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Tenho frio!
Queria sentir a neve, como lençol
Para me agasalhar da luz do sol.
Como é frio este lugar,
Ainda não vi a luz do astro-rei
Sangue real de uma só cor.
Este rei que a vida venera em todo o lugar,
Mesmo que não se mostre, não se veja,
Ele brilha para além de nós.
Como é frio este momento sem fim.
Deixa-me pegar a Lua,
Mesmo que a noite fique de luz apagada.
Quero trazer a luz que brilha, mas não aquece.
Trás também as estrelas contigo,
Quero senti-las cintilantes dentro da minha alma,
Quero apagar toda a luz do céu.
Sentir o frio das trevas a descer sobre a terra.
Vaguear o meu corpo inerte por ai à sorte.
Sinto um frio cada vez maior,
Mas tenho que sucumbir à vida.
Sem a mistura das cores do arco-íris,
Ser um escravo da escuridão.
Foi neste momento demente de frio
Que percebi como domina o Sol.
E lá vem nascente em vaga de horizonte,
Rebrilhando fresco, recriado e forte.
Perfurando as nuvens, os montes e falésias.
Escorrendo pelos mares, rios e cataratas...
Impondo a cor por todo o lugar,
Nas árvores, nos campos, nas flores…
Que se alastra do vale até a alma da gente!...
Como um incêndio que arde e lavra
Por oceanos, polos e continentes.
Foi nesta noite com esta visita,
Inesperada e esquisita, que o frio me soube bem…
© Jorge 23.FEV.08
Comentários
A flor das amendoeiras ....assemelham-se aos jasmins!!! :)
angel_in_love
Adorei mais este teu poema....é lindissimo!!!
Tens o dom das palavras...e o sangue de poeta nas veias...continua!
Continua a escrever...mantem-se a minha palavra...eu voltarei!!
E eu acabei por te encontrar mais uma vez...o mundo é mesmo pequeno...
Bom domingo para ti amigo!!!
angel_in_love
P/ Jasmim
Se a flor da amendoira se assemelha à do jasmim, então tu fazes parte de mim... porque esta é flor que contemplo sempre, sem fim...
Jorge Oliveira
Jorge Oliveira