Acho que nunca te disse o que sinto por ti.
Não consigo.
As palavras parecem-me sempre fechadas; objectivas; finitas; comuns; vulgares.
E não é nada disso o que sinto por ti.
Assim, quando me olhas nos olhos, rendo-me lentamente…. e deixo-te entrar.
Deixo-te vaguear dentro de mim. Deixo-te deambular por cada canto dos meus sentimentos.
Deixo-te ouvir, numa linguagem que só nós entendemos, todos os meus medos, as minhas angústias, as minhas dúvidas, os meus desejos e as minhas paixões.
Deixo-te ler cada grito do desejo desmedido que sinto por ti.
E, quando abandonas o meu olhar, a tua expressão de felicidade entrega-te. Nesse instante, sinto que percebes que jamais poderei dizer o que sinto por ti.
Porque não é dizível. Porque não existem palavras que o exprimam. Apenas um olhar.
Já reparaste como olho para ti?
olhar
Data de publicação:
Quarta-feira, 9 Janeiro, 2008 - 19:40
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Comentários
Olhar
Olá
Poeta!
Está lindo demais... seu poema!...
«... Já reparaste como olho para ti?».
E este seu verso me inspirou!...
Veja só não leve a mal
o que eu vou dizer...
Às vezes tenho medo
de olhar nos teus olhos
do que eles possam dizer
e eu pensar que entendo
sem perceber... e perceber
sem entender... então tenho
medo... de não ser o que penso
quando penso a sonhar
o que eles querem dizer!...
Abraço, de
JoaninhaVoa
Joaninhavoa
ola
Lhe agradeço por ter lido e por ter comentado...
o olhar representa muito para mim,
é um mundo de verdade
é um mundo de sinceridade
com ele não existe fim.
um abraço, de
Poeta Desastrado
Poeta Desastrado