Os relacionamentos equivocados que temos são frutos da grande confusão de quem somos, de como devemos agir, de como não devemos agir... portanto, de todas as estereotipias sociais. É claro que devemos seguir as convenções sociais, mas devemos, também, ter a capacidade de “filtrá-las” e adequá-las à nossa personalidade; porque senão fica como se pegássemos uma roupa de outra pessoa e a vestíssemos, só que é um número menor ou maior e não ficamos confortáveis.
As pessoas se queixam muito de não estarem se relacionando ou que os relacionamentos que vivem não lhes são satisfatórios. Mas o que fazemos para torná-los satisfatórios? É fácil queixar-se e contabilizar o que o outro não fez pela relação. É fácil mensurar que você está dando mais para o outro do que o outro para você. Como se fosse - mesmo - fácil medir quem dá mais! Já inventaram o “metro do amor”? Ou foi a “balança do amor” que inventaram? Cada um dá o que pode dar!
Todos trazemos uma infinidade de necessidades e esperamos que o outro as supra: por isso tanta infelicidade e desencontro. Ninguém tem a capacidade nem o poder de suprir tudo que precisamos para ser felizes.
O que mais percebemos, então, é o desencontro amoroso; todo mundo se economizando, esperando o outro dar, se entregar para depois se dar, se entregar – de conta-gotas - é claro! Medindo seus atos e palavras. Ou, então, ao contrário, dando de baldes, como se Amor fosse uma “isca” para pegar o outro. Faz-se necessário desenvolver a capacidade da entrega!
É óbvio que relacionamento não é tão simples assim. Existem dois quereres, dois corações que batem na expectativa de serem felizes.
Em toda e qualquer situação de vida – principalmente num relacionamento que queremos que seja amoroso – devemos sempre estar atentos se estamos confortáveis; caso não o estejamos, devemos nos colocar nesta sintonia ou sair da situação.
Mas como, então, conseguir nos colocar de forma confortável numa situação amorosa?
Primeiro: o Amor não se busca fora de nós. Ele está dentro de nós e fora é apenas reflexo. Jung já dizia: temos tudo dentro de nós! Inclusive o Amor.
O relacionamento amoroso acontece na nossa vida para se compartilhar o Amor.
Compartilhamos o Amor que temos dentro de nós com alguém que julgamos especial, e temos afinidade. E este alguém compartilha o Amor que tem dentro de si conosco, pois nos julga especial. Eis porque sofremos tanto quando não estamos tendo um relacionamento amoroso: não nos sentimos especiais! Ledo engano acreditar que só quando estamos tendo um relacionamento amoroso somos especiais. Por isso tamanha carência!
Somos especiais e ponto. Somos especiais porque somos únicos. Somos especiais porque somos singulares na nossa forma de ser e de agir. O nosso jeito de ser é só nosso, se outra pessoa se puser a fazer alguma coisa como nós a fazemos será uma simples cópia, porque nós somos o original.
Portanto, a nossa forma de expressar, seja amor ou opiniões, é única e intransferível!
Ao nos dar conta dessa nossa singularidade enquanto indivíduos devemos também, em seguida, nos dar conta de quais são nossos códigos. Digo sempre que nos relacionamos com a vida através de códigos pessoais e que dentro da nossa singularidade temos nossos próprios códigos sobre tudo na vida. Portanto precisamos aprender quais são nossos próprios códigos para que possamos “imprimí-los” em nossas vidas de forma consciente e, conseqüentemente, aprender sobre os códigos das outras pessoas, para que possamos decodificá-los quando essas mesmas pessoas se expressarem para nós através de seus códigos, também únicos e singulares. Caso contrário, por exemplo, quando alguém expressar seu amor para mim e se eu for usar meu próprio código posso não conseguir decodificar adequadamente e entender que essa pessoa não me ama, enquanto que, na realidade, essa pessoa tem um código diferente do meu para a expressão do seu amor. Então, quando nos damos conta de que cada indivíduo tem seu próprio código do que é Amor, concluímos sobre a impossibilidade de mensurar a expressão do Amor.
Embora seja gostoso nos sentir amado por alguém que julgamos especial, o mais gostoso é sentir o Amor em nossa vida; e isto nós podemos ter: o Amor está dentro de cada um de nós; precisamos apenas reconhecê-lo, decodificá-lo.
Perceba o quanto você é especial e único. Perceba o seu jeito especial de amar e de expressar esse Amor. Afinal, não tem jeito certo ou errado de amar ou de expressar seu amor, porque cada um tem um jeito próprio e único de amar e expressar o Amor.
Por isso, eu convido você a Amar! Ame a vida! Ame a você primeiramente e, depois, transpire amor, exale amor... transborde amor em sua vida, para todos os lados e para todos os que o cercam.
Porque, enfim, AMAR é preciso!
Édson Rodrigues Simões Diefenback
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É preciso Amar
Data de publicação:
Quarta-feira, 6 Julho, 2005 - 15:20
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Comentários
Nota 10
Sinceramente, se eu fosse o Raul Gil, o convidaria para tirar o chapéu para o senhor. Realmente tudo o que li, caiu como um chapéu. Preciso aprender a me amar mais. As vezes tenho a impressão que fico mendingando um pouco de carinho, amor e atenção do meu marido...qq dia vou chutar o balde!
Parabéns
Li com muita atenção e carinho seu artigo. Amar realmente é um exercício que deve ser praticado no nosso dia a dia. Aproveitando este espaço,gostaria de perguntar ao senhor como fazemos para esquecer alguém que amamos e nos deixou?
Magnífico
Realmente precisamos saber amar e só se aprende amar, amando!
Quando estudamos, aprendemos matérias como exatas, humanas e biológicas, mas não aprendemos nas cadeiras de uma escola como amar. Nenhum educador fala sobre sentimentos. Parabéns. Débora
depois disso!
EDSON RODRIGUES
depois de ler seu texto tenho a certeza q mts pessoas procuraram bem fundo dentro delas esse amor q falas com tanta certeza, tenho pena q de facto exista tanta gente no mundo q em primeiro lugar temos q nos amar a nos proprios pra depois podermos dar esse amor.
no entanto quero agradecer o facto de poder relembrar me desse amor q `e fundamental sentirmos em nos.
obrigado.
um beijo muito grande com carinho.
cristina costa
fique com deus
Cristina Costa
Grande Edson, fora de série
Grande Edson, fora de série o que escreveste. tua forma de escrever tem um filosofia semelhante da seicho-no-ei que é basicamente doar o coraçao (nosso interior)dentre outra coisas. Se tiver oratória da mesma forma como escreve, tu poderias realizar palestras pois suas idéias são muito bem concatenadas, claras e sem dúvida nenhuma sua mensagem seria captada. Reconheço muito bem o valor autoral, ainda mais tb gostando de escrever, contudo tua mensagem não pode ficar restrita a um site, é preciso que seja levada adiante. Merecemos nosso valor por aquilo que escrevemos sim, mas o melhor reconhecimento é de nosso público.porque copiar qualquer um pode mas prodigiar um artigo como este teu, só mesmo a mente de teu idealizador. Um grande abraço.
Carlos Magno