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Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.
Não. A água está criando
Maneira de se libertar
Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes
Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas
Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro
Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.
Marilene Anacleto