QUANDO A POESIA CHORA

Foto de Carmen Vervloet

A poesia chora...
Quando a cena é a mão que apedreja
e a palavra machuca o coração,
terra sem escape...
Jardim onde a flor fenece
junto ao tempo que passa indiferente
e deixa pra trás uma saudade latente!

A poesia chora...
Quando os ouvidos se fazem surdos
ante os gritos da natureza ensanguentada
que caminha destroçada rumo à morte
e poucos se curvam frente seu infortúnio
e sua sombra se move sobre o futuro,
catástrofes que destroem o porto seguro.

A poesia chora...
Quando ninguém ama ninguém
num mundo onde o egoísmo é rei
e a vaidade apaga a luz que brilha
sem pausas, sem lanternas, sem faíscas, sem velas...
Erva daninha brotada do veio da seca terra,
lâmina afiada que sobre todos se enterra.

A poesia chora...
E já nem molha o papel!
Máquinas, engrenagens, computadores
robotizam os endurecidos corações
e a terra qual fria e impermeável pedra
povoada por semideuses de aço,
sentimento implodido, pedaços de amor no espaço!

E em cada lâmina que fere a vida,
a poesia já nem chora...
A poesia afoga-se em lágrimas
e morre de dor!

Carmen Vervloet

Comentários

2
Foto de Carmen Lúcia

Meu silêncio a essa obra prima só será quebrado pelo meu aplauso.

Beijos no coração, querida!

Carmen Lúcia

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Vervloet

Querida Xará,

Palavras como estas, vindas de você, só me emocionam. Obrigada, minha querida! Bom quando a poesia tem motivos para sorrir, mas estes andam cada dia mais difícies! Esta menininha é você? Fofíssima!

Beijos,
Carmen

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