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Preso às raízes da vida,
Até que caiu no mar
Entre pedras, ondas fortes,
Não sabia onde ia parar.
Grande tempo preso em pedras,
Pensou que ia definhar.
Surgiram criaturinhas,
Abrigo em seu corpo buscar.
Cresceram ali mariscos
E moluscos de toda sorte
Nova vida, novo ânimo,
Para quem esperava a morte.
De novo a voar pelos mares
Em ondas de tempestades
Ora o fundo, ora o céu,
Mais uma longa viagem.
Agora preso na areia
Fina da beira do mar,
Moluscos ainda crescem
Quando a onda os vem beijar.
Transformam-se as feições,
Em figuras diferentes.
Há troncos com cara de bicho,
E outros com cara de gente.
Feito nós, em algumas horas
De humores tão diferentes,
Às vezes, só um tronco seco,
Em outras, incandescente.
Marilene Anacleto
Comentários
P/ MARYANY/ CARMEN CECILIA
CarmenCecilia
Querida Maryany!
Confesso que tua analogia me emocionou demaissssssss!
Teu poema é de um lirismo e de uma beleza ímpar!
O tronco que foi ao mar e tantas vidas hospedou, as vezes vindo a tona outras ao fundo e em quantas faces se modelou...assim como nós que nos moldamos a mercê dos acontecimentos...
Muito lindoooooo!
Beijossss
Carmen Cecilia
CarmenCecilia
P/Carmen Cecília/Maryany
Olá Querida! Que bom estares por aqui. Creio que todos estamos no mesmo barco. De cair, levantar, reviver, esquecer.... atés as pedras se desfazem, as montanhas deslizam ... os pássaros perdem as penas, as cobras perdem a pele etc., etc., e nós perdemos o sossego, e precisamos sair da nossa 'zona de conforto' para poder prosseguir. Muito grata pelo estimulante comentário. Graaaaannnde abraaaaço.
Marilene
Marilene