Não posso falar
Não tenho palavras
Pra expressar
Toda angústia
Que dói aqui dentro
Coisas estranhas
Martirizando
E comprimindo
As minhas entranhas
Palavras jogadas
Mal formuladas
Cheias de ódio
Totalmente sem alma
Tiraram-me a calma
Primeiro a cegueira
Depois o disparo
Depois outra vez
Logo a lucidez
Tarde demais
Você já não mais
Teu corpo quase sem vida
Restou a ferida
Da amarga lembrança...
O tempo passou
A liberdade sentida
Não fecha a ferida
Não muda o passado
Deixado de lado
Hoje eu venho
Não quero perdão
Nem quero teu ódio
Pelo ocorrido
Apenas te peço
Olhar nos meus olhos
Já envelhecidos
Não tenha revolta
Tudo que eu quero
É que me mostres
O Caminho de volta