Num momento degradante,
Entre palavras tortuosas,
O expulsa impiedosa
E ele sai sem hesitar...
Ao abrir a sua porta,
O vento da noite fria
Invade a sala vazia
E faz tudo se calar...
Na vastidão da noite cinza,
Na janela o emoldura
E vê seu vulto a se perder...
Se tranca em seu quarto
Para fugir do desespero,
Lança a face ao travesseiro
Para as lágrimas conter...
Enquanto traga de um copo
Para o desejo embriagar,
Fantasmas sorrateiros,
Flutuando no cinzeiro
Seus lábios vão beijar...
Desejara nesse instante,
Fosse só por um momento
Te-lo em seus braços
Como o tem agora o vento
Na solidão do quarto frio,
Divagando em pensamentos,
Mergulhada em seu pranto
Ela vai adormecendo...
Em meio a desatinos,
Entre soluços e gemidos,
Ouve a voz de seu amado
A sussurrar em seus ouvidos...
E num delírio profundo
Sente o corpo flutuar...
No aconchego de seu mundo,
O amor se perde
Ao se encontrar...
Ronita Marinho
Registro BN