve e traga
novas folhas, e quem sabe no verão,
uma flor até vir florescer...

Só então, abrir os olhos novamente
e acordar a humanidade.
Com o sangue mais linfa e menos rubro.
Espero o brotar de uma semente
para em mim matar a saudade
quando no espelho descubro.